다섯

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Merda!

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Merda!

Hoje eu tenho que ir à casa do Park Jimin.

Com que cara eu apareço lá? Eu acho melhor mandar mensagem inventando a desculpa de que eu estou passando mal.

- Alô?

- Quer que eu te busco ou você vai sozinha? - Era Jungkook. Enquanto eu estava pensando em uma desculpa, ele tinha me ligado.

Forcei uma tosse falsa e funguei o nariz.

- Eu acordei passando mal, Jeon-Ssi. Você pode me mandar o que eu tenho que fazer por e-mail? - Forçei outra tosse.

- Nem adianta! O nanico me avisou sobre você tentar arrumar desculpas pra não ir - Suspirei derrotada.

- Me manda o endereço dele.

- Tem certeza que não quer que eu te busque?

- Tenho. Até mais!

Passei a maior parte da manhã organizando minha casa - meu quarto pra falar a verdade. - Acho que o máximo que eu tinha que fazer era tirar a poeira dos outros cômodos.

Quando fui guardar algumas roupas, encontrei uma caixa. A caixa onde eu guardo as coisas que me faziam sentir livre. Não me orgulho de algum dos objetos de lá, mas me ajudavam na época.

Tirei meu caderno. Era onde eu liberava cada coisa que ficava, sempre presa em minha garganta. Folheei algumas páginas vendo que a maioria, parecia ter sido molhada. Lembro de cada lágrima que deixei cair enquanto escrevia.

24/08/2015

Hoje ouvi dizerem que eu não teria futuro. Uma menina que se corta, que não diz nada, só fica de moletom preto se escondendo das pessoas. Eu não tenho voz.
Se eu pudesse, queria nascer de novo. Trocar apenas minha personalidade. Queria ser como todos os outros. Queria ser normal.
Meu pai briga comigo por causa disso. Ele diz que não suporta ter uma filha assim. "Como eu vou deixar minha empresa na sua mão assim" ele diz. "Nenhum homem vai te querer assim" minha mãe diz. "Eu não quero isso" eu tento dizer.
Sabe, eu pensei outra vez em suicídio. Mas por sua causa, caderno, hoje vou tentar viver mais uma vez.

Desculpa, caderno, por estar te molhando outra vez. É que se eu não escrever ou chorar eu posso entrar numa profunda escuridão e não retornar. Eu não quero isso. Tenho que ser forte. Por mim mesma, eu preciso disso.
Eu tenho medo do amanhã, caderno. E se eu falhar outra vez? E se amanhã eu não conseguir tampar os ouvidos pra voz que diz que eu sou insuficiente? Você vai estar aqui amanhã, caderno?
Por favor, caderno, esteja comigo amanhã e ouça o que eu vou ter a dizer.

Sem perceber eu estava molhando o caderno novamente. Parecia que tudo estava voltando. O mesmo sentimento. Aquela menina de antes ainda sou eu. Ela ainda está aqui dentro. Ela ainda pensa em desistir. Mas agora, ela tem uma voz, mínima que seja, mas tem. Ela é ouvida. Mas não do jeito certo.

𝑼𝒏𝒊𝒗𝒆𝒓𝒔𝒊𝒕𝒚 𝑹𝒂𝒅𝒊𝒐 | 𝗝𝗸Onde histórias criam vida. Descubra agora