You killed her!

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[Só porque vocês comentaram um monte resolvi ser boazinha e postar mais um capítulo hoje. Aviso: Esse capítulo possuis cenas pesadas de violência.]

•••

Tommy arranca a fita de minha boca, e me puxa pra fora do carro sem nenhum cuidado, fazendo minha cabeça bater contra o teto do mesmo me deixando completamente tonta. Tento lutar para me afastar dele, mas por estar amarrada, não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer pra me defender.

Vejo Zoe derrubar minha bolsa e sinto meu coração acelerar brutalmente ao ver o teste de gravidez cair no chão. Ela para e se abaixa encarando o mesmo, retira o papel higiênico e sorri de maneira que me dá calafrios de medo.

- Tommy, acho melhor você tomar cuidado com ela. - diz calmamente enquanto ele me arrasta para dentro de casa.

A olho nos olhos, lhe implorando em silêncio pra que ela não diga nada pra ele. Independente de todas as nossas indiferenças, ela convive com Tommy, ela sabe que ele me mataria se descobrisse.

- Por favor, Zoe. - peço quase inaudível quando ela passa por mim. - Eu te imploro. - sussurro tentando me soltar de Tommy, sem sucesso, e ela olha em meus olhos, mas não esboça nenhum sentimento.

- Dela cuido eu, Zoe. - ele diz num rosnado e eu estremeço fechando os olhos.

- Então cuide bem, porque se não você vai machucar seu filho. - sinto meu coração parar por alguns segundos. Tommy vira-se de supetão e me encara cego de ódio.

Tommy não podia ter filhos, nasceu estéril. E Zoe sabia disso, afinal, ela vivia dando pra ele por aí, e eu tenho certeza que ele já havia alertado-a para que não houvesse nenhuma tentativa dela dizer que estava grávida dele para chantageá-lo ou sei lá.

- O que você disse? - Tommy me empurra contra o sofá me fazendo cair de lado no mesmo, e vai em direção a Zoe. - Você está cansada de saber que eu não posso ter filhos! - ele grita pegando o teste das mãos de Zoe.

- Bom... Então acho que podemos imaginar quem é o papai do ano, não? - ela debocha e Tommy se vira pra mim com sangue nos olhos de tanta raiva.

- Zoe, sai daqui. - ele ordena e vem pra cima de mim me levantando do sofá pelos cabelos. Eu solto um gemido de dor, que logo se torna um grito de desespero.

- Mas, Tommy... - ele a corta.

- Sai daqui agora, caralho! - o ouço gritar e ela arregala os olhos, logo largando as coisas na mesa e saindo em direção às escadas que davam para o segundo andar.

Eu encarava Tommy o implorando pra que ele não me machucasse, pois eu sabia que não teria como me defender com as mãos amarradas.

- Isso é verdade sua filha da puta? - ele grita em meu rosto, e bate com o dorso de sua mão em minha bochecha fazendo parte do meu rosto arder com seu ato.

Fico em total silêncio, totalmente estática, sem saber o que dizer ou fazer, apenas sentindo as lágrimas começarem a correr por meu rosto.

- Eu perguntei se é verdade! - Tommy grita novamente em meu rosto e sinto o mesmo esquentar e arder com o novo tapa que recebo.

- É, Tommy! - grito de volta sentindo meu corpo queimar com a raiva. - Eu estou grávida! Grávida do Cole!

- Eu vou matar você. Eu vou matar vocês dois! - ele se descontrola e me empurra no chão com força, me fazendo desequilibrar e bater com a cabeça contra o mesmo.

Sinto uma leve tontura e reviro os olhos lutando para não fechá-los. Sinto as mãos de Tommy em meu corpo novamente e ele me joga contra o sofá.

- Quando isso aconteceu? - ele agarra meu cabelo e me força a olhá-lo nos olhos.

- Não interessa! - digo alto e me debato tentando me soltar dos nós em meus pulsos.

- Você estava comigo quando isso aconteceu, Lili? - sua mão livre vai para o meu pescoço e aperta o mesmo com força, me causando falta de ar.

- Não, eu já tinha ido embora. - digo com dificuldade. - Mas na primeira vez que transei com ele, nós estávamos juntos sim. E eu continuaria transando, e fazendo amor com ele, mesmo que nós dois ainda estivéssemos juntos! Porque só ele sabe como me tocar. Ele é o homem que eu amo. - puxo o ar com ainda mais dificuldade pois Tommy aperta mais seus dedos em meu pescoço a cada palavra minha.

Cuspo em seu rosto, como se estivesse colocando para fora todo o ódio que eu passara a alimentar por ele, e logo sinto um soco em meu rosto, que me faz gritar de dor, me deixando ainda mais tonta.

- Eu vou matar você! - Tommy me joga no chão novamente e eu olho ao redor desesperada, a procura de alguém, ou de alguma coisa pra me defender. A única coisa que encontro é Zoe. Ela está encostada na pilastrada no início da escada, com os braços cruzados e um sorriso vitorioso no rosto. Eu sinto meu peito doer, e quando grito pedindo por sua ajuda, ela corre, antes que Tommy possa notar a presença dela.

- Pode matar, Tommy! - grito desesperada sentindo as lágrimas molharem ainda mais meu rosto. - Mas saiba que mesmo que você consiga tudo o que você quer, mesmo que você tire tudo do Cole, tome a casa dele, e vá viver a vida que é dele, você nunca vai ser ele! - grito deixando que todo meu ódio saia em palavras. - Porque você não é bom o suficiente, Tommy. Nunca foi, e nunca vai ser! Você é um lixo, e eu me enganei feio em acreditar que seu único problema fora ter tido uma infância difícil. - ele me encara estático e respira fundo diversas vezes. - Você é uma pessoa ruim, a inveja estragou sua vida! E eu prefiro morrer a ter que passar mais algum dia do seu lado. Você me dá nojo, Tommy. E me dá ainda mais nojo de mim por ter deixado alguém como o Cole pra ficar com você.

Eu não o estava provocando, estava apenas colocando tudo o que eu sentia para fora. Eu não morreria sem deixá-lo saber o quanto eu o desprezava, e o quanto eu me arrependia por ter me envolvido com ele.

Tommy parte novamente pra cima de mim, e dessa vez, ele tá um chute na altura de minhas costelas que me faz gritar tão alto que posso sentir minha garganta arder. Ele passa a dar socos, chutes, ponta pés por todo meu corpo, sem nem ao menos se importar onde estava pegando.

O desespero me invade e eu me encolho em posição fetal, tentando proteger minha barriga com meus joelhos já que meus braços ainda estavam amarrados.

Tommy me suspende pelo cabelo voltando a me jogar no sofá, ele agarra minhas pernas com uma mão dá um soco em minha barriga, o ar me falta com aquele ato, e ele o repete diversas vezes. Eu choro de dor, de raiva e desespero. Grito a todos os pulmões o pedindo pra parar, mas ele está cego. Ele me encara com tanto ódio nos olhos que me dá arrepios.

Sinto o gosto de ferrugem invadir cada vez mais minha boca, meu corpo inteiro está tão machucado que começa a adormecer. As dores que sinto na minha barriga são agoniantes, como se estivessem arrancando todos os meus órgãos com as mãos, e minha visão começa a escurecer mais a cada segundo.

De repente os chutes e socos de Tommy param, e seus gritos começam a ficar distantes.

- Você a matou! - escuto a voz de Casey muito de longe assim que fecho meus olhos. Sinto o peso de uma mão em meu corpo, acredito que em meu pulso, o segurando por alguns segundos. - Você a matou, seu filho da puta! Você a matou! - Casey gritava enlouquecido, e eu não conseguia mover nem um músculo se quer pra dizer para ele que estava viva, mas talvez, não por muito tempo.

 ʀᴇᴛᴀʟɪᴀᴛɪᴏɴ 彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora