Mafalda
maffteixeira
Uma semana de faculdade e já me sinto assim 😴
📍 Lisboa
♥️ 1989 💬 20Sentada no Arco do Cego com Daniela e Bruna, trocávamos opiniões sobre as novas cadeiras. A Bruna só pensava em desistir.
Foi uma primeira semana exausta, algo que já estávamos à espera. Estas semanas na vida boa estragaram todo o tipo de habituação a acordar cedo e toda a energia.
No entanto, era uma questão de voltar à rotina de aulas, trabalhos e frequências.
Rúben Dias
Cheguei agora do treino. Apanho-te ás 19h?
Estou no arco do cego com elas. Passas por aqui?
Sim. Quando tiver a chegar aviso
- Hum... É o menino?
- Sim. Chegou agora do treino. Amanhã é mais um jogo contra o Sporting. Acredito que vá ser muito mais difícil.
- Sim, é provável. Depois da outra derrota, eles devem ter adotado outra tática.
- Mas vão ganhar, tenho a certeza.
Concordei com a Daniela. Pelas mensagens que trocava com Rúben, podia sentir a ansiedade, o nervosismo para o jogo.
Nenhum jogo era igual. Havia sorte. Havia azar e a equipa tinha que dar tudo em campo. Quem os viu ganhar no Domingo, podia vê-los perder na Quarta. Era uma questão de concentração, e de luta pela vitória.
Estava positiva, a equipa evoluiu bastante. Dar ouvidos ao treinador e simplesmente jogar com toda a ambição e garra necessária.
Pouco tempo depois, Rodrigo aproximou-de de nós. Ia levar Daniela e Bruna para casa. Acabei por mandar mensagem ao moreno, para saber se demorava ou não.
Tinha acabado de sair de casa, portanto fiquei à espera dele no mesmo sítio.
Não demorou muito a chegar.
- Então, como está a minha universitária? - O sorriso do moreno surgiu. - Com fome, espero eu!
Assenti, pois já petiscava alguma coisa.
- Ótimo, vou levar-te a um restaurante perto do terreiro, onde costumava almoçar com a minha mãe. - O rapaz começou a conduzir.
- Parece-me bem! - Sorri-lhe de volta. - Como é que correu o treino hoje?
- Bem, tivemos a acertar as coisas para amanhã e tu? Com correu a faculdade? - O caminho foi rápido, pois falamos o tempo todo. Notei que o humor dele estava diferente.
Parecia um pouco abatido, embora carinhoso e preocupado em manter assunto. O que gostava bastante na sua personalidade.
Era tudo fácil e natural em relação a conversas, a convivermos tanto tempo por dia.
Conhecia o restaurante escolhido.
Adentramos no mesmo, onde uma reserva em nome do Rúben estava feita. Indicada a mesa, a funcionária deixou-nos as ementas e retomou o caminho para o balcão, com um ar e um sorriso igualmente simpáticos.
Escolhi bifinhos com cogumelos e natas, arroz e batata para acompanhar. Esfomeado, Rúben optou por um naco da vazia.
Os acompanhamentos foram os mesmo. Para beber, dois sumos de ananás. Logo, os olhar do moreno prendeu o meu. Mostrei-lhe um tímido sorriso e este esticou a mão.
Pousada na mesa de madeira, pousei a minha sob a dele, um tanto envergonhada.
Antes que lhe pudesse dizer algo, o meu sorriso desapareceu ao reconhecer duas silhuetas. Algo mau estava por acontecer.
- Mafalda, que se passa?
- Não quero estragar o ambiente, mas a tua mãe e o teu padrasto acabaram de ser sentados duas mesas atrás de nós. - Rapidamente, olhou para trás.
A sua depressão amorosa caiu, dando lugar aos nervos que os dois lhe causavam.
Dei-lhe um leve aperto nos dedos.
- Ignora Rúben.
- Com tantos dias, porquê logo hoje? Nada me pode correr bem, caralho. - Indignado, levou a mão livre aos cabelos.
- Está a correr bem. Eu estou aqui. - Consegui captar as suas atenções.