Capítulo 33

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Karol

Um final de semana depois daquele dia na boate e eu não conseguia acreditar que ele não tinha aceitado voltar para mim. Ele escolheu ela e quer saber? Foda-se os dois. Que eles sejam muito felizes.

-Karol? - Giovani entrou na minha sala com uma expressão preocupada.

-Qual o problema? – pergunto.

-A fábrica está com problemas em uma remessa enorme, e eles estão desesperados. - falou nervoso e eu revirei os olhos.

-Vamos a fábrica ver qual o problema, qualquer coisa descartamos a remessa. Não tem muito jeito. - peguei minha bolsa, e fui saindo.

-Achei que você iria enlouquecer. – afirmou.

-Não sou desse tipo,Lina sim iria enlouquecer. - dei um sorriso. - Você contou para ela?

-Não. – suspirou.

-Fez bem. Vamos então. - segurei seu braço e nós saímos do prédio.
[...]

-Ainda bem que você resolveu tudo Karol. – falou suspirando, e visivelmente mais calmo.

-É. - sentei na minha cadeira e respirei fundo algumas vezes.

-O que aconteceu? - perguntou.

-Eu não consegui reconquistar o Ruggero. Tem meses que eu estou atrás dele e eu não consegui. - falei e duas lágrimas desceram.

-Segue em frente Karol.

-Eu não consigo sem ele, e não sei como eu ficar tão dependente de alguém mas, ele tem uma coisa que me enlouquece. - passei as mãos pelo meu rosto limpando as lágrimas e suspirei derrotada.

-Acho que você precisa dar uma volta. – falou.

-Para que? - perguntei sem acreditar.

-Para você esfriar a cabeça Karol e descansar. Você está exausta emocionalmente. - falou e eu dei um sorriso fraco.

-É, acho que vou fazer isso. - levantei pegando minha bolsa.

-Quer que vá com você? – perguntou.

-Não. - dei um beijo na sua bochecha e saí rápido da empresa.
[...]

Estava andando no parque sem destino algum, nem sei porque vim parar aqui. O mesmo parque que eu e Ruggero viemos para ele fazer um ensaio com várias modelos frescas. Foi inevitável não sorrir com a lembrança. Foram poucos os momentos entre eu e o Ruggero mas, foram bons momentos.
Senti alguém esbarrar em mim e quase cair, mas segurei a criança rápido. Ela era tão linda. Branca com sardinhas e um cabelo ruivo enorme. Ela tinha por volta 2 á 3 anos.

-Culpa tia? - pediu e eu abaixei para ficar na sua altura.

-Não tem problema amor, cadê os seus pais? – perguntei.

-Paloma? - uma mulher chegou perto de nós duas. - Você se machucou? - perguntou pegando a menina colo e a analisando. - Oi, meu nome é Lorraine. - esticou a mão para mim.

-Karol. - falei dando um sorriso.

-Desculpe se cheguei toda afobada, é que eu me desliguei um minuto e ela saiu correndo. Você tem filhos? – perguntou.

-Não. - respondi.

-Se prepare para quando tiver, eles são maravilhosos mas dão um trabalhão. - acabamos rindo juntas. - Eu preciso ir Karol, foi um prazer te conhecer. Dá tchau para Karol amor. - a pequena Paloma acenou com as mãozinhas enquanto a mãe a levava embora.

Fiquei as observando por um tempo. Será que um dia eu vou estar com uma filha ou um filho andando e correndo no parque? Troquei meus pensamentos e resolvi continuar andando, até que vi o Ruggero. Ele estava sentado observando pai e filho jogando bola. Fui até ele.

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