Capítulo 4

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Rodrigo puxou assunto com Diego e Isabella, perguntando do evento que tinham feito naquele dia.

Gabriela quebrou o contato visual com Carolina para prestar atenção na conversa, mas ainda sentia os olhos da baiana sobre ela.

O garçom chegou para anotar os pedidos, Dan e Rodrigo pediram uma cerveja e Gabriela pediu mais uma caipirinha, acompanhando o trio. Quase se arrependeu, mas precisava de coragem aquela noite.

- O que foi, nega? - Carolina falou em um tom mais baixo e perto do ouvido de Gabriela, notando a cara de aflição depois que o garçom saiu com o pedido. - Tá preocupada, é?

- Um pouco... - A cantora falou, dando uma risadinha.

- A gente esperou tanto esse momento, não foi? Nosso boteco. - Carolina colocou a mão direita na coxa de Gabi, os dedos apertando um pouco a parte interna, perto do joelho. - Qualquer coisa eu te seguro.

Gabi engoliu seco e em seguida levantou o copo quase vazio, propondo um brinde silencioso. Carol levantou seu copo com a mão livre, enquanto a outra repousava na perna da paulista.

- Ao nosso momento. - Gabi falou, um pouco rouca, a voz quase não saía devido ao nervoso. Virou o restante da bebida de uma vez só, o que provocou uma risadinha na baiana ao seu lado, que a acompanhou e também terminou seu drink em um só gole.

O álcool bateu e Gabriela só conseguia se imaginar colocando o cabelo da morena de lado e beijando o pescoço quente dela. Ficou quieta, olhando para ela, enquanto os outros conversavam entre eles. Carol a encarava de volta, até que se obrigou a inventar um assunto:

- Eu te contei que a minha gatinha é macho?

Gabriela deu uma risada.

- Não! Eu não sei nada da sua vida nesses últimos meses, porque eu sou uma idiota... Me fala, o que você tem feito, onde você tava antes de vir pra cá, onde você vai passar o réveillon... Você tá bem???

Carol riu das perguntas, levando as mãos no rosto. Gabi lamentou a falta do toque dela em sua perna, mas sorriu vendo a morena rir.

- Eu tava em Florianópolis, passeando e trabalhando... - A baiana falou com a voz calma e doce. As duas olhavam fundo nos olhos da outra, felizes em compartilhar aquela conversa. - Vim pra cá só pra ver vocês e domingo eu vou pra casa. Mas na verdade eu mal tenho ficado lá, tenho viajado bastante a trabalho.

- Tão bom voltar pra casa, né?!

- Nossa, muito... A gente valoriza cada coisinha. Até o que irrita a gente no dia a dia, quando você tava muito tempo fora, tudo fica lindo.

- Saudade de me sentir assim, ainda não acostumei aqui no Rio. Eu amo, mas ainda não me sinto em casa, sabe? O mais perto de confortinho assim, de se sentir em casa, é quando vou visitar minha mãe. Mas é a casa dela, né?!

- Ah mas é porque demora mesmo a se habituar, casa nova.

- É... mas continua falando você.

- Qual era a outra pergunta? - Carol riu.

- A mais importante é se você tá bem.

- Muito... - Carol respondeu. As duas mal piscavam, perdidas uma na outra. - E você?

Gabriela meneou com a cabeça.

- Tô ficando.

As bebidas chegaram naquele momento, fazendo as duas lembrarem que não estavam sozinhas ali. Todos brindaram e Gabi tomou um gole generoso, se encorajando para fazer uma pergunta cuja resposta era temida. Mas adiar era ainda pior.

Medo de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora