20 - Passado Está de Volta

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Cole estava dormindo agarrado ao travesseiro, uma perna dobrada e a outra esticada, o rosto de lado mostrava um leve rubor em sua face. Ele sempre ficava levemente avermelhado depois do sexo. E que sexo!

Agora eu estava sentada sobre a cama, admirando meu noivo dormir cansado e exausto, em um avião que eu ao menos sei para onde levaríamos ou o que esperar sobre esse nosso relacionamento.

Estava claro que havíamos ultrapassado um limite que foi estipulado para preservamos nossos sentimentos e que o mais provável é que eu sairia machucada quando tudo acabasse e me visse sozinha novamente.

Eu sei que por mais que eu fique na dúvida, na indecisão posso ter deixado claro que o amo, mas eu sinto que uma parte de mim não permite isso. Pois, além de um carinho imensurável que sinto por ele, uma parte de mim deseja com todas as forças tirá-lo de meu peito.

Mas se Cole continuar com esses atos, me tratando dessa maneira, eu estarei completamente perdida para ele, fodida e mal paga.

Eu tentei dormir, mas não consegui, com um aperto enorme no peito e uma vontade enorme de voltar para nossa casa na fazenda. Nosso lugar seguro. Sem empregados, família nos assombrando ou até teorias estranhas sobre incesto.

Eu quase nunca tive pressentimentos quando coisas ruins estavam para acontecer e percebi isso depois de todas essas tragédias terem acontecido comigo. Eu ao menos tive um indício, nem um avisinho meu subconsciente me deu, mas hoje, por algum motivo, eu estava com um pressentimento estranho. Não está sendo causado pela minha ansiedade, eu sei disso, por mais que eu esteja extremamente preocupada por coisas futuras que não devem ser levados tão a sério, mas que meu cérebro simplesmente não entende, eu tenho uma melancolia esquisita sobre mim nesse momento, me mostrando isso.

-- Lili... O que faz acordada? --- Cole perguntou com a voz rouca e os olhos inchados de dormir. Como pode ser tão delicioso quando acorda?

-- Não estou sono. --- ele levantou o lençol que eu me deitasse junto ao seu corpo nu. Não recusei e me aconcheguei em seus braços grandes e fortes.

-- Feche os olhos e tente descansar, vamos demorar a pousar. --- sussurrou em meu ouvido para depois passar sua língua e logo em seguida deixar um mordida sobre o lóbulo.

{...}

-- Cole! --- me joguei sobre suas costas, assim que descemos do avião. -- Você me trouxe ao Havaí?! --- gritei, virando seu corpo para mim e me jogando em seus braços como uma criança feliz em ter ganhado um doce.

De repente, recebendo olhares de pessoas que estavam caminhando pelo aeroporto, eu decidi parar com o escândalo.

-- Você me trouxe ao Havaí... --- murmurei como se fosse um segredo. -- Você me trouxe ao Havaí?! --- não me aguentei e gritei, fazendo suas mãos me soltarem e irem até suas orelhas. -- Sempre sonhei em viajar para cá depois da faculdade... --- não estava conseguindo segurar o meu sorriso no rosto.

-- Acho que não preciso perguntar se gostou.

Voltei para seu braços, segurando seu pescoço e me levantando com as pontas dos pés para beijá-lo.

-- Está de brincadeira? Estou pirando...

Havia um carro nos esperando quando desembarcamos do Aeroporto Internacional de Honolulu.

-- É tão lindo...

-- Se soubesse que ficaria tão feliz teria feito essa viagem antes.

-- Como uma lua de mel antecipada?

-- Nada mais justo, não é? --- meu sorriso chegou batendo aos olhos.

Meu coração parecia que iria explodir de paixão, me senti extremamente aliviada. Foi como se essa viagem e esse homem em minha frente, apagassem qualquer resíduo de preocupação ou pressentimento ruim que estava sobre mim.

A PRISIONEIRA - sprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora