Capítulo 11

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Nós três estamos na biblioteca da escola.

Não é bem de um u todo uma grande biblioteca, mas faz jus ao seu nome. Tem mais ou menos o tamanho de três salas de aula, grandes. Tem várias prateleiras, onde os livros são organizados por autor, matéria escolar e período da literatura brasileira.

Tem uma prateleira só com as obras da Clarice Lispector; uma outra com obras de Machado de Assis. Do outro lado da sala tem livros sala tem os livros escolares. No meio, digamos assim, são os livros de literatura pesada, como eu gosto de chamar.

Ontem foi segunda-feira e não teve absolutamente nada de interessante. Eu apenas me organizei com o Augusto, para que amanhã possamos apresentar o trabalho de filosofia sem nenhum empecilho.

Ainda ontem, nesta mesma hora, dez minutos depois de todos sermos liberados e estarmos aqui na biblioteca, Lucas nos contou como foi fazer o trabalho com a Elisa. Ele nos contou que em casa ela é uma garota mimada e que teve de fazer o trabalho sozinho, pois ela não moveu um dedo para fazer o trabalho.

Ele também nos falou sobre sua casa e pelo que parece, deve ser uma bela de uma mansão.

Minhas costas estão doendo. Estou a mais de meia hora sentada em frente ao computador, enquanto Lucas está ao meu lado.

Na semana passada tivemos de arrumar os livros, mas nesta semana temos de colocar todos no computador, organizando por autor, período da literatura e muitas outras coisas chatas.

O que será que aquele diretor vai inventar de novo?

Eu estou catalogando, enquanto Lucas vai me dizendo os títulos e autor e Daniel está organizando os livros nas prateleiras.

— Eu acho tudo isso uma perda de tempo — Lucas bufa ao meu lado — Eles querem que a gente estude, mas estão nos deixando aqui, para fazer o trabalho deles.

— Mas pelo menos podemos falar mal de Elisa — Rio.

— Um dia vocês ainda vão se dar mal de tanto falar dos outros — Daniel nos olha.

— Por mim não faz diferença — Lucas dá de ombros.

Na segunda-feira não aconteceu nada de muito escabroso, apenas falei com Guto sobre o nosso trabalho de filosofia, vimos o que deveríamos falar e entre outras coisas. E, Daniel veio falar comigo sobre como ele faria para se aproximar de Augusto, pois, estava mesmo disposto a fazer amizade com ele.

Lucas também nos falou — quando estávamos ontem fazendo o que deveríamos fazer (começamos com os autores nacionais e hoje estamos catalogando uma parte da literatura em si) — sobre a casa de Elisa, o quão grande a sua residência é, e também sobre como ela é mimada e insuportável, mas isso não é novidade para ninguém.

Eu já não aguento mais ter de fazer o trabalho dos outros. Apenas espero receber algum ponto extra no final do bimestre.

— O que acham de irmos ao cinema hoje a noite? — Daniel nos olha ao colocar o último livro na prateleira. No canto da sala, existem cinco mesas, uma ao lado da outra e em cima há inúmeros livros para serem catalogados. Estamos fazendo tudo de uma forma vagarosa, pois não temos nenhum tipo de obrigação.

— Eu acho uma ótima ideia — Lucas sorri e se levanta. Se espreguiça e reclama — Se o diretor não parar com essa coisa ridícula, eu vou espalhar um segredinho dele — Riu.

Fiquei assustada com isso. Troquei olhares com Daniel, sem entender.

O que será que ele iria espalhar do diretor?

Mesmo eu tendo um certo ódio por ele, isso não é certo. Não. De jeito nenhum.

— Eu só fui no cinema duas vezes — Ri.

Amor (nem tão) Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora