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Rúben

Sentia-a nervosa.

Estávamos deitados no sofá, podia ser largo, mas não o suficiente para que não a abraçasse e mantivesse contra mim.

Sentia um conforto inexplicável perto dela. Era um começo de um vício para mim.

Queria contar-lhe um pouco do meu passado, pois queria que me falasse do seu. Porém, uma parte já me desvendou. E desvendava cada vez que lhe tocava e a elogiava. Sabia que precisava de ter cuidado com atitudes.

E isso assustava-me bastante, pois as minhas antigas paixões foram diferentes. Havia imensa pureza com a Mafalda, uma ingenuidade e uma falta de experiência.

Fosse no que fosse. Mas, podia dizer que nunca a tocaram da mesma forma que eu. Seja a nível sentimental ou físico.

Até podia estar bastante errado.

Mas uma coisa era certa, não estava habituado à imaturidade da Mafalda.

No bom sentido. Conhecia raparigas mais velhas ou mais experientes. Despreocupadas e que não se importavam com uma noite apenas, o que não ia ser o caso de Mafalda.

Nem o que pretendia com ela. Gostava bastante da sua presença, para conhecer, tocar e largar. Nem fazia parte de mim.

- Estás tão calado... Estás bem?

O meu coração acelerou, devido ao susto. Sabia que não me conseguia ver e ainda bem.

- Sim, estava atento ao filme.

- Aquele que está no intervalo há dez minutos?

Olhei para a televisão, ficando atrapalhado. As suas risadas chegaram aos meus ouvidos e com todo o cuidado, virou-se para mim. Estávamos bastante perto um do outro

Abracei a cintura dela para que não caísse. Ela pousou a cabeça no meu braço, observando-me com o meu ar atrapalhado.

- Estás a pensar no quê?

Normalmente era ela quem ficava nervosa. De momento, era apenas eu.

Arrastei ligeiramente o meu rosto para o dela, encostando os nossos lábios durante segundos, até a sentir sorrir. Ao afastar-me, o rosado nas suas bochechas intensificou.

- Gosto de ti.

Ela sussurrou, o que me apanhou desprevenido e deixou ainda mais com cara de parvo. Porém, um sorriso cresceu na minha cara.

O que se passava com ela? A Mafalda tímida só com um sorriso e um beijo.

- E eu gosto de ti. Muito.

Senti os dedos dela deslizar pelo meu rosto e o seu olhar entrelaçar intensamente com o meu e tudo a fervilhar dentro de mim. Uma miúda tão bonita, tão doce e tão... Sedutora.

De uma forma inocente, sem tentar. Nem ela sabia do que era capaz.

Por muito recente fosse, queria ser eu a fazê-la a conhecer tudo o que desconhece. E ajudá-la a encontrar a sua beleza e sensualidade.

- Rúben, podes parar de estar estranho? É esse o meu papel, não o teu!

Resmungou.

- Também posso ter pensamentos impróprios contigo ou não? - Brinquei, vendo-a a arregalar os olhos. - Ah, não é esse o teu papel? Desculpa lá! - Fingi-me atrapalhado.

- Tu és tão idiota! Como se tivesses esse tipo de pensamentos comigo...

- Bem... Na posição em que estávamos durante a primeira parte do filme... - A morena ganhou ainda mais cor no rosto.

- Rúben! Pára com isso!

Soltei uma gargalhada. Ela ficava atrapalhada e corada tão facilmente comigo.

- Se te sentires melhor, digo que é mentira.

Ficou pensativa por breves instantes.

- Mafalda?

- Tiveste mesmo? Digo, pensas em mim... Em nós, dessa forma? - Senti o ambiente a ficar um pouco mais tenso. - Sê sincero.

- Ó, não constantemente. Mas já pensei. Posso admitir que já te imaginei nua. - Levou a mão à cara quase caiu do sofá. - Estou a brincar! Acho que és bastante atraente e sim, claro que penso em estar contigo dessa forma.

- A sério?

- Sim, a sério Mafalda. Acontece quando és homem e és atraído por mulheres. E quando as mulheres são gostosas como tu.

Arqueou a sobrancelha.

- E eu sou homem. Sou atraído por ti. E tu és a mulher mais gostosa que já vi.

Sorriu, bastante corada.

- E tu, também já pensaste em mim? - Arqueou a sobrancelha. - Dessa forma. - Aproveitei-me e deslizei os dedos lentamente pela sua anca. - E qual é a resposta? Sim ou não?

Subi ligeiramente mais a camisola que usava, de modo a deslizar mais longe. Podia senti-la a arrepiar-se por baixo dos dedos.

- Sim.

- Só sim?

- Perguntaste sim ou não. E eu respondi. Agora não podes pedir para elaborar. - Piscou o olho e eu deixei-a 'ganhar'.

Sabia que era novo para ela e não queria forçar a nada. Pelo menos, admitiu.

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