Capítulo 6

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        No elevador, o clima é tenso. Estou quase uma pilha de nervos. Eu vim com o meu pai para tentar encontrá-lo, mas agora que estou com ele, não consigo dizer uma palavra sequer. Sua mão ainda está na minha cintura, como se mostrasse para os demais que eu sou sua propriedade e não fico aborrecida com isso.

Olho para ele pela milionésima vez, seu sorriso torto ainda está esboçado em seu lindo rosto. Ele está olhando para uma pequena e fina televisão que está em cima da porta mostrando as notícias do dia. Seu perfil é maravilhoso! Não consigo entender como que um homem desse pode ser solteiro. Bom para mim que ele seja solteiro! Tudo em seu rosto é muito bem desenhado. Tudo se encaixa perfeitamente, o tornando o homem mais lindo que eu já vi.

O elevador apita, avisando que já chegamos ao andar da garagem. Fernando deixa eu passar em sua frente, como um perfeito cavalheiro. Ele sai logo em seguida e já deixa sua mão em minha cintura novamente. Seguimos no meio dos carros estacionados, até que escuto uma porta de carro se abrindo e uma voz irritante falando:

- Nando, querido! Quero almoçar contigo hoje.

Fecho a cara na hora em que ela fala. Fernando olha na direção de onde a voz veio e responde:

- Desculpa Bel, não posso demorar. Além disso, já estou muito bem acompanhado.

- Assim que você me trata? Argh, idiota. Tchau. - Ela entra no carro de novo e sai em disparada. Ela me ignorou totalmente, parecia que eu nem estava aqui. Encaro o Fernando.

- O que foi Mel? - Ele me pergunta. Homem é tudo igual não é mesmo?

- Nada. - Viro o rosto. - Onde vai nos levar?

- Mel, olhe para mim. - Quando eu não viro o rosto, ele coloca a mão em meu queixo, me fazendo olha-lo. - Ela trabalha no RH* da empresa... é quase uma irmã para mim. Não se preocupe com ela.

- E quem disse que estou preocupada com ela? Além disso, você não me deve explicações.

- Seus olhos me dizem muita coisa Mel. - Começamos a andar de novo.

- Mas... você viu que ela me ignorou totalmente! Odeio quando alguém faz isso. Caramba, virei a mulher invisível e não estou sabendo? - Assim que falo isso, Fernando começa a rir e eu acabo o acompanhando.

- Pode ser, mas tenho que falar uma coisa. - Ele para fazendo suspense. Se aproxima da minha orelha para sussurrar. - Você é bem mais bonita e sexy que a mulher invisível.

Corei. Fico sem fala.

- Preciso te elogiar mais vezes, você fica linda quando cora desse jeito.

-Obrigada. - Digo meio tímida. - Qual é o seu carro?

- Aquele ali. - Ele aponta para uma festa sedan cinza, que está a mais ou menos cinco carros a nossa frente.

Caminhamos em silêncio. Quando chegamos ao carro, ele desliga o alarme e abre a porta do passageiro para mim. Sempre muito gentil. Me ajeito no banco, enquanto ele dá a volta no carro para ocupar seu lugar de motorista. Até agora ele não me falou para onde estamos indo. E como sou uma menina curiosa, estou quase enlouquecendo para saber.

- Fer? - Digo quando ele termina de se ajeitar e coloca a chave na ignição do carro e o liga.

- Sim Mel.

-Você ainda não me disse a onde vamos...

- Você é sempre tão curiosa assim? -Ele começa a rir. - Vamos almoçar em um lugar que tenho certeza que você irá gostar. Além disso, lá tem a melhor batata recheada do mundo.

- Desculpe, mas não estou planejando comer lá, mesmo que essa batata me pareça uma delícia.

-E por que não? Posso sabe?

Simplesmente Acontece.Onde histórias criam vida. Descubra agora