Capítulo 32

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O dia passa lentamente, as horas ao lado de kamilla se resume com ela dormindo, tossindo, e com enfermeiras vindo aplicar medicamentos para dor.

Recebo mensagens da minha mãe a todo momento querendo notícias, ela grava vídeos de Gabriel brincando e comendo, mostro a kamilla mas ela mal aguenta ficar de olhos abertos e tudo que faz é forçar um sorriso fraco.

-Oi, atrapalho? – André pergunta colocando a cabeça dentro do quarto

-Claro que não, entra – falo baixinho e ele assente

André se aproxima da cama de kamilla e ela abre os olhos lentamente, sua boca abre e fecha algumas vezes na tentativa de falar algo, mas tudo que ela consegue é uma ataque excessivo de tosse, levanto rapidamente e limpo o sangue do canto da sua boca com um pano úmido que a enfermeira deixou ao lado da cama.

-Não fala nada, descansa – André fala segurando sua mão e beijando sua testa

- Água – ela pede em um sussurro e coloco um pouco em um copo e com ajuda de um canudo levo até seus lábios

-Mais? – pergunto e ela nega com a cabeça

-Você não precisa ficar aqui o tempo todo, precisa descansar – ela fala me olhando e dou de ombros

-Estou onde devo estar – falo e ela me olha nos olhos assentindo

-Se você quiser ir para casa descansar um pouco, posso ficar com ela essa noite – André fala e olho para kamilla que assente

-Claro, eu volto amanhã então, tudo bem para você? – pergunto para kamilla

-Se você prometer que não vai acabar com todo o sorvete, sem problemas nenhum – fala e sorrio

-Engraçadinha você, então volto amanhã, descansa e me espera ok? – peço e ela assente

-Prometo que estarei aqui amanhã – fala e assinto um pouco mais aliviada

-Cuida dela, e qualquer coisa me liga – falo para André

-Pode deixar, ela estará em boas mãos – fala piscando para kamilla

-Pelo jeito vai mesmo – deposito um beijo no rosto de cada um e saio do quarto

Saio do hospital e sigo direto para casa, encontro Gabriel sentado no tapete brincando com seus brinquedos, aviso a minha mãe que irei tomar banho e já me junto a eles.

-Então, como ela está? – minha mãe pergunta assim que entro na sala ainda de cabelos molhados

-Fraca, mal consegue ficar acordada, tudo o que consegue comer é uma colher de sopa e olhe lá – falo me sentando no tapete ao lado do meu filho

-Ah, mas comida de hospital é horrível, irei fazer um caldo bem reforçado para ela amanhã, você via ver, ela vai ficar forte o suficiente para voltar para casa – fala limpando uma lagrima que molha seu rosto

-A mãe...

-Eu não vou perder uma filha, não para essa doença, não desse jeito, ela vai voltar para casa, vou cuidar dela, ela pode não ter meu sangue, mas é minha filha e não vou enterrar uma filha minha – fala com as lagrimas molhando seu rosto

Deixo Gabriel sozinho no tapete e me sento ao seu lado no sofá, a puxo para meus braços e a deixo chorar baixinho em meu colo.

-Eu sinto muito mãe, eu também não consigo deixa-la partir, mas vamos fazer assim, amanhã se ela estiver melhor, levo você e Gabriel para visita-la tudo bem? – falo e ela assente fungando

-Ela cometeu muitos erros Gabi, mas é uma boa menina, ela se perdeu, ficou confusa com seus próprios sentimentos, estragou tudo a sua volta, mas ainda sim não é justo, as pessoas erram a todo momento.

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