JAY

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Minha vida nunca foi fácil. Durante todos os anos em que morei em Weston, passando de um lar adotivo para o outro depois que minha mãe morreu e meu pai se jogou no álcool, eu sempre tive que batalhar para conseguir o que queria.

Quando fiz 16 anos e consegui sair das casas de adoção, fui atrás de Thad. Eu o criei a partir de então.

Éramos só eu e ele contra o mundo.

Naquele mesmo ano, montei a banda que hoje é conhecida como BroZond. Gostaria de dizer que foi obra do acaso a formação da banda, que éramos apenas garotos com uma vida fácil que sabiam cantar e tocar. Mas não era verdade.

Eu conheci Ryan no orfanato também... de todos ali, ele parecia ser o único que não aceitava a condição que estava. Parece que a mãe o deixou lá para ir embora com algum cara da vez. Ele dizia que ela voltaria mas, bem, ela nunca voltou.

Já Josh era filho de uma mulher que ficou comigo por um tempo. Ela era desequilibrada e descontava muito nas crianças que adotava, principalmente em Josh, seu filho legítimo. Então nós não tocávamos ou cantávamos daquele jeito porque tivemos vida fácil.

Eu construí barreiras... de todos os tipos.

Só eu sei o que passei. O que tive que aguentar nos lugares que estive. Depois da morte da minha mãe, algo em mim se foi com ela. Quando meu pai estava bêbado demais para lembrar o próprio nome, uma parte de mim também se foi com ele. Tudo o que sobrara de valioso na minha vida foi o Thad.

Ele era meu irmão, meu irmão menor. Ele era tudo que eu tinha na vida, eu prometi a mim mesmo deixar assim. Eu me divertia com as garotas, transava... mas não dava para me apegar. Não queria chegar ao fundo do poço como meu pai e perder algo que eu não tinha.

Pedaços demais meus já foram tirados. Não havia mais o que dar.

Mas algo dentro de mim mudou no dia anterior. Quando vi olhos castanhos escuros com um cinza escondido, senti meu mundo parar e só depois voltar aos eixos.

Eu pensei que ela fosse como as outras da cidade, ou as que vinham até aqui só para uma noite conosco.

Mas me enganei. Me enganei feio. Ela pediu por favor para se afastar de mim e naquele dia, na hora do almoço, percebi que ela não notava o quanto era linda. E ela era... linda... doce... tudo que eu nunca vi na vida.

Ela tinha uma inocência nos olhos que eu nunca havia visto. Nunca. Isso me fez querer arriscar tudo.

Agora aqui estava eu, parado, com o violão na mão, no jardim que ninguém vinha, esperando por alguém que podia nem aparecer.

Mia não pertencia aquele lugar. Ela era boa demais para tudo aquilo. Se ela fosse inteligente, ficaria longe de mim.

Por Deus, eu queria que ela ficasse... mas a outra parte de mim, talvez a pior parte, só queria que ela aparecesse. Mesmo sabendo que se ela olhasse mais que dois minutos dentro dos meus olhos eu não ia conseguir me segurar...

Amor Entre CordasOnde histórias criam vida. Descubra agora