A PRISIONEIRA - sprousehart

23 - Antes da Hora

Abro meus olhos com dificuldades e torço para tudo aquilo ter sido um pesadelo. Percebo que estou em um hospital, me levanto da cama e abro a porta. Havia três agentes do FBI, Nate e a Liz.

Ignoro a presença deles e vou do lado ao contrário onde eles estavam, escuto a voz de Nate atrás de mim e logo seus passos apressados. Quando sua mão segura meus ombros, me viro para ele, encontrando seu olhar.

Minha respiração quer sumir novamente, minha mente se volta. Isso não pode ser real! Não pode.

-- Você está bem? --- me perguntou, passando seu polegar por meu queixo.

-- Onde está Cole? --- pergunto.

Nate hesita e isso faz meu coração acelerar. Tiro sua mão de meu queixo e o empurro, atrás dele estava Elizabeth Gillies, me fitando curiosamente. Penso em ir até ela, mas antes pergunto mais uma vez:

-- Onde está Cole, Nate?

-- Lili... você precisa descansar.

-- Nate! --- grito! Meus olhos se encontravam encharcados, sinto braços sobre meus ombros e vejo que é a Liz. Ela me abraça forte. -- Liz... Onde ele está?

Com minha cabeça sobre seu peito, sua mão segura minha nuca enquanto a outra passeia por minhas costas.

-- Liz, por favor...

-- Ele fez uma cirurgia na cabeça para retirar a bala, mas continua em coma... Sinto muito, Loirinha.

[...]

um mês depois

Acordo em sobresalto, meu estômago revirado e o enjoo que venho sentido essas semanas todas à tona.

Corro para o banheiro, jogando todo o jantar de ontem a noite fora. Minutos depois, ajoelhada, eu sinto mãos segurarem meus cabelos e sei que é a Gillies, porque está sempre sendo ela.

Me ajuda a levantar, e logo traz a toalha para mim. Tomo meu banho assim que ela sai, para me dar privacidade. Coloco algo confortável e encontro o azul oceano que são os olhos de Liz, quando entro ao quarto.

-- Se sente melhor? --- perguntou com sua postura, braços cruzados, em pé e olhos semi cerrados.

Aceno positivamente que sim, mas sei que depois vem muito mais.

Ela inspira ar e mesmo sem vontade, sorri. Já sei que aquela mesma conversa de duas semanas atrás irá vim, mas estou atrasada demais para querer falar sobre isso.

-- Lili...

Não deixo ela terminar:

-- Eu sinto falta dele... muita falta mesmo. --- me sentei na cama, e ela logo me acompanha. -- Se eu ao menos tivesse deixado ele acabar com a raça do Kj, seria tão diferente... --- deixo minhas primeiras lágrimas do dia saírem e não são nem 07:00 am ainda.

-- Meu bem, não se culpe... Você não tem culpa de nada, ouviu bem? Muito pelo contrário.

Eu queria que essas palavras me reconfortassem, mas não passam de palavras, sem nenhum significado.

-- Eu não sei se consigo viver com isso, eu não consigo viver sem ele, Liz... Como vou criar essa criança sem ele? E se ele nunca acordar? E se...

-- Ei, ei, ei. --- suas mãos levaram meu corpo junto ao seu, me abraçando forte, deixando seu cheiro em mim. -- Aconteceu, o destino quis dessa maneira e nada...

-- Eu pensei que depois de ver o Kj caído morto no chão, tudo estaria leve novamente... mas, depois... Merda, Liz! --- apertei seus braços em agonia. -- Eu quero morrer.