Capítulo 12

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POV CAROLINA

A boca de Gabriela fazia manobras alternadas no meu mamilo esquerdo enquanto sua mão trabalhava lá embaixo. Eu já não tinha mais forças para nada além de esperar o orgasmo, meu abdômen fazia movimentos involuntários de tempos em tempos. Gabi tinha me torturado o bastante antes de me fazer gemer a primeira vez e agora eu estava sensível a ponto de tremer com qualquer toque na minha vagina. Ela deixou de brincar com o clitóris e enfiou dois dedos, estimulando a parede em um local que ela já sabia que me dava prazer.

Abri os olhos e a puxei, tirando a atenção dela dos meus peitos. Beijei-a na boca com algum desespero, nós duas ofegantes demais pra conseguir ter delicadeza.

Gabriela passou a fazer um movimento de vai e vem, entrando e saindo com as pontinhas dos dedos. Soltei o ar junto de um gemido baixinho e senti a língua quente da paulista no meu rosto, descendo pro meu colo... Torci para que ela voltasse a chupar meus peitos e foi isso que ela fez.

Algum tempo depois voltou a friccionar meu clitóris com movimentos circulares com o dedão, enquanto brincava com a minha entradinha com o dedo médio.

Não foi preciso muito disso para eu finalmente gritar e rebolar na mão de Gabriela, mordi o ombro dela em seguida, achando tudo lindo ao meu redor, enquanto sentia meu corpo em espasmos.

Só quando relaxei a cabeça no travesseiro e puxei o ar que a paulista me beijou os lábios e acarinhou minha testa e cabelos. Estávamos nos olhando tão de perto que eu mal conseguia ver outra coisa além dos olhos negros dela. Juntei nossas bocas novamente, dessa vez pedindo passagem com a língua.

Depois de descansar alguns segundos, foi minha vez de agir, chupei Gabriela até que ela tivesse tanto prazer quanto tinha me dado. Ver o corpo todo dela se contorcendo com o que eu fazia tão delicadamente era delicioso.

Quando estávamos suadas e bastante cansadas, a dona da casa foi pegar água e, quando voltou, retirou um baseado já bolado de dentro na gaveta do criado mudo. Era o que eu precisava para ficar em um êxtase tão profundo a ponto de esquecer meu nome.

- Eu já tô leve, vou flutuar. - Comentei e minha voz chegou a sair rouca.

- Essa é intenção. - Gabi comentou, me entregou a água e se pôs a acender o cigarro.

Bebi metade da garrafa em poucos goles e esperei minha vez de fumar.

- Oxe, passe logo... - Reclamei quando percebi que a paulista já estava dando a quinta ou sexta tragada consecutiva.

Ela riu e tragou mais uma vez antes de me passar o bastão.

- Vai até engasgar. - Comentei antes de aspirar a fumaça. Monopolizei um pouco o cigarro também, antes de devolvê-lo.

Só alguns segundos depois senti a diferença no corpo e na percepção do meu entorno. Sorri para Gabriela, que me analisou com os olhinhos apertados e se sentou na cama, à minha frente.

Ficamos em silêncio apreciando o barulho do ventilador de teto e uma música ao fundo, na rua ou na casa de alguém.  Eu não costumava gostar de escutar música dos outros, mas naquele momento estava parecendo agradável, apesar de eu nem saber o que estava tocando.

Assim que terminamos de fumar, tomamos um banho rápido juntas, sentindo nossos corpos em carinhos, abraços, minhas unhas escorregando de leve sobre a pele dela. Gabriela esfregou minhas costas com a esponja e eu aproveitei, de olhos fechados, o toque era ainda mais gostoso devido ao efeito da cannabis. O banho fresco foi o melhor que tomei em anos.

Nos secamos, escovamos os dentes e me deitei nua, para aproveitar a minha onda com qualidade na nossa privacidade. Me cobri apenas na região da bunda com o lençol, depois que me ajeitei de bruços, e abracei um dos travesseiros.

Alguns minutos depois, Gabriela se deitou de lado e me abraçou. O peso agradável do braço dela só proporcionou mais conforto e eu fechei os olhos, imediatamente entrando num estágio entre a consciência e o sono. Ainda sentia a respiração de Gabi no meu rosto e o deslizar dos dedos dela pela lateral do meu corpo, na altura dos seios.

Adormeci feliz.

E acordei com a boca seca e o corpo extremamente mole. Queria muito voltar a dormir mas a sede e a sensação de que estava atrasada me obrigaram a manter os olhos abertos. Olhei para Gabriela, que agora dormia de costas para mim. Me sentei na cama e passei o braço por cima dela para pegar meu celular. Já estava em cima da hora que tinha combinado de encontrar Isa, ela voaria na tarde daquele dia.

Gabi acordou e me olhou com as sobrancelhas franzidas.

- Estou atrasada pra me despedir da Isa, tenho que me arrumar correndo. - Avisei e deixei um beijinho nos lábios da percussionista.

Tomei uma ducha morna e pensei que talvez ainda estivesse sob o efeito de alguma coisa, porque o meu estado de relaxamento era tão grande... Cheguei a demorar mais do que devia. Enxaguei o cabelo e infelizmente encerrei o banho.

Assim que pisei no corredor, senti cheiro de café e ovo. Passei pelo quarto e vi que Gabriela tinha voltado a dormir, continuei o caminho até a cozinha e encontrei duas xícaras sobre a bancada, uma com chá e outra com café. No fogão, ovos mexidos em uma frigideira grande. Me orgulhei vendo que Gabrielis tinha comprado comida e, ainda por cima, feito meu café.

Prendi a toalha acima dos seios e comi o ovo ainda quente, depois fui me secar e me vestir enquanto as bebidas esfriavam um pouco. Coloquei a mesma roupa que estava no dia anterior e passaria no hotel só para me trocar.

Investiguei a escrivaninha do quarto e encontrei um bloco de papel e uma caneta. Peguei os dois, em silêncio, e só então fui terminar meu café da manhã.

"Obrigada pelo café e por todos os sorrisos essa semana... Me sinto bem demais do seu lado, pretinha! #vamoprabahia? #gafish"

Escrevi enquanto bebia o chá e deixei o bilhete debaixo do maço de paiol ali mesmo, na bancada.

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POV GABRIELA

Encontrei o bilhete de Carolina algumas horas depois que ela saiu. Eu amava surpresinhas e declarações. Estava com um sorrisinho bobo na cara, com certeza. Peguei imediatamente o celular, tirei uma foto do papel e uma da minha cara de otária e mandei para a baiana. "Que delícia encontrar esse recado seu, Peixa... E Salvador com você é um sonho que eu quero realizar o mais rápido possível."

"Linda!!! Hj eu e vc comparando agendas", ela respondeu. E depois acrescentou: "Compra aquele vinho?".

Medo de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora