JAY

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Ela era virgem. Deus, como uma mulher daquela podia ser virgem? Era demais para mim. Quando ela disse que era sua primeira vez, senti meu coração parar. Ela havia me escolhido. Me confiou algo que nunca mais ia ter de volta.

Ninguém nunca havia feito isso comigo.

O homem das cavernas que morava dentro de mim bateu no peito. É, ela quis ser minha. Nem que fosse por aquela noite.

O que aconteceu é que, eu não queria que fosse só por aquela noite. Eu a queria de verdade. Eu queria transar com ela sempre que pudesse, que desse. Não queria que fosse só aquela vez.

Transar com uma virgem foi novidade para mim. Eu nunca havia feito isso. Fiquei com medo de machuca-lá, fiquei com medo de me mexer. Mas quando ela disse que estava muito bom... ah, só o fato dela falar com sua voz extremamente doce já me dava vontade de chegar lá.

Eu fui ao paraíso com ela e voltei.

Mas me sentia culpado. Ela era pura demais, doce demais, inocente demais. E eu tirei isso dela. Eu sou o diabo. E ela é a minha redenção. Era como se a partir daquele momento, eu não pudesse mais viver sem ela. Ou sem o que ela me deu...

- Jay? - Ouvi sua voz doce me chamar. Estávamos agarrados na cama, como eu nunca fiquei antes. Nossas penas estavam enroscadas e sua cabeça estava deitada no meu peito, bem na direção do coração. Uma mão minha estava em suas costas, fazendo movimentos circulares, enquanto a outra estava por cima da sua, parada em cima do meu peito.

Eu nunca fiquei assim com ninguém. Era ainda mais próximo que sexo...

- Sim? - Minha voz ainda estava rouca pelo que acabamos de fazer. Sorri com a lembrança, nunca me esqueceria do Anjo que me destruiu.

- Você está tão quieto - Disse ela, se enroscando ainda mais em mim. Aquilo era tão bom.

- Estou pensando.

- Em quê? - Sua cabeça se virou o suficiente para que ficássemos cara a cara. Foi aí que percebi. Ela tinha uma pequena cicatriz no meio do nariz. Tão minúscula que só quem olhasse direito conseguiria ver.
Se eu não estivesse tão focado nela, não veria. A luz da lua que entrava pela janela não ajudava muito, mas eu vi.

- O que é isso no seu nariz?

Ela fez menção de abaixar a cabeça quando perguntei, mas não deixei. Botei minha mão em seu queixo e a fiz continuar olhando para mim. Meu peito afundou.

Quem havia machucado o meu Anjo?

- Mia? - Falei com a voz calma.

- Minha mãe deixou o México por causa disso. Meu pai perdeu o controle e passou a bater nela. Na segunda vez, eu me meti no meio e ele me atingiu.

Mais uma vez, meu mundo pareceu sair do eixo. Como alguém seria capaz de bater em uma mulher?

De machucar uma criança de apenas 5 anos? Eu não sabia quem era o pai dela ou onde ele estava, mas jurei que se um dia o encontrasse, faria-o pagar.

Apertei-a ainda mais contra mim e beijei o topo de sua cabeça. Ela era tão frágil. Eu queria protegê-la de tudo.

- Eu sinto muito, Mia - Falei. - Sinto muito.

- Está tudo bem - Ela falou, me abraçando mais. - Não dói mais. Já passou.

Naquele momento percebi que estava errado. Ela não era frágil. Ela era forte. Mais do que eu, até. E sabia perdoar, porque pude sentir na sua voz que ela perdoara o pai. Como eu não sei, mas perdoara.

- Jay? - Chamou-me Mia de novo, depois de perceber que eu não falaria mais.

- Estou aqui, Mia.

- Você não vai embora, vai? - Tinha algo em sua voz. Algo que eu não conseguia identificar. Era como se ela precisasse de mim ali. Que me quisesse ali.

Ninguém nunca precisou de mim antes.

- Só se você quiser que eu vá - Falei, porque era verdade. Eu não pretendia ir embora. Nunca passei a noite com nenhuma mulher. Eu só transava e ia embora. Mas eu sabia que com Mia não era assim e, nunca me senti tão bem com isso. - E mesmo se você quiser, pretendo lutar contra isso.

Senti seus lábios viraram em um sorriso contra minha pele.

- Não. Eu quero você fique.

Beijei o topo de sua cabeça e passei a mão pelas suas costas.

- Então eu vou ficar.

Amor Entre CordasOnde histórias criam vida. Descubra agora