Saudade, Ciúme e Desejo

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Anitta Pov

Assim que Ju desligou o telefone eu parei o carro na garagem, o desliguei, respirei fundo, meu corpo todo tenso, ela me pagaria por ter deixado Amanda preocupada, me pagaria por tentar destruir meu namoro. A encarei, ela sorriu timidamente, então sem me conter soltei um belo tapa na coxa dela, sentindo a palma da minha mão arder.

- Qual o seu problema afinal?

Gritou para mim, dei as costas já saindo do carro e caminhando para dentro de casa, reparei que ela logo me seguiu.

- Eu é que pergunto Juliana, qual é o seu problema? Por que contar a ela? Pensei que não quisesse mais destruir meu namoro, estou vendo que estava errada.

Reparei na minha mãe descendo as escadas com um sorriso no rosto, joguei minha bolsa sobre o sofá, eu precisava me acalmar ou faria besteira.

- Oi, como foi o ensaio?

Encarei minha mãe e sorri irônica.

- Pergunta para a Juliana, hoje ela esta ótima para informar coisas.

Ambas pareciam assustadas comigo, revirei os olhos, dei as costas.

- Preciso ficar sozinha.

Completei antes de subir a escada e me trancar no meu quarto, respirei fundo algumas vezes, me joguei sobre a cama.

- O que há de errado comigo?

Perguntei para mim mesma, afinal eu nunca havia sido tão explosiva na minha vida toda, sorri como louca.

- Legal, estou falando sozinha agora, isso é muito bom.

Revirei os olhos, agarrei o travesseiro e abafei um grito tentando tirar aquela raiva que estava me consumindo por dentro.

- Larissa..

Me recusei a descobrir meu rosto, ela estava querendo mesmo apanhar.

- Pensei ter dito que queria ficar sozinha.

Disse abafado contra o travesseiro, o silêncio predominou por alguns segundos, então senti o colchão se mover.

- Sou sua amiga Larissa, vou desrespeitar seus pedidos quando eles não forem bons para você.

Então puxou o travesseiro das minhas mãos e o colocou sobre as pernas, deu um sorriso tímido.

- Deita aqui, sei que precisa de colo..

Balancei a cabeça, ela nunca desistia de mim afinal, me encostei no travesseiro e recebi um cafuné.

- Eu contei a ela porque primeiro, você é minha amiga, eu te amo, não quero que fique doente, e se ela é a única que pode te fazer entrar na linha porque não recorrer a essa opção?

Ela não olhava para mim, seu rosto corado.

- Segundo, ela me pediu isso, pediu para que eu cuidasse de você enquanto estivesse longe, acho que adivinhou que surtaria.

Meu coração acelerou ao saber daquilo, então ela estava cuidando de mim mesmo estando longe.

- Prometi que contaria se você estivesse mal, afinal faço qualquer coisa para que fique bem e ela não pode lidar com a distância se souber que você não esta realmente bem, segura.

Involuntariamente uma lágrima desceu por meu rosto, tratei de seca-la então vieram mais e eu não consegui mais parar.

- Me desculpa..

Ela sussurrou sem entender minha reação, neguei com a cabeça já me erguendo, me sentando, respirei fundo para conseguir dizer.

- Não estou brava.

For EternityOnde histórias criam vida. Descubra agora