Do you truly hate him?

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Eu não fazia ideia de como encarar Cole depois do que rolou no tatame no dia anterior. Se não fosse por aquela ligação nós dois teríamos transado ali mesmo.

Onde eu estava com a cabeça, meu Deus?

Tudo bem que eu já o conhecia a algum tempo, mas ainda assim era muito pouco tempo, e eu já estava indo contra todos os meus princípios. Tudo por causa daquele maldito beijo. E agora, depois de sentir suas mãos, seus beijos, seus dedos, depois dele ter me dado tanto prazer em tão pouco tempo, eu não conseguia tirá-lo de minha mente. Aquilo era errado. Não só por ele ser um estranho, mas porque eu sei que ele ama outra pessoa, e eu também. Mas por ser tão errado só ficava ainda mais gostoso e tentador.

Agradeci mentalmente aos céus quando adentrei o quarto que Cole estava e o encontrei dormindo. Pelo menos, eu ainda teria mais algum tempo pra pensar em como reagir.

Ele estava mundo machucado, mas não parecia tão mal quanto a imagem que me foi descrita. Ele estava deitado de barriga pra cima, seu cabelo escuro estava bagunçado e espalhado sobre a fronha branca do travesseiro, e suas mãos grandes repousavam sobre sua barriga. O olhei por alguns segundos e suspirei pesadamente logo deixando o quarto.

Coloquei as compras que KJ havia feito em seus devidos lugares e comecei a preparar uma comida leve para que ele pudesse jantar, já que Camila havia dito que até o interior de sua boca estava machucado. Fiz uma sopa de legumes e preparei um suco bem reforçado, caso ele se recusasse a comer, pelo menos o suco ele tomaria e o sustentaria pelo menos um pouco.
Arrumo a pequena tigela de sopa e o copo de suco em uma bandeja, junto de um potinho de sorvete de creme que havia comprado no caminho e vou em direção ao quarto de Cole. Coloco a bandeja na mesa de cabeceira e me sento na beirinha da cama, levando minha mão com todo cuidado do mundo ao seu cabelo, o acariciando.

- Cole... - o chamo baixinho. - Acorda, você precisa comer. - ele resmunga e se mexe na cama logo gemendo de dor.

- O que foi? - questiona rouco e abre os olhos com dificuldade.

- Vem, senta, você precisa se alimentar pra tomar os remédios. - explico e seguro suas mãos o incentivando a sentar-se na cama. Cole se ajeita e recosta suas costas na cabeceira da cama levando suas mãos ao rosto. Ele esfrega os olhos e me olha parecendo estar sem graça.

- Me desculpa por ontem. - murmurou rouco e respira fundo.

- Esquece isso, ok? - peço nervosamente e ele assente. - Você está machucado demais pra falarmos de coisas bobas, e daqui a pouco vou precisar te deixar pra seguir o plano com o Tommy. Cole apenas assente e encara a bandeja fazendo uma careta. - Você consegue comer sozinho?

- Consigo, mas preferia tomar só o suco e o sorvete, não gosto de legumes. - reclama.

- Tenta pelo menos tomar só um pouquinho ok? - ele bufa e estende as mãos. Lhe entrego a tigela com a sopa junto da colher e ele começa a comer, resmungando e fazendo caras e bocas que me fazem rir.

Eu estava vendo um lado dele que eu nunca ia imaginar que ele pudesse ter. Um lado criança, que precisa de cuidado e carinho. Ok, talvez eu estivesse exagerando na imaginação. Ele está muito machucado, é normal que esteja assim.

- Por que está me olhando tanto? - levo um pequeno susto ao ouvir a voz de Cole e o encaro com um sorriso sem graça no canto dos lábios.

- Tô vendo o estrago que fizeram em você.

Cole arquea sobrancelha e nega com a cabeça, logo me entregando a tigela de sopa vazia. O entrego o copo de suco e ele o segura com as duas mãos me fazendo rir baixo. Era engraçado ver um homem daquele tamanho, com as mãos enormes como as dele, segurando o copo como uma criança de dois anos que tem medo de deixar o objeto cair.

Ele me entrega o copo assim que termina e eu lhe entrego a taça de sorvete, que ele logo começa a comer.

- Você está com fome em. - observo e ele arqueia a sobrancelha levantando o olhar em minha direção. - Bom, eu preciso ir. Já são cinco horas e eu preciso "encontrar" com Tommy as sete. - explico e Cole apenas faz sinal positivo com a cabeça.

Caminho até o frigobar e o tiro da tomada, o arrasto até a cama de Cole e o ligo na tomada mais próxima da mesma. Checo o frigobar para ter certeza que o mesmo está abastecido e recolho as coisas depois que Cole termina de comer.

- Bom, tudo o que você precisa está aqui. A Camila vai te mandar mensagem na hora dos seus remédios pra caso eu ainda esteja fora, e como você pode ver, tem umas guloseimas aqui em cima pra você enganar a barriga até eu chegar. - explico pegando uma garrafinha de água e abro a mesma entregando a Cole junto de seus comprimidos. - Você vai ficar bem sozinho? - questiono baixo o acompanhando com os olhos.

- Sim, pode ir. - ele diz depois de engolir os remédios com ajuda da água. - Obrigado.

Terminei de ajeitar as coisas pra que tudo ficasse ao alcance de Cole e logo deixei o apartamento. Peguei um táxi até o local em que eu deveria estar dentro de uma meia hora e deixei Jordan e KJ avisados assim que saí do carro.

O lugar era um tipo de cafeteria-barzinho, com um toque vintage muito aconchegante. Camila disse que Tommy frequenta aquele local para abordar os nerds riquinhos que estudavam em uma faculdade próxima e não iam a boates, então não tinham acesso fácil à droga.

Passeei por dentro da parte da cafeteria onde tinha uma pequena livraria e escolhi um livro pra poder ler enquanto esperava Tommy aparecer se eu tivesse sorte.

Sentei-me em uma mesa ao lado de fora do estabelecimento e fiz meu pedido, que se baseou em um chocolate quente e uma fatia de bolo red velvet.

Eu já havia comido meu bolo e estava no terceiro chocolate quente quando uma sombra masculina projetou-se em minha frente atrapalhando minha leitura. Levantei o olhar lentamente e pude ver Tommy ali, parado em minha frente. Eu queria comemorar, mas não podia. Então, apenas bufei e revirei os olhos.

- Você outra vez? - questiono entediada e ele sorri.

Mesmo com toda raiva e desprezo que eu sentia por ele, eu não podia negar o quanto ele era bonito, principalmente quando estava sorrindo.

- Você está na minha área. - ele puxa uma cadeira e senta-se à minha frente.

- Não me lembro de tê-lo convidado para sentar. - digo ríspida e ele sorri ainda mais.

- Conseguiu fugir do seu namorado, digo, marido? - debocha e eu arqueio a sobrancelha, me forçando a mudar completamente minha expressão. De irritada, para triste. - Toquei em seu ponto fraco?

- Não quero falar com você. Da última vez você me causou sérios problemas. - resmunguei voltando a baixar meu olhar para o livro em minhas mãos.

- Ele machucou você? - ele parece interessado, o que me faz voltar a encará-lo. Apenas nego com a cabeça e suspiro desviando o olhar. - Você realmente o odeia?

Respiro fundo e fecho meu livro o colocando em cima da mesa. Junto minhas mãos e o encaro.

- Por que quer tanto saber?

- Porque talvez nós dois partilhamos do mesmo sentimento. - diz sugestivo.

- Você realmente acha que eu não odiaria alguém que me comprou como se eu fosse um pedaço de carne? - finjo estar alterada e Tommy sorri de maneira satisfeita.

•••

[Aqui vocês podem ver como a Zoe sabe muito bem como interpretar um papel...

Amanhã temos pov da Lili!

Estão gostando da maratona????

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 ʀᴇᴛᴀʟɪᴀᴛɪᴏɴ 彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora