ʀᴇᴛᴀʟɪᴀᴛɪᴏɴ 彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ

Who are you people?

[Oi, amores. Queria dar um aviso e fazer um pedido. Primeiro, por favor não sejam leitoras fantasmas, comentem, critiquem, deixem estrelinhas, sempre!!! Isso me ajuda a continuar! E o aviso: o Cole vai se envolver com a Zoe, não de maneira romântica ou amorosa, mas sim sexualmente. Não me lembro bem se tem hot detalhado deles, mas pode ser que tenha, então quero deixar avisado. Isso não anula o amor do Cole pela Lili na história, até por que eles não estão juntos. Espero que entendam, boa leitura!]

Faziam, no mínimo, dez minutos que Zoe encarava o pequeno e gasto espelho de moldura vermelha à sua frente. Ela não fazia a menor ideia, mas ao sair da prisão você se arruma em um banheiro separado, onde tem o luxo de se olhar no espelho. Nesse caso, talvez a primeira vez em anos.

Quando foi presa, eles cortaram seus cabelos ruivos bem curtinhos, como faziam com todas as outras detentas, para que não tivessem trabalho. Eram obrigadas a cortar as unhas duas vezes por semana, para não correr o risco de enfiarem em alguém. Eram literalmente tratadas como animais.

Os fios ruivos e ondulados de Zoe agora estavam um pouco acima do meio das costas, caídos como cascadas por sobre seus ombros proeminentes.

Se encarar naquele espelho sujo e embaçado, fez a garota de aparência quase infantil repensar toda a sua vida. Não tinha planos de sair dali tão cedo, e por isso, não havia pensado no que fazer consigo mesma quando estivesse liberta.

Deu um pulo ao ouvir uma das guardas chamá-la ao lado de fora, e se olhei uma última vez no espelho.

Ela estava deixando a antiga Zoe para trás. E Noah também. Ou assim ela pensava.
Respirou fundo e encarou a porta, resgatando toda coragem que tinha dentro de si. Caminhou calmamente e virou a maçaneta, encarando com um sorriso forçado a policial negra e muito bem conservada de no máximo uns trinta e cinco anos. Zoe passou pela mulher de cabeça baixa e pegou a pequena mala que foi estendida em sua direção.

- Pronta pra recomeçar? - questionou apoiando sua mão no centro das costas da garota de estatura baixa, enquanto a guiava para onde ela acreditava ser a saída. Apenas concordou com um movimento de cabeça, apertando as alças da mala com suas mãos suadas pelo nervosismo.

Ela estava pronta para recomeçar. Só não sabia como.

Quem iria dar emprego a uma ex presidiária? Ela não fazia a menor ideia, e isso a apavorou ainda mais. Zoe estava pronta pra correr atrás, retomar sua vida e pela primeira vez tentar ser feliz.

Ao passar pelos enormes portões de ferro, olhou ao redor vendo as ruas vazias. Já era de se esperar. Era dezembro, estava frio e começava a nevar.

A última vez que havia olhado um relógio dentro da penitenciária, eram por volta das onze da manhã, então, agora talvez fossem duas horas da tarde, no máximo.

Começou a caminhar pela rua sem atravessá-la. Não fazia ideia de para onde estava indo, só tinha certeza de que precisava arrumar algum lugar para ficar, ou quando caísse a noite, morreria congelada no meio da neve.

Olhou pra trás, por cima do ombro, um tanto quanto assustada ao ouvir o barulho de um carro começando a parar. Pelo pouco que sabia, aquela área não era muito movimentada, ainda mais por alguém que usasse um carro de luxo como aquele.

A janela do carro abaixou revelando um homem branco e forte, com o cabelo tingido de cobre e a boca remanescia uma linha fina. Ele era forte, aparentemente alto e não devia ser muito mais velho que Zoe. O rapaz sorriu abertamente e ela o encarou de cara fechada ainda andando. Enquanto quem quer que fosse que estivesse dirigindo acompanhava seus passos com o carro lentamente.

- Zoe? - ele chamou, e os olhos de Zoe quase saltaram de sua face, fazendo-a começar a apertar os passos. - Tudo bem. Parece que vamos ter que fazer do jeito difícil. - ele ditou alto, mas não parecia estar falando com a garota.

Ela planeja começar a correr quando ouviu uma freada alta e deu de cara com o carro em sua frente. Recuou alguns passos pra trás, por conta do susto e um garoto maior que o outro, com os cabelos negros penteadora para trás, traços orientais e forte, abriu a porta do lado do motorista indo na direção de Zoe. Ela gritou e deu mais alguns passos pra trás. Quando pensou novamente em correr, ele já havia a puxado para trás pelos braços, fazendo com que sua mala caísse no chão.

- Quem são vocês? - gritou desesperada, mas eles se mantiveram em silêncio.

A garota fora jogada no banco de trás do carro, seguida de sua mala. O garoto que falou com Zoe, empurrou-a para o lado e sentou-se no banco ao seu lado. Tratou de amarrar as mãos da garota com um tecido grosso e tapou sua boca com uma fita preta.

Ela tentava gritar, espernear e se debater, mas era praticamente impossível naquela situação.

- Ela é muito pequena, nunca diria que seria bravinha desse jeito. - o moreno que estava atrás do volante, olhou-a pelo retrovisor e sorriu com ar de deboche.

Se ela estivesse com as mãos soltas, com certeza, teria mostrado meus dedos do meio pra ele.

Babaca.

Os pulsos de Zoe já estavam doendo, e seu corpo extremamente cansado por ter ficado se debatendo por tanto tempo. Ela já não aguentava mais, então, resolveu largar o corpo no banco do carro de luxo em que se encontrava enjaulada.

Assim que percebeu que estavam se afastando do bairro onde era a penitenciária, Zoe ganhou de presente uma venda, que tirara completamente sua visão. Era óbvio que não podia saber para onde estavam levando-na.

"Se esses imbecis acham que vão ganhar algum dinheiro me sequestrando... Coitados!" - Pensou.

O coração da garota estava batendo tão acelerado que fazia seu peito doer. O medo de estar sendo levada até o cara em quem atirou à dois anos atrás, tomou conta do seu corpo, fazendo o mesmo estremecer em repulsa.

"Mas, se fosse realmente ele, talvez fosse bom, aí quem sabe eu não acertasse finalmente sua cabeça." - Considerou.

Zoe fora jogada para fora de seus devaneios quando o garoto "ruivo" puxou-a para fora do carro, tirando a venda de seus olhos. Observou ao redor. Se ela estivesse sem aquela fita em sua boca, ela aberta em completo choque.
Uma mansão branca e de no mínimo três andares estava a sua frente. Ao redor só havia árvores e grama. O local parecia ser bem afastado, e era óbviamente de luxo. Não haviam casas vizinhas, pelo menos não ao alcance de seus olhos.

Os dois rapazes seguraram-na pelos braços, um de cada lado, e a guiaram para onde ela acreditava ser a parte de trás da casa.
Zoe surpreendeu-se ao passar por uma porta que a princípio acreditou ser a de entrada da cozinha, mas era na verdade a porta de um elevador.

- Nós vamos soltar você. Porém, nenhuma palavra. E nem adianta gritar, como você mesma pôde ver, não temos vizinhos pra te socorrer. - o mais forte falou com desdém e puxou a fita de sua boca, fazendo-a soltar um gemido de dor.

Trincou o maxilar e fechou os olhos tentando controlar sua raiva. A vontade da jovem era de socar a cara dos dois, e de quem quer que fosse que estivesse mandando eles fazerem aquilo com ela, no entanto, contra-se e fica quieta.
Os rapazes desataram as mãos de Zoe e, finalmente, a porta do elevador fora aberta. A morena franziu o cenho ao ver o corredor apertado, todo de metal. Era mal iluminado e frio. O garoto mais forte passou à sua frente, e o loiro ficou atrás de si, guiando-a com a mão em seus ombros.

Zoe olhava para o lados completamente confusa, e no fundo, apavorada. Franziu o cenho, novamente, ao ver um deles digitando uma senha na única porta daquele corredor, abrindo-a e revelando mais um corredor igual aquele, porém, melhor iluminado.

O corredor havia várias portas, parecia uma espécie de dormitório de máxima proteção ou alguma coisa nessa linha de raciocínio. Aquele lugar passava a sensação de que mesmo que caísse um meteoro na Terra, nada que estivesse ali seria atingido.

Mais uma porta fora destravada por senha, e Zoe fora empurrada pra dentro da mesma com sua mala. A garota tentou correr em direção a porta para fugir, mas já era tarde demais. Eles haviam trancado-na ali dentro. E agora, a única coisa que ainda ouvia eram os passos deles se afastando.

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