Jay Collins é um astro do rock. Ele e sua banda vivem passando de cidade em cidade para fazerem seus grandes shows.
Jay ama a música e tudo que ela lhe traz... mas as coisas mudaram a cerca de 5 anos quando ele deixou a cidadezinha de Weston, nos EU...
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O show em Detroit havia acabado. Estávamos no ônibus que usávamos para dormir, tomar banho e passar de uma cidade para outra.
Estamos indo para Berkley, que ficava a cerca de 22 km de Detroit.
Eram 00:12 quando o show lá terminou, Ryan insistiu para que fizéssemos um pôs-show como antes, com bebidas, garotas e tudo mais. Disse que as mulheres de Detroit são as melhores.
Ele estava certo. Faziam anos desde que não fazíamos mais festas. Que eu não participava, pelo menos. Prometi para ele que na próxima parada faríamos, mas não em Detroit. Ele pareceu puto, mas concordou.
E aqui estava eu, quase 03:30 da manhã, deitado no grande beliche, abaixo de Thad, que dormia em cima, obvio, e ainda acordado, pensando no passado que não voltaria e no futuro incerto que me esperava.
Por mais que eu gostasse de pensar nela, me machucava. Foram os melhores meses da minha vida, os meses que passei com ela. E faziam 5 anos.
Talvez Thad estivesse certo. Talvez eu devesse esquecer. Eu só não sabia como. Ela foi... foi a única mulher que já amei na vida. E que vou amar, tenho certeza.
Amores como o nosso não acontecem todos os dias. Mas isso não significava que eu não podia ser feliz de novo. Só era difícil pensar que seria sem ela.
- Jay? - Ouvi a voz de Thad, me chamando da cama de cima. - Está dormindo?
- Estou - Respondi com a voz divertida.
- Babaca - Thad riu. Depois tudo ficou em silêncio de novo. Eu só ouvia sua respiração. - Eu... eu penso nela também.
Senti meu coração parar e prendi minha respiração. - Ela trazia à tona o melhor de você. Nunca vi você tão feliz como era quando ela estava perto.
Ela trazia luz para o lugar. Sempre foi assim.
As palavras dele doíam em mim porque, ele tinha razão. Ela era tudo para mim.
É.
Não havia como um homem superar Mia depois que a conhecia. Era impossível. Ela era tudo o que nenhuma outra era. Até hoje, se eu pensasse muito nisso, que ela poderia estar casada, namorando... com outro homem tocando nela, me doía.
Eu era egoísta.
Mas não queria que ela ficasse bem sem mim. Ela era minha. Sempre foi. E não importasse o que acontecesse, sempre seria.
Ouvi a risada de Thad, que me tirou dos meus devaneios.
- Lembra daquela vez que você voltou pra casa em choque por que achou que ela nunca mais ia falar com você? - Ele riu um pouco mais alto, me fazendo ir também. - Foi a primeira vez que vi você daquele jeito. Você estava maluco.
- Eu me lembro. No mesmo dia fui onde ela trabalhava. Aquele merda do Jack disse que ela não queria falar comigo.
- Mas você se vingou - Lembrou Thad. - No dia seguinte ela assistiu show de camarote.
- Com muita luta - Sorri com a lembrança. - E só porque você foi atrás dela e insistiu muito.
- De nada, irmão. Tudo por você - Disse ele com a voz divertida. - Ela era durona. Demorou para admitir que gostava de você, aposto.
- Eu disse que a amava primeiro - Suspirei. - Ela sempre teve medo de sofrer. Até mais que eu. Mas no final ela arrancou minhas barreiras, uma por uma. Me deixou limpo para ela.
- Você não se lembra de nada daquele dia? O que em que se separaram?
- Não, Thad, eu... - Meu coração doía só de lembrar. Os olhos tristes e cheios de lágrimas de Mia ainda me acordavam no meio da noite. Não conseguia acreditar que eu a havia magoado. - Eu apaguei. Fui para o apartamento dela para lhe fazer uma surpresa quando chegasse do trabalho. Lembro que caí no sofá e quando acordei, já era ela gritando.
Senti quando a respiração de Thad ficou pesada. Eu sabia que ele me culpava pelo que tinha acontecido. Eu também.
- Sinto falta dela - Disse ele, por fim.
- É... eu também - Falei, sentindo as memórias voltarem. - Eu também. Muita.
