Capítulo 22: Dobro.

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Zayn saiu andando pela rua e como ele tinha imaginado, aquele dia estava mesmo mais frio que os outros. Sua mãe disse que poderia ligar para ele a qualquer horário, que poderiam se ver a qualquer horário, mas Zayn quis sair para pensar um pouco antes. Mais uma consulta médica da gravidez de Liza e ele não conseguia se lembrar de nada.

Se sentia muito inseguro, era óbvio na cabeça dele que não seria um bom pai, ele tinha que fazer alguma coisa, era como se os dias estivessem passando e ele estivesse se sufocando cada vez mais e nunca deixaria que Liza soubesse disso. Ela tinha sido tudo para ele desde o dia em que tinha acordado no hospital e se assustado com ela o abraçando desesperada, aquele momento tinha sido a melhor sensação que Zayn teve depois da noite em que dormiu com Liza pela primeira segunda vez. No dia que acordou no hospital e ela o assustou com um abraço caloroso, Zayn sentiu alguma coisa pulsando por debaixo de sua pele, como se fossem as suas veias reconhecendo aquela mulher. Foi especial.

Ele nunca poderia magoar ela, ou deixá-la insegura, não mais do que os dois já estavam por conta da gravidez. Em alguns momentos tudo ficava bem, depois Zayn entrava em reflexões profundas e parecia que vivia com uma crise de identidade. Só queria poder se sentir alguém completo de novo.

Ele entrou em uma cafeteria e assim que botou os dois pés dentro já sentiu que poderia tirar a jaqueta, era quente lá dentro e cheirava a café.

— Bom dia. — A mulher atrás do balcão sorriu para Zayn quando ele se sentou em um banco dali.

— Bom dia. — Ele sorriu de volta, observando o menu ao seu lado. Pediu um café forte sem açúcar e pães doces com canela e enquanto esperava pelo pedido ficou batendo os dedos na mesa antes de pegar seu celular quando o mesmo começou a vibrar e visualizar o nome de sua mãe na tela.

Zayn não gostava mesmo de trocar mensagens. Não sabia se era assim. Mas ligações pareciam estar mil anos na frente para ele, era bem melhor do que ficar escrevendo sem parar sem sequer escutar a voz da outra pessoa.

— Zayn! — Patricia atendeu. — Espero não ter te acordado.

— Não. — Ele negou, olhando no relógio grudado a parede a sua frente já se passavam das 8h da manhã. — Imagina. Eu acordo cedo com Liza.

— Ah, e como ela está?

— Liza está bem. Obrigada.

— Vou voltar para Bradford esse fim de semana, hoje ou amanhã, mas ainda não decidi. Ficaria muito feliz se você viesse passar alguma semana em casa, na nossa casa. E você pode trazer Liza com você, podem ser pelo menos três dias… — Patricia parou por uns segundos. — Seu quarto ainda está aqui. Sempre vai poder usá-lo.

— Hum, obrigada… — Zayn não sabia mais o que deveria dizer, não podia dizer que aceitava sem sequer falar com Liza antes.

— Não sei se isso pode te ajudar com a memória de algum jeito, mas espero que sim. Sempre que quiser vir você pode. Ver sua família, visitar os lugares daqui pode ser bom pra você. Posso te explicar tudo.

Zayn engoliu seco.

— Tudo bem, mas não posso agora. Eu vou ao médico com a Liza nesta terça, temos uma consulta do bebê, o irmão dela veio nos visitar. Mas eu irei.

— Vou esperar por você, Zayn. Agora tenho que ir, sinto muito.

— Tudo bem. — Zayn disse e depois de despedidas ele desligou o celular ao mesmo tempo que seu café e pães tinham chegado.

Na terça feira de manhã, depois de todo o fim de semana às 10h Zayn, Liza e Nate já estavam os três a postos na frente do consultório médico no andar da pediatria na sala de espera.

Start Over | Zayn Malik [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora