MARATONA Capítulo 13

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Sinto as mãos de Vinícius segurando minha cintura e me apoio em seus braços para não cair, sinto meu coração batendo acelerado contra o peito. Sinto um medo incontrolável de estar fazendo alguma estupidez, mas quando sinto sua língua invadindo minha boca esqueço de todos os medos e me entrego a esse momento.

A tanto tempo não sou tocada ou sequer beijada que me agarro a esse momento como uma tábua de salvação, tiro da mente qualquer obstáculo que ela esteja tentando criar.

– Desculpa... Não resisti – Vinícius fala ofegante encostando a testa na minha

– Isso foi...

– Maravilhoso – Termina a frase por mim

– E rápido demais – falo me afastando um pouco dos seus braços

– Gabi somos adultos e donos das nossas escolhas, não estamos fazendo nada de errado – fala voltando a se aproximar e dou um passo para trás.

Eu vejo sinceridade nos olhos de Vinícius, mas ele também parece tão desesperado em ter uma mãe para Malu que não sei o que pensar, tenho medo de estar me enganando novamente e me decepcionar outra vez. Quem pode me julgar? Depois de tudo seria estranho eu não sentir medo.

– Ei, relaxa Gabi. Vamos no seu tempo ok? – pergunta e assinto.

– Preciso ir embora, amanhã meu plantão começa cedo – falo mudando de assunto.

– Vou aceitar essa desculpa – fala sorrindo – Mas vou te levar em casa – fala decidido.

– Estou de carro, não precisa se preocupar.

– Faço questão, vamos no seu carro depois volto de táxi – sinto meu coração se rendendo um pouco mais com seu carinho.

– Não precisa. Suba e fique um pouco mais de tempo com sua filha, amanhã saímos para almoçar pode ser? – pergunto e ele assente

Vinícius me acompanha até a garagem com a mão na minha cintura, meu corpo se aquece com seu simples toque. Quando paramos ao lado do meu carro me viro para encara-lo.

Seu sorriso de lado é o suficiente para me fazer esquecer de qualquer compostura e pular em seus braços.

Vinícius se recupera rápido da surpresa e corresponde meu beijo com intensidade.

Ele pressiona meu corpo sobre o carro e sinto o ar faltar dos pulmões, seu beijo é urgente e me entrego a ele.
Está na hora de parar de viver do passado se vou sofrer? Como posso saber! Hoje eu aprendi que não dá para viver para sempre remoendo o passado, as lembranças do meu filho sempre será presente em minha vida, porém não posso permitir que isso me tire a vontade de viver. Eu preciso continuar tentando, mesmo que isso signifique me arriscar novamente e me magoar. Mas algo dentro de mim me diz que agora será diferente, que minha história finalmente terá um final feliz. Espero que isso não seja minha mente me pregando uma peça, mas se for eu vou seguir em frente novamente.

Vinícius se afasta sorrindo e faço o mesmo. Sinto minhas bochechas pegando fogo, a muito tempo não tenho uma atitude tão impensada e tão gostosa.

– Você é maravilhosa – fala e sorrio envergonhada

– Desculpa por Isso...

– Desculpa? Você pode fazer isso todas as vezes que sentir vontade, você só tornou minha noite melhor – fala e assinto sorrindo.

– Agora eu realmente preciso ir, amanhã vamos almoçar e conversar mais sobre esse caso complicado que estamos desenvolvendo – falo enquanto ele abre a porta do carro para mim.

– Futuro namoro Gabi, mas por enquanto isso serve para mim – fala depositando um selinho em meus lábios e fechando a porta.

Sorrio feito uma boba e depois de me despedir de Vinícius saio da sua casa feliz da vida.

Chego em casa e o sorrio largo não sai dos meus lábios, tomo um banho cantando debaixo do chuveiro, se minha mãe visse isso ela ia surtar de felicidade
.
Me enrolo em um roupão e sigo para a cozinha para fazer um chá antes de dormir, respondo algumas mensagens de Vinícius enquanto a água ferve e me sinto uma adolescente apaixonada.

Coloco a água dentro de uma xícara com um sachê de chá de erva doce, antes de colocar o adoçante minha campainha toca e estranho porque o porteiro não avisou que ninguém estava subindo.

Sido para a porta já imaginando que seja minha mãe me fazendo outra surpresa, mas ao abrir a porta  minha surpresa é outra.

– Kamilla? – vejo a mulher na minha frente completamente pálida enquanto segura a mão do seu filho.

– Me ajuda – pede antes de cair na minha frente

– Meu Deus – grito tentando aparar seu corpo.

Mamã –Gabriel grita assustado enquanto tenho o corpo de Camilla praticamente deitado sobre o meu.

Um vizinho que escutou meu grito saio do seu apartamento e peço ajuda.

– Me ajude a coloca – lá na cama por favor – ele segura seu corpo como se não pesasse nada

– Não é melhor chamar uma ambulância? – pergunta enquanto o guio até o antigo quarto de Kamilla.

– Vou ligar para o medico dela, ele saberá o que fazer – ele assente e coloca Kamilla na cama.

– Ela está gelada – fala e o olho assustada

Me aproximo e vejo que ela está respirando, seu pulso está fraco mas ela está viva.

Pego um cobertor e coloco sobre seu corpo, Gabriel ainda chora ao meu lado e o pego nos braços.

Ele se aninha em meu pescoço e faço carinho em suas costas para acalma-lo

– Muito obrigada moço – falo acompanhando meu vizinho até a porta.

Gabriel fica quietinho em meus braços e aproveito para pegar meu celular para fazer uma ligação, no segundo toque ele atende.

– Eu preciso de ajuda... Por favor – peço quando lágrimas molham meu rosto.

Desligo o telefone e faço uma oração silenciosa, peço a Deus que não a deixe morrer, não agora. Não nos meus braços, eu não vou suportar.

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