CAPÍTULO 34-PÂNICO TOTAL!

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Os dias que se seguiram foram atarefados e pai e filho mal tinham tempo de tomar um fôlego, pois o escritório estava sempre muito cheio.

Dr. Pacheco não conseguia encontrar uma oportunidade para falar com o filho e nem mesmo sabia como fazer para abordá-lo e tentarem chegar a um acordo que pusesse fim àquela situação.

O final do ano sempre era marcado por chuvas torrenciais que levavam o centro da cidade a ficar um verdadeiro caos. Com a chuva forte caindo lá fora, os advogados que trabalhavam junto com Eduardo e o pai começaram a temer alguma queda de energia que pudesse danificar os computadores e, por isso, decidiram fechar os escritórios mais cedo.

Aos poucos, todos foram saindo e, discretamente, Dr. Pacheco notou que Gabriel e Eduardo eram os últimos ainda ali dentro. Viu quando Eduardo pediu que Gabriel o levasse ao banheiro. Imaginando que poderia ser para evitar de descer sozinho com o pai no elevador, o advogado saiu na frente, contrariado, pois se atrasara naquele dia de propósito porque queria forçar uma situação de reaproximação com o filho dentro do elevador.

Ao chegar no estacionamento, Dr. Pacheco viu o pandemônio que se fizera!

Estava tudo alagado e, instintivamente, olhou e notou que o carro de Eduardo estava bem no meio do aguaceiro! Resolveu esperar para ver como eles iriam se virar sozinhos e até imaginou que poderia oferecer ajuda, caso eles precisassem. Entrou no próprio carro e ficou esperando.

_Eduardo, não quero te dar falsas esperanças, mas o seu pai continuou a te olhar o dia inteiro!_disse Gabriel esperando que ele lavasse as mãos.

_Talvez ele esteja procurando um par de chifres de veado ou mesmo tentava descobrir quem é o marido e quem é a esposa._comentou Eduardo amarguradamente._Não tenho mais esperanças, Gabriel. Minha mãe disse que ele não pergunta como eu estou e outro dia comentou com ela que me viu pegando um extrato bancário na sua mão. Com certeza ele deve ter pensado que eu não falaria a senha do meu cartão de banco para você, claro.

_Deixe estar, amor. Com o tempo, ele se acostuma com a ideia. Esqueci de te contar. Camilo me mandou outra mensagem. Voltou do sul, levando uma nova carga. Não escreveu muito, mas mandou a mensagem "sinto sua falta, mano..." Aos poucos, ele também está se acostumando com a nossa situação.

_Acontece que o meu pai nunca mais falou comigo desde o meu aniversário, Gabriel. Já são  meses, cara! Acho que, quanto mais tempo passar, mais difícil vai ficando...

De repente, as luzes piscaram.

_Acho melhor a gente ir logo, porque se a energia acabar, ficaremos presos aqui em cima até ela voltar.

_Vou te confessar que eu não sei o que seria pior...ficarmos presos aqui em cima ou eu tentar te levar cinco  andares nos braços em plena escuridão!_disse Gabriel preocupado.

_Esquenta não, companheiro...a gente já está descendo.

As luzes piscaram novamente. Torceram  para que os mecanismos dos quatro elevadores que ficavam no final do corredor não os deixassem na mão.

_Nossa, Gabriel...eu estou morrendo de fome!_reclamou Eduardo.

_Mentiroso...isso é porque Isabel falou que vai fazer macarrão com molho branco hoje e eu sei que você adora!_riu Gabriel.

_Te garanto que eu gosto mais do seu molho branco do que daquele feito pela Isabel...

Eduardo puxou a cabeça do namorado e mordeu de leve a orelha de Gabriel, como sabia que ele gostava. Segurou o enfermeiro com força por trás e enfiou o nariz entre as suas nádegas cheirando profundamente.

NOSSO ENCAIXE É PERFEITO!-Armando Scoth Lee-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora