O professor Kakashi havia passado uma nova tarefa que devia ser feita em grupo. Como na turma de adm, apenas eu e Naruko éramos próximas, resolvemos de imediato fazer juntas. Eu gostava da companhia dela, era algo que me deixava feliz, então não me importava que fizessemos dupla constantemente. O que me preocupava um pouco, era se algum dia ela enjoaria da minha companhia. Não sei ao certo porque isso me preocupava, mas o fato é que acontecia.A matéria não era tão difícil, só exigia alguns cálculos de finanças e eu sempre fui muito boa em exatas. Porém Naruko não parecia tão feliz em ter que fazer um trabalho recheado de contas, vi a expressão preocupada e assustada no rosto dela. Coloquei minha mão em seu ombro e fiz um leve carinho, tentando deixá-la mais calma e acho que funcionou, pois ela deu um pequeno sorriso. Mandei mensagem ao meu pai perguntando se Naruko poderia passar a tarde lá em casa, já que íamos fazer o trabalho e ele aceitou. Ele não estaria em casa, então eu não precisaria ter vergonha do meu pai durão e fechado.
Horas e horas depois, eu e Naruko seguimos destino a minha casa e ela parecia um pouco tímida, eu não entendia porquê, mas imaginei que ela não devia estar tão acostumada com mansões e essas coisas, porque ela e Naruto sempre tiveram uma vida muito humilde.
Minha teoria foi comprovada assim que pisamos no primeiro corredor da mansão Hyuuga. Naruko parecia assustada com o tamanho e agarrou minha mão de prontidão enquanto estava estática atrás de mim. Eu quis rir quando ela disse que era como um filme de terror, eu juro, mas mantive a postura e disse que minha família e meus ancestrais sempre foram religiosos, não tinha o que temer, minha casa tinha proteção de sobra. Talvez a única coisa ruim lá fosse eu.
Assim que chegamos na sala de estar, Naruko se tranquilizou, mas não por muito tempo. Hanabi e Konohamaru passaram correndo para o outro lado da sala e Naruko deu um grito. Eu gritei porque Naruko gritou, eles dois gritaram assustados com nosso grito e a senhora Kyume chegou na sala gritando. O famoso dedo no cu e gritaria, sem o dedo no cu. Naruko correu atrás de Konohamaru pra dar uma surra nele e eu corri pra dar um cascudo em Hanabi. A senhora Kyume se sentou no sofá, coitada, tentando se recuperar.
- Naruko, não conta pro seu irmão que você me viu aqui. Você conhece o Naruto, ele vai ficar me zoando e...
- Então, você tem vergonha de mim, Konohamaru? - Hanabi interrompeu, indignada.
- Não, é que - Konohamaru tentou explicar e acabou se enrolando, enquanto Hanabi o encarava de braços cruzados.
Enquanto os mini pombinhos discutiam, eu cutuquei o braço de Naruko e balancei a cabeça suavemente em silêncio, indicando que ela me seguisse de fininho, deixando os dois a sós. Quando eles perceberam nossa ausência, nos gritaram e eu corri com Naruko até o meu quarto, trancando-o para que não perturbassem a gente. Ao chegar no quarto, caímos na gargalhada, Naruko estava vermelha e eu quase me engasgando em minha própria risada. Após a confusão, resolvemos estudar.
Enquanto fazíamos o trabalho, notei que Naruko tinha uma certa dificuldade com números. Peguei um pote de sorvete para que ela não ficasse tão entediada e tentei ensinar a ela de uma forma não tão massante quanto na faculdade. Ela parecia focada, tentava não se distrair, mas eu entendia quando ela fazia isso, tanto ela quanto Naruto eram hiperativos, devia ser realmente difícil pra se concentrar.
Após algumas boas horas, nós finalizamos o trabalho e de quebra, consegui fazer Naruko entender algo sobre finanças. Combinamos de estudar isso mais vezes e apoiar uma a outra em nossas dificuldades acadêmicas. Minha conexão com Naruko já estava começando a me assustar um pouco. Como eu não tinha ela em minha vida antes?
Naruko quebrou o silêncio que pairava sobre nós, fazendo uma pergunta um tanto quanto aleatória.
- Hinata, como você se vê daqui há uns 10 anos?
- Acho que administrando a empresa do papai, junto com Neji e preparando as coisas do casamento de Hanabi com Konohamaru. Talvez até de babá do filho deles! - nós duas rimos.
- Você quer trabalhar com seu pai ou se sente obrigada?
- Uh, acho que eu gosto. De verdade. Gosto dessa coisa de administrar, de acertar as coisas, contas e tal. Seria legal, é uma oportunidade, né?
- Entendo...
- Por que? Você não gosta de estudar isso?
- Eu não sei, Hina. É que, eu sempre procurei algo que pudesse orgulhar as pessoas e trazer algum dinheiro, pra as pessoas não sentirem mais pena de mim. Pra eu finalmente conseguir ajudar as pessoas também.
- Ei, não diga isso, Naruko! Você me ajuda muito! - eu disse e uma expressão surpresa tomou conta de sua face.
- Te ajudo? Como eu poderia fazer isso, Hinata? Eu dependo dos meus irmãos...
- Não com dinheiro, sua boba! Você me deixa feliz! - eu comecei a me arrepender das coisas que estava dizendo.
- Ah! - ela continuava com sua expressão surpresa, sem entender nada.
- Sabe, você tem esse sorriso todo e esse jeito todo e você é sempre tão legal o tempo todo e também é muito bonita e muito gentil e... - enquanto eu me enrolava em minhas palavras, fui surpreendida com um beijo.
Eu gostei, mas arregalei os olhos assustada, eu não sabia se estava mais assustada pelo fato de ter gostado ou pelo fato de estar beijando uma garota. Talvez os dois?
A boca de Naruko era macia, quase mágica. Porém perdemos o contato cedo demais e por dentro, eu lamentei. Todo mundo dizia que era errado meninas se beijarem, mas naquela hora pareceu a coisa mais certa do mundo a se fazer.
Beleza, eu não devia pensar essas coisas. Ou será que sim?
- Eu não... Me desculpa, eu não sei o que me deu. Eu só... - Naruko se explicou, não conseguia me olhar nos olhos.
- Ei, tudo bem. Acho que isso acontece, não sei bem. Mas tudo bem - pousei minha mão no rosto dela, mas logo desci para o ombro. Não era a melhor situação pra se pôr a mão no rosto de alguém.
- Promete que não conta pra ninguém? - ela deu um sorrisinho sem graça.
- Sim, vamos fingir que nunca aconteceu! Segredo de amigas.
Eu sorri fingindo que estava tudo bem, mas doeu ao dizer "vamos fingir que nunca aconteceu", será que realmente era melhor assim? Será que dava pra fingir?
Desconversamos, tentamos mudar de assunto, mas ainda pairava um clima meio estranho, como se o que fizemos fosse pena de morte ou sei lá o que. Naruko optou por ir embora e eu preferi assim. As coisas iam se acertar com o tempo e em breve nem lembraríamos mais que esse beijo aconteceu. Mesmo assim, surgiam mil dúvidas na minha cabeça.
Se era errado, por que aquilo me atraiu tanto?
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Since, • Naruhina •
FanficHinata é uma menina que tem suas raízes em Konoha, uma pequena vila no Japão. Após morar por alguns anos no exterior, Hinata volta a Konoha e começa a notar sentimentos diferentes por uma garota. Hinata redescobre um novo mundo cheio de cores dentro...