Tommy will die tomorrow.

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"Promete pra mim que você vai me deixar ir junto quando for finalizar o plano. Quero que o Tommy e a Zoe me vejam viva." - Lili repetiu aquilo em minha cabeça até que eu finalmente lhe jurasse que eu a deixaria ir comigo. E eu jurei.

Eu sabia que não era uma boa ideia ela ir, sabia que ela ainda não podia fazer muito esforço, mas era melhor que ela fosse comigo, que sozinha. E conhecendo-a tão bem quanto eu conheço, sei que ela viraria o mundo de ponta a cabeça, mas conseguiria chegar onde eu acabaria com a vida de Tommy a tempo de vê-lo e surpreendê-lo.

Giro em minha cadeira do escritório diversas vezes, pensando em como seria bom finalizar aquele plano e poder viver em paz com a Lili, longe da Zoe, do Tommy e de quem quer que pretendesse nos atrapalhar.

Eu já havia ligado para meus capangas que se passariam por policiais, e já havia combinado com um delegado amigo meu que eu faria um pequeno estrago na delegacia desativada de Hempstead. Agora bastava o frangote do Tommy ficar bem da surra que levou, e esperar que ele resolvesse colocar seu plano em ação.

Duas semanas se passaram. Eu visitava Lili praticamente todos os dias, e ela já estava aparentemente cem por cento curada. Não havia mais restos de hematomas por seu corpo, ela não reclamava mais de dor, nem nada do tipo.

Zoe estava cada vez mais grudada em mim, parecia que quanto mais tempo eu me forçava a ficar com ela, mais ela queria que eu ficasse por perto. E por falar nela... Zoe abre a porta de meu quarto e sorri abertamente em minha direção. Ela corre pra cima de mim e larga seu corpo sobre o meu me abraçando apertado.

- Eu disse a Tommy que a sua entrega milionária é amanhã. - diz próximo a meu ouvido e eu envolvo os braços em sua cintura. - ele disse que estará no lugar marcado.

- Ele se recuperou rápido do sustinho que eu dei nele. - sorrio sínico e Zoe me encara como se estivesse me analisando.

- Eu estou pra te perguntar isso faz muito tempo... Porque fez aquilo, Cole? - ela passa as mãos por meu rosto até alcançar meu cabelo, enfia os dedos no mesmo e o coloca pra trás, afastando os poucos fios que caem pelo meu rosto.

- Porque eu não sou de ferro, Zoe. - sorrio e passo a língua pelos lábios. - Eu precisava vê-lo com medo de mim, e dizer umas verdades na cara dele. E de certa forma foi um troco pelo que ele fez comigo no aniversário de meu pai. - dou de ombros, claramente mentindo, e Zoe arqueia a sobrancelha.

- Foi loucura de sua parte, você poderia ter acabado com todo o seu plano que você lutou tanto pra colocar em prática, amor. - eu rio nasalado ao ouvi-la dizer "amor", e nego com a cabeça.

- Mas não acabei, e de quebra ainda pude vê-lo quase cagando nas calças de medo de mim. - suspiro de maneira orgulhosa e Zoe gargalha. - Você não se apegou nem um pouco a ele? - franzo o cenho e ela rola o corpo para o lado do meu na cama.

- Não. - encolhe os ombros e suspira pesadamente. - Eu não consigo sentir absolutamente nada por ele, apenas nojo, e mágoa por tudo o que passei por culpa dele. - diz encarando o teto.

- Você tem muito sangue frio. - observo e cruzo meus braços na altura do meu peitoral.

- Não é sangue frio, Cole. As vezes, pra sobreviver, você precisa aprender a controlar seus sentimentos e suas emoções.

- E mentir também.

- É, mentir também. - ela sorri fraco. - Essa situação total só me mostrou o quanto eu sei me controlar. - passa a língua pelos lábios e me olha por cima do ombro. - Nunca imaginei que alguém como eu, que veio de onde eu vim e cresceu como eu cresci poderia ser tão autocontrolada assim. - brinca e eu viro o rosto pra parede revirando os olhos sem que ela veja.

- Você merece um troféu. - debocho, e Zoe ri dando de ombros.

- Bom, por onde começamos? Já te contei tudo o que o Tommy planejou, e agora? - senta-se na cama ficando de frente pra mim.

- Agora é aquilo que conversamos, você vai no caminhão com Johnson, porque é o menor dos garotos e fisicamente seria o mais fácil de você apagar. Você vai desmaiar ele com clorofórmio, e ele já sabe disso. Quando você chegar no local marcado, se por um acaso a polícia demorar a aparecer, você vai pedir pro Tommy tirar o Johnson do caminhão, e inventa alguma coisa pra fazer ele esperar.

Johnson era um dos meus funcionários, não fazia parte do meu círculo de amigos, mas era um hacker foda. E, com isso, não era lá o cara mais forte ou bombado do mundo. Sendo assim, era a pessoa perfeita para que Tommy acreditasse que Zoe conseguiu o apagar facilmente com clorofórmio.

- Tipo dizer que tô com tesão e quero dar uma rapidinha no caminhão? - ela provoca e eu rio negando com a cabeça, mas logo fecho a cara pra fingir raiva e ela sorri.

- Inventa qualquer merda. - digo seco e ela assente.

- Então hoje é nosso último dia vivendo na tensão desse plano maluco... - Zoe engatinha em minha direção e senta-se em meu colo. Assinto com a cabeça e passo a língua pelos lábios, observando-a atentamente. - Então nós podemos comemorar... Ou fazer uma despedida do seu plano, o que acha? - diz pausadamente entre os beijos que distribui por meu pescoço e maxilar.

Aperto os dedos contra a cintura de Zoe e sinto-a empinar a bunda contra meu pau. Respiro fundo e nego com a cabeça, forçando-me a questionar:

- O que você tem em mente?

- Eu não sei... Que tal a gente transar aqui no seu quarto? - ela questiona descendo os beijos pelo meu peitoral e eu a encaro com a sobrancelha arqueada. - Nunca transamos aqui. - diz brincando com a barra da minha cueca. Olho meu relógio e levanto-me da quase derrubando Zoe no chão.

- E nem vamos agora, Zoe. Sinto muito. Tenho umas coisas pra resolver, pra que nada saia errado amanhã. Podemos comemorar depois. - sorrio sem mostrar os dentes e pego minha camisa na cabeceira da cama logo deixando o quarto.

Saio de casa em minha moto e parto em direção a New Jersey. Ao chegar em casa dou de cara com Casey e Lili jogados no sofá assistindo TV. KJ já havia voltado pra minha casa, mas dormia em New Jersey quando eu não o fazia, nós praticamente dividíamos turnos.

- Achei que não viria hoje. - Lili caminha rapidamente em minha direção e me abraça apertado.

- E não vinha, mas recebi uma notícia que acho que você vai adorar saber. - murmuro contra os lábios de Lili, após selar os mesmos.

- Que notícia? - ela une as sobrancelhas e tomba a cabeça minimamente pro lado.

- Tommy vai morrer amanhã.

•••

Oi mias leitoras favoritas! O próximo capítulo é o último e depois temos o epílogo. Porém, no passado eu quis muito continuar essa história, então, talvez, em algum momento, eu faça o segundo livro com a continuação dela. Por isso, me sigam aqui, ou no twitter, é o mesmo user nos dois: @bugheadream

Logo postarei duas novas histórias, e colocarei nas considerações finais do penúltimo capítulo, espero que me acompanhem até lá.

Até o próximo, amo vocês.

 ʀᴇᴛᴀʟɪᴀᴛɪᴏɴ 彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora