05. GRANDE JOGO

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            - Me dá um beijinho de boa sorte? - a voz de Ian me pega de surpresa e eu viro o meu rosto que estava colado em seu peito para olhá-lo

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- Me dá um beijinho de boa sorte? - a voz de Ian me pega de surpresa e eu viro o meu rosto que estava colado em seu peito para olhá-lo. Sorrindo com o pedido dele.

Estamos do lado de fora do vestiário junto com o resto do time, esperando o treinador chegar para que eles possam em fim ir para o campo. É a final do campeonato, que dará, ou não, a vitória à os Boston College, acaba sendo muito mais que um simples jogo e uma vitória boba, é o jogo que dará prestígio ao colégio e levará alguns deles ali para grandes universidades. Ian se mostrava calmo, mas eu sabia que por dentro ele devia estar pirando.

- Quantos você quiser - falei, ficando na ponta do pé e segurando sua nuca.

Nosso beijo foi quente e delicado. Uma mão de Ian segurava minha cintura e a outra do outro lado de seu corpo segurava seu capacete.

- Vamos, meninos - disse o treinador. - Está na hora de ganhar a taça para o Boston College! Está na hora de enfim, definirem o futuro de vocês - o treinador deu um logo suspiro. - Ian? - ele procurou pelo corredor cheio de jogadores.

- Eu vou lá, tá? - ele deu o beijo que eu tanto gostava na minha testa e foi até a frente, onde o jogador estava. Eu odiava ficar sem ele por perto, me sentia desprotegida, mas meu coração se encheu de orgulho ao vê-lo tão seguro de si.

Eu sabia que ele estava nervoso pelo fato de ser o último jogo, aquele que iria definir o futuro de muitos ali e mudar a reputação do Boston College, sendo para o bem ou pra o mal.

Ian deu um suspiro, olhou para o seu capacete e depois se voltou para os jogadores de seu time.

- É estranho segurar esse capacete - ele disse, demostrando confiança, como só ele sabia fazer. - É estranho porque vai ser a última vez. Passamos anos pegando e largando esses capacetes, jogando-os no chão, seja com raiva ou alegria... esse ano com mais alegrias, graças a Deus - ele riu, fazendo todos rirem junto. - Eu quero que saibam que não importa o resultado do jogo hoje... - os jogadores olharam para o chão, como se o resultado ruim do jogo fosse o fim do mundo naquela altura. - Não, é sério! - Ian disse, ríspido - Eu costumava pensar que ganhar era tudo... mas no final, por mais clichê que seja, é o caminho que nos trouxe até aqui - ele riu com as lembranças e depois olhou para um jogador que estava a sua frente -, Jack, lembra daquela vez que você sentiu dor de barriga no nosso primeiro jogo? - todos riram com o comentário e Jack abaixou a cabeça, vermelho de vergonha, mas rindo. - Eu lembro! Você disse não iria conseguir jogar, que ia decepcionar o time. E o que aconteceu? Você me passou uma bola daquelas e eu marquei o touchdown!

O time sorria com a lembrança, orgulhosos do grande jogo daquele dia.

- O que eu quero dizer... - continuou Ian - é que somos fodas! E eu sei a pressão que estamos sentindo no momento, sei o que esse jogo significa para muita gente. Mas eu também sei que não importa o que aconteça, vamos dar o melhor naquele campo porque, mesmo se perdermos, vamos saber do que somos capazes. Eu tenho orgulho de vocês, do meu time, dos amigos que fiz aqui. E eu tenho orgulho do que vamos conquistar hoje. Meninos! Mãos no centro!

O time se espremeu ainda mais e com sorrisos e caras de preocupação, botaram a mão no centro, uma em cima da outra.

- UM, DOIS, TRÊS E.... - grita Ian.

- BOSTON COLLEGE! - todos gritam em um uníssono.

Eles começaram a ir um por um para o campo, botando os capacetes.

Eu fiquei exatamente onde estava, encostada na parede sentindo um orgulho tremendo do meu namorado.

Ele foi o último a ir em direção ao campo. Quando já estava na metade do caminho, ele olhou para trás e sorriu.

- Boa sorte - falei, baixo.

- Eu te amo - ele respondeu, ainda mais baixo. Eu só consegui ver sua boca se mexendo e na mesma hora, meu coração parou.

Eu fiquei sem reação e tive certeza que minha cara estava engraçada, porque ele riu, botou o capacete e voltou a andar em direção ao campo.

Senti minha respiração mais pesada e meu peito também. A alegria parecia querer transbordar.

Eu o amava também. Demais. Faria qualquer coisa por ele... pela sua felicidade.

Eu o amava demais.

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