A cor dos seus olhos - Epílogo

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"O ano se passou e eu nem vi.

Enquanto eu abotoava minha blusa e pedia para que minha mãe me ajudasse a dar o nó em minha gravata, pensava em tudo que vivi nesse ano. Os amigos que fiz, as experiências que passei, as decisões certas que tomei - e as erradas que foram com intenção de acertar -, todas as decepções, conquistas, lágrimas e sorrisos. Tudo que eu vivi ao longo desse ano, ajudou a me tornar o garoto que eu sou agora, totalmente diferente do que eu era no início, e que me guiará no caminho pro homem que eu quero ser.

Desci as escadas de casa e agradeci mentalmente por cada professor que segurou em minha mão pra me guiar e os que apenas me ensinaram o caminho para que eu fosse sozinho. Cada nota baixa ou alta, resultado de um esforço mútuo, e alegrias ou decepções de ambos os lados.

Entrei no carro e, em minha mente, vinha o rosto de cada amigo mais que querido que adquiri nesses longos e trabalhosos meses. Cada trabalho em grupo, cada prova, cada intervalo, cada saída que dávamos fora da escola, todos os momentos que tive com cada um foi especial. As tardes gastas com os clubes e atividades extras, pra criar novos vínculos e dar conta de mais algumas responsabilidades. Tudo pra nos preparar pro futuro que nos espera.

E, por fim, ao pisar neste gramado pela última vez como um aluno, senti meu peito inflando com orgulho e a maravilhosa sensação de dever cumprido."

- Mais uma etapa que se encerra nas nossas vida e, quem sabe o que nos espera daqui pra frente? Resta erguer a cabeça e dar o nosso melhor. Sempre. Obrigado - curvei a cabeça enquanto ouvia a salva de palmas vinda da plateia.

Minhas mãos só paravam de suar agora; e ainda tremiam. Guardei os papéis com as anotações para o que acabei de discursar em meu bolso e abracei o canudo com o meu diploma em meu peito.

Olhei, uma última vez, pra plateia e vi enfileirados cada um dos meus amigos.

Hyukjae me lançou um sorriso e ergueu os dois polegares, fazendo sinal de positivo pra mim e, apenas aquilo, já serviu pra acabar de vez com a tremedeira de nervoso que eu senti até ali.

Agradeci ao diretor mais uma vez e desci do palco, deixando que a cerimônia se seguisse.

Quando o diretor encerrou, declarando que estávamos, oficialmente, formados, acredito que meu cap tenha sido o que voou mais alto naquele campo. Eu nunca me senti tão leve e eufórico ao mesmo tempo.

Todo mundo começou a se dispersar e eu tratei de correr pra procurar minha mãe. Quando a encontrei, nós nos abraçamos apertado e ela voltou a chorar.

- Estou tão orgulhosa de você - falou em meio aos soluços - Essa foi a melhor surpresa! Por que não me contou que seria o orador? - perguntou e se afastou pra me olhar nos olhos.

- Porque senão não seria surpresa, né? - sorri e ela riu.

- Você é incrível. O melhor filho do mundo! Meu orgulho! - e me abraçou de novo.

Quando eu não consegui mais aguentar a falta de ar, me afastei e olhei em volta, à procura dos meus amigos.

- Já volto, mãe - avisei - Vou encontrar os meninos.

- Tá bom, filho. Vou pro carro - avisou e se afastou.

Avistei Heechul e corri até ele.

- Ei, orador! - me cumprimentou e nós nos abraçamos - Que discurso mais furreca, Donghae. Só chorei porque era você falando.

- Não sei se deveria me sentir ofendido ou lisonjeado.

- Lisonjeado, lógico! Não é qualquer um que me emociona assim.

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