35.

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P.O.V. Betty

-Betty, amor! Estou indo! —Jughead gritou do andar de baixo.

-Ta bom! Bom trabalho! —gritei de volta.

Saí do banheiro e fiquei olhando minha barriga no espelho do guarda roupa. Como está grande! Como meu menino cresceu nos últimos meses...

-Mamãe te ama. —disse passando a mão e minha barriga.

Coloquei um vestido, é a única coisa que consigo vestir ultimamente, e desci para preparar meu café da manhã.
Quando me sentei, com certa dificuldade, no assento da bancada, senti uma pontada na barriga. Ignorei, a médica disse que nesses últimos meses de gestação seria normal. Continuei a comer meu cereal quando senti de novo, dessa vez mais forte. Fechei os olhos e respirei fundo contando até 10. Levantei e fui caminhando devagar até a pia, com medo de que com qualquer movimento brusco a dor voltasse. Não adiantou, veio de novo, e ainda mais forte que das outras duas vezes. Coloquei minha tigela na pia e fui em direção à sala, buscar meu celular. No caminho, senti meus pés molhando. A bolsa. Respirei fundo mais uma vez e tentei manter a calma.

-Aaaa! —meu Deus, que dor é essa?!

Peguei meu celular e liguei para o Jughead. Um toque. Dois toques. Três toques. Merda! No quinto ele atendeu.

- Oi, amor. Tudo bem?

-Juggie... —não consegui continuar pois mais uma contração veio.

-Betty? Betty, o que foi?

-A... bol.. bolsa...

-Ai meu Deus! Meu filho vai nascer? Ai meu Deus, calma. Você tá em casa?

-Si... aaaaa... Sim, estou. Tá doendo.

-Estou indo. Vou ligar pra Ronnie passar aí e te levar pro hospital. Ela vai chegar mais rápido que eu.

-Ta. Rápido.

-Te amo.

5 minutos depois Ronnie entrou na minha casa totalmente desesperada e falando nada com nada. Subiu e voltou com a bolsa do bebê. Archie e ela me carregaram até o carro. Que dor!

Archie foi dirigindo como um maluco enquanto Ronnie intercalava entre fazer exercícios de respiração comigo e ligar para os meus pais, Jughead e minha médica.

Não sei quanto tempo depois, mas pra mim mais tempo do que eu gostaria, chegamos ao hospital. A doutora Young já estava a postos. Me levaram para uma sala onde já estava tudo preparado. Meu parto seria normal e estou começando a me arrepender disso porque já está doendo muito.

-Faz força, Betty.

Eu tentei mas não tinha força, não dava.

-Vamos, Betty, você consegue!

Tentei de novo, mas não conseguia.

-E-eu... eu preciso... preciso do Jughead... Cadê o Jughead?

-Ele está vindo, querida. Mas não desista, tenta! Você é forte, você consegue.

Lágrimas caíam dos meus olhos. Eu fazia força, mais força... Nada.

A porta se abriu. Revelando a minha força. Jughead. Sorri ao vê-lo. Com ele eu consigo. Eu e ele. Juntos.

-Amor... —ele disse segurando minha mão. —Ei, tô aqui contigo. Sempre.

Olhei de dentro de seus olhos. Os olhos que me mostram o amor, que mesmo depois de anos ainda me fazem sentir borboletas no estômago, que me faz sentir a mulher mais sortuda e especial do mundo.

Eu consigo.

Apertei sua mão e fiz força. Senti a energia dele passando para mim. Fechei os olhos e empurrei com mais força. Uma única lágrima escorreu do meu olho direito juntamente com um choro de bebê. O meu bebê.

A doutora Young colocou ele no meu colo e então eu desabei. Olhei para Jughead que também estava chorando.

Meu filho ainda estava sujo, com os olhos fechados, mas lindo. O mais lindo de todos.

-Vou levá-lo para fazer a pesagem, banho e primeiras vacinas. Trago ele para vocês logo, logo. —tirou meu filho do meu colo e me senti vazia, afinal foram 9 meses com ele sempre junto comigo.

-Vou avisar aos outros em quanto você toma banho. —Jughead disse e eu assenti me levantando com a ajuda de uma enfermeira. —Betty, obrigado. Eu te amo, mais do que você possa imaginar.

-Eu não conseguiria sem você. Eu te amo, muito.

Sorrimos e ele saiu do quarto.

Tomei banho e quando voltei ao quarto, ele já estava com lençóis trocados e uns balões. Aposto que os balões são coisa de Verônica.

Deito na cama e Jughead, meus pais, Ronnie, Archie e meus sogros entram.

-Betty! Ele é tão lindo —Verônica disse.

-Claro que ele é, é meu filho, né?!

-Ah cala boca, Jughead. Você se acha o gostosão né? —Archie disse implicando com o amigo.

-Mas ele é. Meu marido é o mais gostoso. —eu disse.

-Ai tá bom vocês aí. Quando ele vem pro quarto, Betts?

- Não sei, mãe. Também queria saber. —eu quero segura-lo logo! Ver seu rostinho, saber como são seus olhos...

-Olha quem veio conhecer a família... —uma enfermeira entrou sussurrando.

Ela pôs ele no meu colo e Jughead se aconchegou ao meu lado na cama.

-Oi, meu amor —falei baixinho, alisando seu rostinho perfeito.

-Oi, Peter, aqui é o vovô.

Jughead estava todo bobo, não conseguia nem falar.

Ficamos um bom tempo ali paparicando Peter até que todo mundo foi embora deixando apenas eu, Jughead e ele. Eu não sabia que estava esperando tanto por esse momento até ele acontecer. Minha família está, de fato, aqui. Agora nós podemos vê-lo, tocá-lo.

-Segura ele, amor.

-Eu não sei fazer isso, Betts.

-Claro que sabe. Anda.

Jughead tirou os braços envolta de mim e pegou Peter. O sorriso que se abriu em seu rosto, foi o mais lindo que ele já deu até hoje. Eu poderia ficar o resto da minha vida assim, só olhando para esses dois. Os dois homens da minha vida.

-Olha, amor, ele está abrindo os olhos.

Pra minha sorte, são como os de Jughead. Perfeitos. Combina com ele.

Peter ficou olhando para mim, e eu me senti preenchida. Eu não preciso de mais nada na vida.

- Até ele já sabe que você é a mulher mais linda do mundo. —Jughead disse.

E no momento em que disse, Peter o olhou. Como se reconhecesse a voz do pai.

-Ele conhece a gente. —eu não pude conter o sorriso.

-É claro sim.

Cheguei mais perto e coloquei minha cabeça no ombro de Juggie. E só ficamos ali, curtindo nosso bebê. Nosso Peter.

Nas mãos do destino - Bughead StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora