ʀᴇᴛᴀʟɪᴀᴛɪᴏɴ 彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ

He's mine.

[Finalmente o primeiro capítulo com o ponto de vista da Lili! Boa leitura!]

•••

Eu tinha certeza que devia ter ficado em casa, e ver Cole aos beijos com aquela garota só me fez ter ainda mais raiva do Tommy por ter me arrastado pra essa merda de festa.

A minha vontade era de voar em cima dos dois e bater nela até que o último fio de cabelo soltasse de sua cabeça, mas eu não podia.

Eu fiz a pior escolha da minha vida ao trocar o homem que eu amo por uma aventura, e essa decisão vai me assombrar para o resto da vida. Afinal de contas, mesmo que eu quisesse voltar atrás, e pedir ao Cole uma segunda chance, ele nunca me daria. Eu ajudei a roubarem ele, trai sua confiança. Por mais que eu quisesse, jamais teria volta.

Engoli em seco diversas vezes observando aquela cena. Meu coração doía ao vê-lo nos braços de outra, e doía ainda mais por eu saber que aquilo só estava acontecendo por conta dos meus caprichos.

Ele é meu. Sempre foi. Aquilo não podia estar acontecendo, não em tão pouco tempo, não em frente aos meus olhos.

Passei as mãos pelos meus olhos com cuidado pra não borrar minha maquiagem e respirei fundo virando-me de costas para os dois, e me deparando com um Tommy de braços cruzados e aparentemente estressado.

- O que foi? - questionei assim que me aproximei dele, e ele estranhamente sorriu. Arqueei minha sobrancelha em total confusão e cruzei os braços. - O que foi? - questionei novamente, mas dessa vez dando ênfase em cada palavra.

- Em breve nós teremos uma nova ajudante, escreve o que eu estou te falando. - disse convencido e terminou sua bebida. Tommy colocou o copo sobre o balcão e se aproximou mais de mim.

- Tanto faz. - disse indiferente e dei de ombros passando a língua pelos lábios. - Podemos ir embora?

- Não quer saber quem era a garota que estava pendurada no pescoço do seu ex? - questionou com deboche e eu ri sem ânimo.

- Vamos embora, Tommy. - murmurei entre dentes e saí em direção à recepção para pedir a chave do meu carro.

Já eram por volta das quatro da manhã quando cheguei em casa. Aquela cena não saia da minha cabeça de jeito nenhum, e meu choro me sufocava fazendo minha garganta arder por prendê-lo por tanto tempo.

- Já passou da hora de você superar isso, Lili. Você é minha agora. - Tommy disse baixo, encostando-se na porta do banheiro.

Agarrei a pia com minhas duas mãos e levantei o olhar para ele, o encarando pelo reflexo do espelho.

Eu era louca por ele. Ou pelo menos, acreditava ser. Se não fosse, não teria deixado quem eu mais amei em toda minha vida pra ficar com ele. Mas tinham horas, como agora, que eu só queria nunca ter o conhecido. Assim, eu poderia estar nos braços de Cole, e não precisaria me sentir culpada por ser tão idiota.

- Me deixa sozinha, Tommy. - exigi baixo e abri a torneira da pia, começando a lavar meu rosto pra tirar minha maquiagem.

- Você não viu a grossura da aliança no dedo dela, né? - questionou num tom irônico e eu parei de me mover imediatamente. - Eles são casados, Lili. Eu conversei com ela. - Não consegui mais prender o choro, apenas evitei o barulho dos soluços e deixei que minhas lágrimas se misturassem à água que lavava meu rosto.

- Não me interessa. - dito seca me controlando ao máximo pra que meu desespero e tristeza não exalassem em minha voz.

- Ele a comprou, sabia? Ela era uma daquelas virgens que foi leiloada. Uma bela história para um livro. - ironizou.

Eu só conseguia sentir nojo. Repulsa. Por que Cole compraria uma garota? Ele sempre teve a mulher que quisesse ao seu lado sem nenhum esforço.

- Cole não precisaria comprar uma mulher. - termino de lavar meu rosto e pego a toalha para secar-me.

- Ah, mas ele a comprou... Você mesma disse que as garotas que trabalham limpando e organizando o império dele são adquiridas dessa forma. - deu de ombros e eu o encarei abaixando a toalha. Ele tinha razão. - A diferença é que ele se encantou com ela, e por isso a fez mulher dele. - aquilo me atingiu como um soco na boca do estômago. - Mas parece que não é tão recíproco assim, não pela raiva estampada nos olhos dela quando ele se aproximou.

- Porque tanto interesse nessa história, Tommy? - questiono confusa e uno as sobrancelhas voltando a secar meu rosto pra esconder as lágrimas.

- Por que eu a conheço. E para ela desabafar e chorar com o cara que a mandou para cadeia, ela tem que odiar muito o ex amor da sua vida. - debochou.

- O que? - franzi o cenho e o encarei boquiaberta.

- Eu a reconheceria até no inferno, e ela também me reconheceu. Ela tentou me afastar inúmeras vezes e chegou a demonstrar medo. - explicou aproximando-se de mim. - Se ela está frágil o suficiente para desabafar comigo, que provavelmente sou a pessoa que ela mais despreza no mundo, ela está frágil o suficiente para aceitar minha ajuda, e em troca me ajudar a tirar tudo o que o Cole tem. - sorriu de maneira perversa e eu estremeci.

- Por que isso, Tommy? Pra que isso? - questiono nervosamente e o olho nos olhos apoiando minhas mãos em seus pulsos.

- Você não sabe como é viver na miséria e ver alguém se dar bem de todas as formas possíveis enquanto você come comida do lixo. - disse seco.

- Então é inveja? É isso? Você quer derrubar ele porque ele nasceu numa família milionária e você uma criança de rua? - pude sentir meu rosto esquentar de raiva e minha voz saiu mais alta do que deveria.

- Cala a boca! - Tommy gritou afastando-se de mim.

Me encolhi ao ver sua mão vindo em direção ao meu rosto e logo o acertando em cheio, me fazendo cambalear com a força que exerceu sobre meu corpo. A ardência tomou conta de minha pele assim como as lágrimas logo transbordaram em meus olhos.

O encarei cega de ódio e parti para cima dele, devolvendo o tapa com toda força que tinha em meu corpo. Me coloquei atrás de seu corpo e comecei a socar suas costas o tirando de dentro do banheiro.

- Sai daqui! Sai! - gritei desesperada enquanto me esforçava para não cair o empurrando para fora de meu quarto. - Some, Tommy! - esbravejo batendo a porta e a tranco.

Deixo que as lágrimas que eu estava prendendo a horas finalmente escorram pelo meu rosto, e me sento no chão encostando minhas costas na porta. Tombo a cabeça pra trás e encaro o teto.

- Por que você não está aqui, Cole? - sussurro em prantos para mim mesma e enfio meu rosto entre minhas mãos, sentindo meu peito doer por conta dos soluços e do arrependimento. - Eu queria que você estivesse aqui.

[E aí???? Quero saber a opinião de vocês!]