Capítulo 7

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Naquela manhã após uma noite mal dormida levanto renovada e decidida. Me arrumo sem esperar minhas damas aparecerem e vou para o quarto de Loki.

Bato na porta uma, duas, três vezes até que ele abre. Parece confuso, mas bem acordado, está impecável como sempre. Devia ter acordado a um tempo.

-Sigyn, está tudo bem?-ele pergunta e dou de ombros.

-Só queria que soubesse que resolvi arriscar.-digo e ele sorri de canto.

-E o que isso quer dizer exatamente?

-Que se você quiser me beijar eu não te jogarei aos lobos.

-Bem, é bom saber.-ele diz e permanece me olhando.

-Está demorando demais.-digo e o puxo selando nossos lábios. Ele passa um braço em minha cintura e me levanta, me carregando para dentro do quarto e fechando a porta.

***

Loki passou mais alguns dias em Eldur. Assumimos um namoro. Meu pai como esperado não ficou nem um pouco feliz e fez questão de deixar isso bem claro. Loki não se abalou e disse que com o tempo o convenceria que merecia a filha dele.

Meus amigos continuaram na mesma situação de sempre, de debochar de mim, principalmente quando Loki estava por perto. Era de praxe me deixarem envergonhada. Mas queria ver se eles terão coragem de fazer isso quando me tornar rainha. Provavelmente sim, mas não em público, eles nunca perderiam a chance.

Assim que Loki voltou para Asgard prometendo que logo retornaria meus dias foram passando cada vez mais devagar. Muito mais devagar que o normal. Até os deveres com minha mãe estavam escassos.

Eu estava recorrendo a tudo apenas para não morrer de tédio. Rurik nesses momentos era minha salvação, mas naquele dia em específico ele queria me fazer sofrer.

-Você sabe o quanto eu te amo não sabe?-ele pergunta quando sentamos em um banco no jardim.

-Sei, onde quer chegar com isso?

-Bem, eu estive pensando. Não há muito para mim aqui. Eu apenas sigo você ou minha mãe para um lado e para o outro. Claro que tenho os outros também. Até a fantasminha da Iduna. Mas todos tem o que fazer, eu fico apenas sobrando.

-Rurik, isso não é verdade.-viro e pego suas mãos.

-É óbvio que é Sigyn. Não tenho nenhum objetivo na vida, absolutamente nenhum.-ele diz e suspira.

-O que vai fazer?

-Ir para outro lugar, para tentar me encontrar.

-Vai embora de Eldur?-pergunto assustada com a ideia.

-Não, eu não sou nenhuma Freya, não teria coragem de me arriscar tanto quanto ela. Estou pensando em ir para Glansandi. Eu me senti muito bem lá.

-Vai morar lá?

-Talvez, eu ainda não sei. Só preciso de um tempo longe de tudo para saber o que quero para mim.

-Sua mãe já sabe?

-Já.

-Então presumo que ela esteja te apoiando.

-Ela não queria ficar longe de mim, mas entendeu que preciso disso.

-Aham.-digo, sem saber muito o que falar para ele. Eu queria que ele ficasse bem, feliz. Mas ainda assim não queria que ele fosse embora. É um pensamento egoista, mas não consigo deixar de ter.

-Sigyn, você não está brava, está?-meu amigo pergunta preocupado. Nego em um aceno

-Eu nunca ficaria brava com você, muito menos por você estar tentando se encontrar. Eu só preciso assimilar isso. Vai ser horrível sem você aqui. Nunca ficamos mais que três dias separados.

Betrayal • Loki •Onde histórias criam vida. Descubra agora