A Pessoa Certa

Cap 1

Acordo com a claridade do sol invadindo meu quarto pela janela. Me levanto da cama e fui em direção ao banheiro e lavo o rosto. Hoje é meu primeiro dia aqui em Londres. Meus pais e eu se mudamos por conta de trabalho. Hoje, vou andar de bicicleta em um parque que vi quando estava vindo para o hotel. O dia está ensolarado e quente, com muitas nuvens azuis no céu, do jeito que gosto.

Tomo um banho e desco as escadas lentamente sem fazer barulho. Paro no meio do caminho com a voz do meu pai:

- Esqueci que Sophie me pediu para a acordar. Ela quer dar uma volta no parque. Vou acordá-la.

- Vai lá amor. - Reconheci a voz da minha mãe. Depois disso escutei passos se aproximando, fui esperta e subi correndo, porém silenciosamente, até meu quarto e me escondo atrás da porta. Solto um risinho e ponho as duas mãos na minha boca.

- Sophie,vamos acordar! - sinto meu pai já dentro do meu quarto.

- Ué, onde se meteu essa garota? Pergunta ele olhando pela janela. Ele quase me viu.

- BUUU! - Gritei. Meu pai olhou para trás num pulo com os olhos arregalados. Desatei a rir colocando a mão na barriga.

- Que susto menina!! Nunca Mais faça isso comigo entendeu? - Exclamou meu pai pondo a mão do coração. Meu pai tem um jeito bem brincalhão, eu gosto muito disso.

- Hahahaha! Tudo bem pai, tá bom. - Concordei tentando me acalmar da crise de risos. - Obrigada por me acordar, já vou descer. - dou um beijo em sua bochecha e abro eu closet enquanto meu pai se retira. Decido vestir um short e uma blusinha branca de verão. Visto, me olho no espelho pela milésima vez, escovo os dentes e penteio meus cabelos castanhos escuros.

Desco as escadas e passo pelos meus pais perguntando:

- Cadê minha avó? E o Noah?

- Estão dormindo no nosso quarto querida, eles estavam muito cansados com a viajem ainda. - Assenti, peguei a bicicleta na garagem e comecei a pedalar aproveitando a brisa sobre meu rosto.

Chegando no parque, vejo crianças correndo, casais namorando em bancos de madeira, barracas de pipoca, cachorro-quente, e uma barraca de açaí. Eu preciso de açaí. Eu simplemente AMO açaí. Literalmente. Pedalo até a barraca, saio da bicicleta e aperto um sininho a minha frente. Demora alguns segundos até que uma mulher ruiva vem em direção ao balcão.

- O que deseja? - Ela entrelaça suas próprias mãos em cima do balcão olhando para mim.

- Eu quero um açaí de cinco reais por favor. - sorrio. Ela prepara meu açaí delicadamente e a pago. Sento em um dos branquinhos, relaxo e começo a tomar. Está delicioso. Eu já disse que amo açaí?

Quando termino, jogo o copo no lixo já desejando por outro e começo a pedalar em volta do porque novamente. Enquanto pedalo, fico imaginando como será amanhã na nova escola, novos amigos, novos professores, novas alegrias... me perco em pensamentos até que vejo um garoto sentado num dos branquinhos olhando pro nada com uma pipoca na mão. E, meu Deus! O que é aquilo? Um deus grego? Ele é muito lindo, tem cabelos longos e cacheados até o ombro, é forte e atraente. Ele solta um sorriso lindo, se levanta e abraça uma menina e beija sua bochecha.. aff.

  
    Você nem sabe quem é ele e já está com ciúmes?

Cala a boca subconsciente, digo para mim mesma. Fico tão entretida com a beleza dele que sinto um pequeno impacto sobre minha cabeça.

- Ai ai ai. - gemo de dor e ponho a mão na cabeça. Eu bati numa árvore. Droga. Subo na bicicleta e começo a pedalar novamente para ir pra casa, olho em volta e lá estava ele, com aqueles cabelos maravilhosos e aquele sorriso lindo e perfeito..

Chegando em casa, ponho a bicicleta na garagem e abro a porta lentamente. Ao abrir completamente, encontro minha mãe colocando uma pizza no forno, e meu pai e minha avó jogando vídeo game.

- Ah isso é roubo, mãe! Não acredito que perdi pela quinta vez. - Meu pai relaxa no sofá.

- Não tenho culpa se eu sou a melhor. - minha avó se aponta com as duas mãos. Rio com isso.

- Cheguei! - Anuncio se acomodando entre eles no sofá.

- Oi querida. - minha avó me beijou na bochecha e meu pai fez o mesmo. Sorri para os dois.

- Hoje teremos pizza. - ela diz tirando a luva de cozinha e a colocando no balcão.

- Obaaa! - Noah, meu irmão de 8 anos aparece descendo as escadas com cara de sono. Bocejou. Me levantei e fui até ele.

- E aí chato! Dormiu bem? - Ele anui. Estranhei sua calma. Ele deveria ter me chamado de chata também ou irritante. Mas nada fez.

- É, eu sei Sophie, você está me estranhando. Mas acontece que hoje, nem você, e nem ninguém vai me tirar da paz. - Disse ele com toda a certeza do mundo. Gargalhei e minha mãe também.

- Ah é? Por que?

- Porque eu preciso passar de fase no Car Rush, e para passar dessa fase, exige muita calmaria e concentração. Então, não me irrite.

- Car o que? -

- Car Rush Sophie. Você não entende de jogos. A essa idade você só pensa em namorar, que nojo. - ele fez uma cara enjoada enquanto minha mãe segurava o riso.

- O que? Chato! - revirei os olhos e Noah sorriu para mim.

Minha mãe chamou todos para a mesa com o tabuleiro de pizza nas mãos e pondo à mesa. Sentamos e saboreamos a deliciosa pizza de calabresa. Acabando a pizza, subo para meu quarto já cansada, me jogo na cama e durmo rapidamente.