CAPÍTULO 20-FAZENDO AS PAZES!

6.6K 568 166
                                    


Gabriel não saberia dizer quem ficou mais feliz ao ouvir o telefone tocar no outro dia, logo de manhã, se ele ou a mãe!

Era Isabel dando o recado de que o seu patrão queria conversar o mais rápido possível com o antigo enfermeiro.

O rapaz tomou um banho demorado, arrumou-se com cuidado e  obrigou o motorista do táxi a acelerar para chegar mais rápido.

Assim que entrou no quarto de Eduardo, Gabriel ouviu a porta da frente batendo e soube que ele mandara Isabel se ausentar. 

Percebeu que o rapaz também havia tomado banho e se encontrava com uma aparência muito melhor do que na véspera!

_Vejo que você se encontra melhor, Eduardo. Isso me deixa feliz, acredite._disse Gabriel prometendo pra si mesmo não mais reprimir nada do que quisesse falar naquele dia.

_É...eu estou bem melhor e nem sei como lhe agradecer, Gabriel._disse Eduardo timidamente._Como você está? E sua namorada...

_A gente terminou._disse Gabriel cruzando os braços, sentindo, de repente, uma adrenalina que ele não sabia de onde vinha.

_Ah...eu sinto muito. Você deve estar arrasado, pois era um namoro longo e ela era muito bonita...

Eduardo pigarreou.

_Sobre ontem...mesmo ainda estando febril...eu pude sentir a sensibilidade dos meus órgãos voltando, como não sentia desde que você foi embora, mas não pude deixar de ficar incomodado por te obrigar a fazer aquilo...de novo...já que não é um gay...e mesmo que fosse...

Eduardo se enrolava com as palavras que ensaiara tanto antes de Gabriel chegar. 

O enfermeiro usava uma bermuda branca e camiseta cavada vermelha e os pelos das pernas subindo pelas coxas e desaparecendo dentro da bermuda deixavam Eduardo sem jeito. 

Era como se ele não conseguisse parar de olhar, às vezes para as pernas de Gabriel, às vezes para os olhos que o encaravam sérios. 

O advogado estava se sentindo  um  idiota gaguejando daquele jeito!

_ O que eu quero dizer é que...sei que deve ser bem nojento e desagradável pra você..._gaguejou Eduardo novamente.

_De modo algum, Eduardo...pode acreditar...foi um imenso prazer poder te tocar novamente, eu juro! Aliás, só agora eu posso admitir que sempre foi...desde a primeira vez!

Gabriel riu sem jeito, porém, se divertindo ao ver como o advogado se enrolava com as palavras. Estava achando linda a forma como ele franzia as sobrancelhas negras e grossas e alternava os olhos entre seu rosto e às vezes suas pernas e os desviava rapidamente, sem jeito. Lembrou-se, num relance rápido, do dia que Eduardo lhe confessara que preferia as pernas peludas que tinha antes do que as que tinha agora, após o acidente. Ele dissera que haviam depilado os membros para cuidar dos ferimentos e agora, ele não sabia por que, os pelos não nasciam mais. Talvez pelo excesso de remédios, havia concluído triste.

_Não precisa falar assim, Gabriel...não precisa mais fingir..._Eduardo retomou a fala.

_Se alguém está fingindo aqui, Eduardo...com certeza não sou eu!_Gabriel  assustou-se com a própria coragem.

_Não estou entendendo o que você está dizendo..._Eduardo piscou confuso.

O enfermeiro respirou alto, como se decidisse encarar uma prova de fogo!

_Ok, tá legal...acho que vou te amordaçar se você me interromper antes de eu chegar no final e...se depois que eu falar tudo que está entalado na minha garganta desde a primeira vez que eu te ajudei a se...desentupir...se você quiser me por daqui pra fora...acho que nem vou ligar tanto quanto eu imaginei da última vez em que estive aqui...no dia em que você me demitiu...porque eu preciso desabafar com você, cara e não queria ir embora sem falar tudo o que eu estou guardando desde a primeira vez...desde o primeiro dia que eu...

NOSSO ENCAIXE É PERFEITO!-Armando Scoth Lee-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora