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Jake

Emma saiu em missão com Krista, Sean e Milles. Espero que ela fique bem.

O refeitório parece vazio hoje, a maioria deve estar dormindo. Como sempre.

Carter Jenner quase teve os ossos do rosto pulverizados, ainda bem que Dr. Parker lhe deu o reconstrutor de cálcio a tempo.

O que será que ele tinha na cabeça pra lutar com uma soldada novata assim? Eu nunca entenderei.

- Jake? - Alana se senta. - R contou à Emma antes de sair.

- Deve ter achado necessário, mas pedi à ele que não contasse com detalhes. Não quero que ela se sinta mal por quase matar aquele imbecil.

- Nem eu quero, mas R acha melhor controlar ela de perto.

- Controlar? - levanto uma das sobrancelhas. - Como assim?

- Algum tipo de treinamento mental com um dos governantes, Cyrus disse que seria possível fazer isso.

- Ninguém vai controlar a cabeça dela. - uma fúria começava a queimar meu peito.

- R tem agido muito estranho desde a última reunião com os governantes.

- Ele não está falando muito. - Diane se aproxima de nós. - Depois de ver a Emma arrebentar um veterano até eu ficaria surpresa.

- E não ficou? - pergunto.

- Sei que ela tem uma força monstruosa. - começa. - Eu a vi 2 anos atrás quando aconteceu a invasão, então não me surpreende.

- Você assistiu tudo? - pergunta Alana.

- Um pouco, a vi defendendo algumas crianças e depois avançando contra os invasores, se movia rápido. Mal consegui acompanha-la com os olhos.

- Ela é boa. - digo, balançando a cabeça.

Me lembro também que Emma se machucou muito. Se eu tivesse ido com ela, isso não teria acontecido.

Talvez esse lado estranho dela não tivesse despertado. Eu estava tão irritado com a morte da minha irmã, só queria me deitar e dormir por uma semana inteira.

Rio comigo mesmo ao me lembrar que ela quase arrombou a porta do meu quarto.

- Ele deve estar pensando nela. - comenta R ao se sentar.

- Em quem? - Diane sorri.

- Emma, é claro. - diz ele.

- Não nego e nem confirmo. - digo.

- A levou ao ponto 7, não é? - ele sorri.

- Levei. - digo devagar, eles me olham como se esperassem mais do que essa resposta. - Não aconteceu nada.

- Você é muito lerdo. - Alana me dá um tapa na cabeça. - Acha que outros veteranos não tem interesse nela também?

- Eu sei que tem.

- E o que você fez? - Diane ia responder a própria pergunta, mas a interrompo.

- Ameacei todos eles. - recebo olhares de desaprovação. - Estou brincando.

- Não está. - R levanta uma das sobrancelhas.

Fico em silêncio, claro que ameacei os outros veteranos. Emma precisava se concentrar no treinamento e não em outras coisas.

Ela é tão ingênua e intensamente emocional, e é por isso que gosto de ver seu rosto se iluminar quando faz algo novo. Mesmo que esteja com medo.

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