Cole chegou mais uma vez ensanguentado. Os pingos de sangue que caem de sua blusa até o chão limpo me apavora.
Ele tinha conseguido um recorde por ficar cinco dias sem aparecer nesse estado, mas hoje pareceu desistir de me deixar dormi tranquila. Seus olhos encontram os meus e ele sorri como se fosse apenas uma sexta-feira normal. Seu corpo caminha até mim e suas mãos sujas encostam em meu queixo. Eu quero chorar! Quero essa mãos imundas bem longe de mim!
Mesmo sem eu querer, uma lágrima idiota sai de meus olhos. O rosto de meu secrestrador muda de sarcástico para frustrado, ou uma parte dele. Retira a mão suja de mim e o gelado do sangue está em mim. Quero gritar e mandá-lo ir se foder.
Sai sem dizer nada e fico observando a poça de sangue que ficou alí.Já fazem dois meses que estou presa. Sem sinal de meus avós. Meus amigos falsos. Meu celular e giletes terapêuticas.
Estou me sentindo mais inútil que tudo. Com toda a certeza perdi meu emprego. Os meus cigarros já devem ter ido à Nárnia por meu namorado. Quero dizer. Ex-namorado. Ai, meu Deus! Isso é bom. Dizer essa palavra se referindo ao Kj. Ex-namorado.
Depois de limpar o sangue no chão em meu rosto, fui para a cozinha colocar o prato de Cole.
Hoje eu decidi arriscar em algo que nunca testei. Cole sempre compra ingredientes para hambúrguer, mas nunca arrisco, mas hoje estou convicta à fazer um. Tanto tempo que não saboreio um, me sinto uma grávida com esse meu desejo em hambúrguer.
O hambúrguer estava no prato esperando o dono que não saía de lá. Pensei em ir chamá-lo, mas me lembrei que não me importo sequer um pouco com sua saúde e seria interessante saber que ele morreu de fome. O que seria impossível, já que do estado que chegou aqui, parecia que tinha comido um homem enorme vivo.
Já se passaram vinte minutos, segundo o relógio que Cole colocou na cozinha e nada do infeliz aparecer. Quer saber? Que se foda ele. Eu mesma vou comer isso. Pensado e feito. Devorei o hambúrguer e me senti uma expert em cozinha, aquilo estava ótimo. Puta que pariu! Tá aí uma outra profissão que eu gostaria de ir à frente se não fosse abrir corpos humanos e salvar vidas.
-- O que temos hoje? --- a voz grave e grossa de Cole se alastrou. Meu coração gelou. Eu comi o único hambúrguer que sobrou.
-- Você demorou.
Ele me encarou incrédulo e senti seu punho fechar. Ou era apenas ou meu medo fantasiando minha morte.
-- Você comeu a minha comida, Ararinha? --- o apelido nem me afeta mais. -- Acha isso certo? --- a calma dele me assustou.
-- Você demorou. Achei que não ia mais vim comer. E sim, comi. E estava uma delícia. --- eu estava abusando da sorte, mas foi tão bom ver seu rosto mudar de psicopata egocêntrico para psicopata idiota e surpreso.
-- Você está ficando afiada nessas últimas semanas. Espero que eu não precise rancar sua língua fora. --- sentou na cadeira, e apoiou seus braços à mesa. -- Mas, isso tá em fora de cogitação. Relaxe. Vou usar muito essa língua intacta e dentro da sua boca.
Arqueei minha sobrancelha do lado direita de meu rosto e seu sorriso cresceu.
-- Você acha mesma que eu vou te beijar? Ou algo a mais? --- ele ficou sério quando eu sorri com desgosto. -- Por favor. Chega a ser patético isso. Eu nunca vou encostar meus lábios nessa sua boca nojenta. --- eu estava brincando com fogo eu sei. Mas, eu amo me queimar.
Ele ficou em um silêncio que me deixou vitoriosa. Joguei meus cabelos soltos para fora de meu ombro e logo meus olhos arregalaram para o homem que estava caminhando para de encontro à mim. A faca em sua mão me fez querer acordar desse pesadelo real.
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A PRISIONEIRA - sprousehart
Fanfic⚠️DARK ROMANCE⚠️ Lili Reinhart é uma jovem problemática, depressiva e desesperançosa. Viveu toda sua infância e adolescência com seus avós, pois sua mãe é falecida e seu pai desaparecido. E, não tem paz, seu namorado alcoólatra e violento não só atr...