CAPÍTULO 7-"LAR, DOCE LAR"!

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O cuidador de idosos ficou sem saber o que fazer e  sentou-se de novo na cadeira decorada que ficava no corredor, aguardando o seu novo patrão voltar. Esperou um longo tempo, até que ouviu um som dentro do quarto. Levantou-se e entrou novamente. Viu Isabel ajudando o rapaz a passar da cadeira de banho para a cadeira de rodas, com a aparência de que tinha tomado banho. Eduardo se apressou em ajudá-la. A mulher agradeceu e o olhou com um semblante cansado.

_Prefiro me lavar no banheiro, pois não gosto que me limpem em cima de uma cama. Além do mais, na maioria das vezes, como eu não sinto nada da cintura pra baixo, como eu te expliquei, a fralda está cheia e eu fico com a esperança que se me limpar lá, aqui não ficará com aquele cheiro de merda o resto do dia._disse Eduardo olhando o rosto de Gabriel, que apenas o observava de maneira inexpressiva.

Finalmente, Gabriel pode examinar mais atentamente a aparência do rapaz que, pelo que ele avaliou, parecia ter perdido peso devido ao problema que enfrentava. Notou que ele estava mais sociável,  ao contrário da véspera. Chegou mesmo a achá-lo simpático, desta vez. Tinha que admitir que não deveria ser muito cômodo estar naquela condição de dependência de terceiros.

Eduardo fez sinal para que Isabel pegasse a folha do contrato que Gabriel estendia.

A mulher olhou que Gabriel tinha assinado e informou ao patrão.

_Agora que ele aceitou, Edu...qual é o próximo passo?

_Ele irá me levar para o meu apartamento imediatamente, enquanto você arruma minhas coisas, Bel. Não quero ficar mais um minuto nessa casa, acredite._disse o rapaz fazendo sinal para que Gabriel pegasse a cadeira de rodas e começasse a tirá-lo do quarto.

_Mas a sua mãe..._começou Isabel aflita.

Eduardo bufou irritado!

_Minha mãe me garantiu que me deixaria voltar para o meu apartamento, assim que eu arranjasse um enfermeiro, lembra-se? Se ela aceitou, não vai ser você quem vai embaçar a minha saída, Bel! Pois bem, arrume as minhas coisas, as suas coisas e nos encontre lá na minha verdadeira casa. Detesto essa decoração que minha mãe insiste em usar nestes quartos, sem contar com as caras das minhas irmãs que ficam me olhando como se eu fosse uma aberração da natureza ou como se não me conhecessem mais. 

Eduardo olhou a mulher aflita no canto do quarto, parecendo indecisa.

_Vai logo, Isabel!_berrou assustando até Gabriel._Por favor, não me obrigue a ficar repetindo tudo que eu falo pra você...e já vou avisando: se não perder essa mania de não prestar atenção no que eu falo, não vou querer que você fique comigo lá, no meu apartamento! Esqueça da minha mãe, Bel...você agora trabalhará só pra mim, ok? Então, a partir de hoje, eu quero falar somente uma vez e quero que você entenda tudo direitinho, Isabel, a começar de agora.

Eduardo bufou novamente, como se contasse até mil antes de explodir e falou devagar, trancando os dentes na tentativa de se controlar:

 _A gente está de mudança, vai sair fora daqui, vai se deslocar com todas as minhas tralhas para o meu apartamento que você já sabe onde é, por isso...vamos, Gabriel, que eu já estou ficando nervoso com esse ambiente que não é mais o meu!

Gabriel obedeceu, ainda inseguro se fizera bem em aceitar aquele emprego com um homem que tratava tão mal aquela pobre mulher.

 _Te espero lá, Isabel. Não demore!

Após Gabriel  ter a ajuda de um dos funcionários do condomínio de luxo para ser transferido da cadeira para o carro, Eduardo lhe deu o endereço e eles saíram, finalmente.

NOSSO ENCAIXE É PERFEITO!-Armando Scoth Lee-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora