02 - Intenso, Escuro e Luxúria

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Acordo pela segunda vez naquele dia. A dor em meu braço quebrado ainda me incomoda, eu preciso de um médico, isso pode infectar ou pior. Esse psicopata idiota quer me matar e isso de me prender aqui é só mais uma de suas torturas.

Me sento na beirada da cama e logo ao lado dela há uma escrivaninha bem velha e antiga, mas o que tem encima que me desperta. Há dois pedaços de bolo e uma garrafa d'água. Não penso nem duas vezes quando devoro o alimento e logo bebo uma quantidade enorme de água. Que eu estou com muita fome isso estava óbvio, comi isso em menos de dois minutos.

    -- Estava realmente com fome, Ararinha. --- a voz do meu rapitor estava sendo pronunciada de um canto escuro do quarto.

   -- Pode por favor não me chamar assim? --- ele não se aproximou. Apenas deixou um sorriso sínico sair de seus lábios com exagero.

   -- Eu lhe chamo do que eu bem entender. --- se aproximou de mim e pela primeira vez consegui ver seu rosto.

Ou a metade dele. O homem que me prende aqui tem um tipo de máscara, da cor preta, que deixa uma parte de rosto tampada. Mas a outra parte dava para ver muito bem. Estava óbvio que ele era um adulto psicopata e idiota por fazer isso comigo, mas também era óbvio, mesmo que só uma parte de seu rosto a vista, o filha da puta era bonito. Seus cabelos pretos e grandes, olhos verdes, mas opacos, escuros e sem vida.

Ele se aproximou mais de mim e me coloquei em pé assim que ele fez um aceno de mão para que eu me levantasse.

   -- Espero que eu não tenha sequestrado uma total inútil. --- segue à linha reta em direção à mim. -- Você vai limpar a casa aparti de hoje. Cerar e fazer minha comida, mas quando eu mandar você voltar para esse quarto não precisará ser repetido duas vezes, entendido? --- o que me restou foi balançar a cabeça positivamente. --- E não adianta tentar fugir. Claro que não é impossível, mas se eu lhe pegar... É esquartejamento na certa. --- engoli em seco, e minha vontade de chorar só aumentava.

    -- Entendi...

    -- E irá tirar a pele das crianças que caço. --- solto uma exclamação de terror. -- Foi uma piada. --- Ele murmura sarcástico.

Ele caminhou até a porta e eu continuei quieta e intacta em meu lugar, como uma idiota submissa. Não sei o que é pior; aturar o idiota do meu namorado ou esse sequestro imbecil.

   -- Não chore. Não vou fazer nada se você seguir as minhas regras. --- depois disso ele caminhou comigo pela casa. Me mostrando cada cômodo, aonde eu devo limpar.

A casa era completamente empoeirada. Não tinha muitas janelas e as que tinham ele se aprimorou de fechá-las com madeiras e pregos. Teve um lugar que ele me disse para não ousar entrar, mesmo com curiosidade sobre do que se tratava, decidi ficar quieta e apenas obedecê-lo. Depois de um tempo ele saiu, pensei em fugir, mas a porta estava trancada a cadeado e isso me fez querer chorar. Eu estou me sentindo uma idiota mais inútil. Chorando o tempo inteiro, nem com as agressões e as palavras cortantes como faca de meu namorado me deixavam tão vulnerável assim.

Começo a limpar a casa. Em exatas quatro horas ela já se encontrava limpa e organizada. Quando estava limpando a sala avistei um relógio sobre a televisão velha e logo me lembrei que meu rapitor voltaria às sete para jantar. Já se passavam das sete quando me lembrei disso ao olhar o relógio. Bom, pelo menos pontual ele não é.

Corri para a cozinha, preparei algo que estivesse alí, que no caso era macarrão. Não sou expert em cozinhar, mas massa sempre foi meu forte e se há algo que sei fazer muito bem, são massas e isso inclui macarrão.

A PRISIONEIRA - sprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora