Drown in love - Camren

I like her

Hey, people! Esse capítulo não é tão longo, mas é crucial para a história.

  Leiam e comentem o que estao achando, isso é importante para mim. Kisses 💖

Point of view Lauren Jauregui

Não conseguia parar de sorrir desde que cheguei em casa, ignorando até as broncas dos meus pais; que não foram poucas.

Eu não sabia dizer o que senti na primeira vez que vi aqueles olhos chocolates, mas me fizeram ter um frio estranho na barriga. Aquela latina é uma das mulheres mais lindas que já tive o prazer de conhecer.

Ela é sem dúvidas a mulher mais linda que já vi!

Algo dentro de mim gritava que eu deveria me aproximar, que eu estava inegavelmente atraída por ela. Mas outra parte dizia que ela seria encrenca.

Ela é irmã de Sofia.

Eu não podia arriscar, minha razão gritava que eu não podia.

Se eu acabar o que tenho com Sofia, todo meu pesadelo voltará. Todo o bullying, humilhação, hematomas, abusos... Bradley.

E se Camila for como a irmã?

Sofia não é tão boazinha quanto parece, ela infernizou minha vida por um longo tempo, junto com Bradley Simpson, seu melhor amigo. Aparentemente para eles ser "nerd" era um absurdo, o bullying começou ainda na oitava série, quando eu ainda era cheia de acnes, um pouco acima do peso e ele não era distribuído proporcionalmente.

Mas o tempo foi passando, com isso fui ganhando novas formas, curvas, as espinhas foram sumindo. Fui atraindo atenção de garotos com hormônios a flor da pele; e de garotas também.

Inclusive de Sofia.

Ela é carne e unha com Bradley, meu principal algoz. Shawn, Taylor e Hailee também fazem parte desse grupinho. Todos ajudavam quando ele decidia me xingar, derrubar meus livros, me bater...

Todos eles sabiam também que ele abusava de mim.

Novamente, inclusive Sofia.

Inclusive meus pais.

Eles preferiram se omitir, eu sou apenas uma garota, e para eles eu deveria estar mentindo. Era " apenas birra com o filho do pastor".

Na delegacia também não acreditaram em mim, eu era só uma mulher querendo destruir a vida de um homem, principalmente quando ele é de uma família extremamente religiosa. Eu só estava querendo "acabar com a reputação de uma família de bem".

Eu também não tinha provas, quem sabia nunca serviria de testemunha. Preferiram ficar do lado dele.

Sofia foi meu escape de toda aquela situação, em partes. Ela é lésbica, mas nunca diria isso para Bradley, ele é extremamente preconceituoso.

Um dia quando eu tinha acabado de levar um soco no rosto e fiquei com um machucado no canto da boca fui ao banheiro e me surpreendi quando olhei pelo espelho e vi a garota latina atrás de mim, meu suor chegou a ficar frio. Eu achava que ela tinha vindo terminar o serviço do amiguinho, mas o que ela me propôs me deixou impressionada.

"  - O que você quer? - tentei soar despreocupada, não queria deixar claro meu medo.

- Calma! - Se aproximou, tocando meus braços.  - Sabe, Jauregui, o tempo te fez muito bem...

Me olhou de cima a baixo e mordeu o lábio inferior, aquilo me deu nojo.

- O que você quer? - insisti na pergunta.

- Você!

Fiquei perplexa, não entendendo o que ela queria dizer com aquilo.

- Você está louca! - tentei sair mas ela me prensou contra a pia.

- Já faz tempo que te observo, Lauren. - Me olhou no fundo dos olhos, não parecia estar brincando.  - Sei que já  te fiz passar por coisas horríveis, mas eu acho que gosto de você.

Coisas horríveis?  Ela sabia que eu era estuprada e não fazia nada...

- Mas eu não gosto de você!

O sorriso de escárnio brincava em seus lábios.

- Não importa, meu bem! Você tem duas opções, continuar passando por tudo isso, ou tentar me conhecer melhor... - voltou a passar os dedos por minha pele. - Te prometo que se você aceitar não deixarei mais o Brad fazer aquilo com você.

- E como você acha que conseguiria isso? - olhei em dúvida.

Não queria aceitar, mas não aguentava mais passar por aquela situação, ter aquele imundo tocando meu corpo e me fazendo se sentir um lixo. Rezar todos os dias para que alguém decidisse usar a quadra depois da aula e ele não conseguir me arrastar para tras das arquibancadas, ou até mesmo para os zeladores estarem limpando o corredor nos momentos que ele me empurrava para alguma sala vazia . Eu só queria que alguém me ajudasse.

- Dou meu jeito. - beijou o canto da minha boca e tive vontade de vomitar. - Não quero que ninguém da escola saiba, então você vai começar a ir para minha casa depois da aula.

Um medo começou a se alastrar pelo meu corpo, e acho que não consegui disfarçar minha cara de desespero, porque ela logo revirou os olhos.

- Relaxa,Jauregui. Eu nunca faria o mesmo que o Brad. - tocou meu rosto. - Eu gosto mesmo de você, só quero que a gente vá se conhecendo, entende?

Não.

- Por que tenho que ir para sua casa?

- Não posso expor minha sexualidade para eles. - sabia que ela se referia a seu grupinho.

Pensei um pouco, aquilo não poderia ser pior do que já vinha sendo.

- Eu aceito... "

Suspirei.

Sofia vinha cumprindo o prometido, eles ainda pegavam no meu pé, mas as agressões e abusos pararam.

Ela não trocava uma palavra comigo no colégio, o que eu agradecia internamente. Já bastava ter que ir para a sua casa quase todos os dias e atura-la . Lá ela me tratava bem, realmente bem, quase cheguei a acreditar que ela se apaixonou por mim, mas ainda lembro bem de todas as vezes que ela me humilhou, agrediu, e principalmente: se omitiu.

Lembro também das poucas vezes que vi Camila ao longo da semana, ela era fisicamente parecida com Sofia, mas sua personalidade era totalmente diferente.

Será que ela valhe a pena?

Chacoalhei rápido a cabeça em negação, eu não poderia arriscar a ter que lidar com tudo aquilo. Ninguém me ajudaria.

Ninguém nunca ajuda!

Ela é advogada, parece ter um bom caráter.  É uma mulher maravilhosa, e eu estava inegavelmente atraída por ela. Eu gostava de olha-la, e também de sentir seu olhar sobre mim. É nitido que ela também está atraída.

Mas será que se eu contasse minha situação ela acreditaria em mim? Ela ficaria contra Sofia?

Engoli em seco imaginando a resposta.

Camila seria meu desejo inalcançável, ela nunca ficaria comigo.