Fault

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Point of view Lauren

Depois de tudo ficar escuro eu não lembrava mais de nada, a não ser acordar horas depois em um quarto de hospital com alguns equipamentos ligados a meu corpo. Eu tinha curativos por todo o corpo e uma leve luxação no tornozelo, meu peito ainda doía, e se eu fechasse os olhos ainda conseguia relembrar da sensação da água me sufocando, mas ao meu redor tudo estava seco. Eu estava sã e salva, e sabia o que aquilo significava.

Ela preferiu me salvar, e deixou ele escapar...

Meu interior se dividia entre sentir culpa e gratidão, Demetria tinha fama de ser dura, no entanto preferiu arriscar toda uma operação e sua própria reputação para cumprir a promessa que me fez.

Ela me resgatou.

Foi até o meu cativeiro junto a Camila e Sofia.

Sofia...

Eu nunca pensei que ela poderia fazer aquilo por mim, se jogar no meio de uma bala para morrer em meu lugar, foi realmente surpreendente, e eu ainda não conseguia acreditar. No fim ela não parecia ser o monstro que fez tantas coisas desprezíveis, mas era só uma aparência, nada modificava o fato que ela participou de todas aquelas aberrações. Se alguém perguntasse qual seria a minha resposta para sua última pergunta; se eu lhe perdoava; a resposta era não. Se eu falasse que sim, seria uma terrível mentira, tudo que vivi estava gravado para sempre em mim, e não era tão simples perdoar um algoz, o perdão é algo complicado, e é fictício achar que vem fácil assim, talvez nunca venha.

E também tinha Camila...

Meus deus, eu preciso vê-la!

Ela foi impulsiva muitas vezes, mas suas intenções sempre foram boas, e eu me sentia mal por pensar isso, mas estava feliz dela não ter conseguido chegar a tempo de levar aquela bala por mim. Na realidade eu também não queria que Sofia o fizesse, de certa forma eu me sentia em dívida com ela e não conseguir perdoá-la me fazia parecer uma ingrata, mas eu não poderia mentir para mim mesma. A única coisa que me preocupava agora era saber se Camila não acabou machucada, e porque ela não estava no hospital, eu não queria mais ter que ficar longe da latina.

— Minha filha está bem? —escutei a voz alta da minha mãe de fora da sala e logo a maçaneta foi aberta, entrando por ela um homem de jaleco branco e meus pais, que pareciam realmente preocupados. — Lauren, eu orei tanto para não acontecer nada com você.

— Filha, como está se sentindo? – Mike perguntou e se aproximou, levando as mãos aos meus agora curtos cabelos e me olhando com pesar. — Encontramos a delegada na saída, ela disse tudo o que aconteceu... — suspirou pesado. — Nos desculpe, por favor.

— Eu deveria ter acredito em você. — Clara falou com a voz embargada. — Sou uma péssima mãe!

Senti pena pelos dois, eles não eram pessoas ruins, apenas cegos pela religião, e incapazes de enxergarem a verdade.

— Você não é uma péssima mãe! — minha voz soou mais rouca que o normal e meio grogue. — Apenas comecem a acreditar em mim, a partir de hoje.

— Sim, soubemos a verdade sobre Bradley, o pastor Derek deve estar arrasado e-

— Mamãe! — a cortei. – Não é apenas sobre o que Bradley fez comigo, ele comandava todo o esquema do caso Sullivan, e junto com o pai!

Seus olhos se arregalaram e a sala ficou em silêncio, o médico que até então estava em silêncio veio até mim enquanto meus pais ficaram absortos em pensamentos.

— Você está se sentindo bem, srta. Jauregui? — perguntou analisando os números na máquina que mostravam minha pressão e batimentos e anotou na planilha. — Sente dores?

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2019 ⏰

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Drown in love - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora