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Bestial suspirou pesadamente, olhando para baixo, para a área rural por onde sobrevoava. Era quase meia noite, e tudo o que ele queria era chegar em casa, tomar um demorado banho, comer qualquer coisa e dormir até o outro dia. Sentia-se cansado, exausto, mas ao mesmo tempo estava orgulhoso. Ele e sua equipe haviam descoberto um esconderijo onde mantiam novas espécie para testes, e não demoraram para agir. Cerca de três helicópteros foram necessários para o resgate de todos os novas espécies. Bestial e sua equipe foram os últimos a deixarem o local, e consequentemente, seriam os últimos a chegarem em casa.

Dezenas de novas espécie foram resgatados, e levados rapidamente para Homeland, onde realmente pertenciam. Lá seriam bem tratados, cuidados e alimentados. Obviamente demorarim para se adaptar, mas toda a paciência e suporte seriam dados a eles.

Bestial saiu de sua bolha de pensamentos quando o piloto, o macho humano que tinha um sorriso fácil, xingou alto.

— perda total! - Saul tentava a todo custo manter o helicóptero para cima, mas todos ali sentiam que estavam caindo. — droga... Porra... estamos caindo!

Não tinha o que fazer, a não ser esperar o impacto, o que não demorou muito para acontecer.

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Depois da discussão com as tias, ela se trancou no quarto, se negando a abrir a porta até mesmo para seu irmão mais novo. Não queria conversar com ninguém. Estava decidida a sair dali.

Eram um pouco mais de onze horas da noite quando ela mandou uma mensagem para sua melhor amiga Mary, perguntando se podia passar um tempo lá. Sua amiga não demorou para responder.

" sabe que é sempre bem vinda. Vou deixar a porta destrancada. Mary. "

Rapidamente, Isabelle enfiou todas as roupas que cabiam em sua mochila. Ela pegou uma caixa em baixo de sua cama e colocou seus livros, sua pequena caixa de som e seu estojo de maquiagem, além dos travesseiros e suas roupas de cama.

Colocou a mochila nas costas e pegou a caixa que estava pesando o dobro de sua mochila. Saiu sorrateira do quarto. Ligou a lanterna, colocando-a na boca e caminhou pela casa silenciosamente, indo direto para a porta da sala, a qual destrancou e saiu sorrateiramente.

O caminho até a casa de sua amiga era grande, e também não havia muita iluminação. Demoraria cerca de vinte minutos andando, claro que com o peso e as pausas para descansar um pouco atrasaria a sua chegada.

Um vento frio a fez olhar para o céu escuro, e suspirar. Iria chover. Aumentou os passos decidida a chegar logo na casa de Mary.

Já devia estar quase na metade do caminho quando sentiu os primeiros pingos de chuva então ouviu o barulho alto de algo com atrito com o vento. Olhou pra cima e viu o Helicóptero. Estava muito baixo e sua hélices não giravam. Paralisada, ela viu o Helicóptero cair não muito longe de onde estava. Não houve uma explosão, mas o som alto da queda a deixou paralisada.

Ficou em choque por alguns segundos, e então resolver agir. Jogou a mochila pela cerca que separava a estrada de pedregulhos e a área privada de algum fazendeiro. Colocou a caixa por baixo da cerca e então pulou. Voltou a pegar suas coisas e correu desajeitadamente até uma pequena árvore onde colocou suas coisas, cobrindo com seu blusão para evitar molhar. Claro, seria inútil, mas ela não pensava bem no momento.

Ela correu em direção ao matagal, olhando por sobre as folhas e seguindo a fumaça que via por sob a mata. Seu coração batia rapidamente, e enquanto corria, rezava para que ninguém estivesse morto e torcia para que não explodisse.

Deus, que todos tenham sobrevivido... E que por favor, por favor, por favor não deixe que o helicóptero exploda... Ela pedia mentalmente, em um mantra.

BestialOnde histórias criam vida. Descubra agora