Capítulo 22

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Sonia entra no quarto me fazendo levantar a cabeça para olha-la.

-Dr. André está no telefone, parece importante.

Me levanto rapidamente, trazendo kamilla junto comigo, ela me olha meio assustada, mas sorrio para ela.

-Será que o juiz negou o pedido? – pergunta trêmula.

-Lógico que não, deve ser outra coisa, fique aqui que vou falar com ele.

Sonia a ajude a se arrumar, vamos passear no parque, se você quiser ainda? – pergunto olhando na direção de kamilla que assente se sentando na cama.

Saio do quarto e sigo para a sala, fico meio apreensiva com o que vou escutar do outro lada da linha, pego o telefone e respiro fundo.

-Como vai André? – pergunto me sentando no sofá.

-Bem e você? Kamilla está bem? – pergunta preocupado.

-Está sim, vamos sair daqui a pouco. Sem querer ser rude, mas diga logo o motivo da ligação – falo apreensiva.

-A data da primeira audiência já foi marcada – fala sem rodeio.

-Já, mas tão rápido assim?

-Junto com o pedido enviei ao juiz uma carta explicando a situação de kamiila, consegui um laudo medido sobre sua situação e o juiz resolveu agilizar o processo, será daqui dois dias.

-Ai meu Deus.

-Calma Gabriela, vai ficar tudo bem. Porém precisamos conversar sobre algumas coisas, estava pensando em passar aí a noite, algum problema? – pergunta e me levanto do sofá andando de um lado para o outro.

-Claro que não, mas estou com medo – sou sincera.

-Eu sei, mas não precisa. Kamilla confia em você para fazer isso, e o juiz levara em consideração, Gabriel te adora, você tem trabalho, residência fixa, condições para criar o menino. – Fala me tranquilizando.

-Mas não sou casada.

-Isso pode se tornar um obstáculo, mas vamos inverter caso vire. Agora se acalme faça um bom passeio a noite passo aí – fala se despedindo e o agradeço por tudo.

Me sento no sofá de mãos trêmulas, tudo esta se tornando tão real que estou ficando assustada,  quero isso mais que tudo, mas sinto medo que tudo não passe de um sonho frustrado da minha vontade de ser mãe.
Meu telefone volta a tocar e atendo no automático.

-Finalmente Gabriela, estava quase pegando um ônibus e indo até aí – minha mãe fala do outro lado.

-Oi mãe, tudo bem? – falo me sentando novamente no sofá.

-Tudo péssimo, faz dias que não falo com você, só aquelas mensagens aleatórias, que não explica o real motivo desse sumiço, o que está acontecendo? – sorrio do seu jeito mandão e resolvo contar a verdade.

- Primeiro estou saindo com uma pessoa, um homem maravilhoso... Mãe? - me assusto com o grito que escuto do outro lado da linha.

-Aí. Meu. Deus. – fala pausadamente.

-Mãe está tudo bem? Que grito foi esse? – pergunto preocupada.

-Foi nada filha, só eu comemorando que você está desencalhando. – Fala e fico boquiaberta.

-Eu não estava encalhada, só não queria compromisso com ninguém, não depois de tudo – falo na defensiva.

-Gabi você é linda, maravilhosa, e como sua mãe te desejo toda felicidade do mundo, vou te apoiar em qualquer decisão, mas eu não suportava mais te ver sofrendo filha, pedi tanto a Deus que trouxesse uma luz para sua vida. – fala com a voz embargada.

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