-Só mais algumas quadras e... Droga Josh, perdemos a curva!
-Mas já é a terceira vez que isso acontece! Pattie, você não sabe se localizar com um mapa?
-Desculpa, é muito difícil!
-Mas é o Google Maps, cara! Tá escrito aí onde temos que ir!
-Quer saber de uma coisa? Encosta esse carro em algum lugar e vamos a pé!
Josh seguiu minha dica e acabou estacionando o carro em frente a uma lanchonete.
Com raiva, saí do automóvel e bati a porta atrás de mim, andando rapidamente à frente de Melbourne.-Pattie, espera!
-Vamos logo, Josh! Não podemos chegar lá muito tarde!
Apenas o ouvi bufar atrás de mim e, como resposta, revirei os olhos.
Ele estava realmente testando minha paciência hoje.Em questão de minutos descemos a rua e logo estávamos em frente ao Instituto Médico Legal da cidade.
-Como faremos pra saber mais sobre o seu pai?
-Iremos entrar no hospital e procurar pelos médicos responsáveis pelo caso.
-E você lembra os nomes deles?
-Kendall Montgomery e Anne Abrams.
-Caramba, você realmente decorou tudo sobre o caso.
-É, digamos que sim. Agora vamos.
Logo estávamos dentro do prédio, que possuía uma pintura desbotada de cor verde musgo nas paredes e decorações em cor creme. Não haviam muitas pessoas na sala de espera, mas o movimento de profissionais com aventais brancos e macas era constante.
-Com licença, posso ajudá-los? -Um homem com cabelos bem pretos e olhos castanhos se dirigiu a nós, por trás do balcão. Aquele provavelmente era um recepcionista.
-Sim, pode. A gente precisa falar com dois dos funcionários, Kendall e Anne.
-Olha mocinha, você é bem sortuda. Os dois não estão ocupados agora, na verdade, estão almoçando.
-Poderíamos ir até eles, então?
-Não sei se eles gostarão, mas... Posso levá-los até lá.
Com um sorriso mínimo, o homem fez um sinal para o seguirmos. Olhei para Josh de maneira hesitante, o que o levou a pegar em minha mão e seguir pelos corredores que nos levavam até o pequeno restaurante que existia lá dentro.
Aquele lugar me dava arrepios.
-Bem, eles estão ali naquela mesa do canto.
-Ok, obrigada.
Nos dirigimos até o lugar indicado pelo homem e pegamos cadeiras para sentarmos à mesa com os médicos.
-Com licença, mas nós conhecemos vocês? - Anne perguntou assim que nos acomodamos nas cadeiras.
-Não, pelo menos ainda não. Ele é Joshua Melbourne e eu sou Patrice Claire Jackson. Estamos aqui para saber sobre um dos casos recentes que vocês dois investigaram.
-Não sei se vocês perceberam, mas estamos almoçando e não queremos falar sobre corpos que já examinamos.
-Por favor, Anne. Deixe a garota falar.
A mulher apenas revirou os olhos, enquanto o homem nos encorajava a continuar a falar.
-Qual seria o caso em que está interessada? Vamos tentar nos lembrar do maior número de detalhes possível.
-Bem, vocês lembram de um homem chamado Jake Thompson Jackson? Alto, cabelos pretos, olhos claros?
Quando terminei de pronunciar o nome de meu pai, os dois médicos se entreolharam de um jeito estranho, confirmando minhas suspeitas de que ambos escondiam informações cruciais sobre o que realmente aconteceu.
-O que foi? O que vocês sabem sobre o meu pai?
-Acho melhor vocês irem embora. O caso já está encerrado e nossa parte já foi feita.
-Por favor, doutora Anne, eu sei que ele não se suicidou! Me ajude a entender o que realmente aconteceu!
-Como nós dois dissemos, o corpo tinha sinais claros de morte por choque elétrico, ou seja, seu pai morreu eletrocutado. Não há mais nada a ser dito. Agora, se vocês me dão licença.
Irritada, Anne se levantou rapidamente da mesa e saiu andando pelo hospital.
Eu apenas respirei fundo, derrotada novamente.-Olha, doutor Kendall, se você não quiser repetir as palavras da doutora Anne não tem problema. Acho que já entendi o recado.
-Não, Patrice. Não foi isso o que realmente aconteceu.
-Não? - Perguntei assustada, procurando urgentemente a mão de Josh para me sentir segura.
-Não. Eles nos fizeram mentir sobre a causa da morte para esconder a verdade horrível do caso.
-E qual seria essa verdade?
-Você quer mesmo ouvir? Isso pode me custar o emprego, mas você merece saber o que realmente aconteceu.
-Sim, por favor.
-Bem, Patrice, na verdade o corpo do seu pai possuía vestígios de um bloqueador neuromuscular além de...
-Uma marca de bala?
-Não só uma, mas sete.
-Sete?!
-Sim. Duas nos pulsos, duas nas metades dos braços, duas nos ombros e uma exatamente no meio do tórax, na região do diafragma.
-Isso forma... Uma letra M?
-Sim.
Eu apenas segurei minhas lágrimas, mas não conseguia falar mais nada.
Josh, ao perceber isso, resolveu prosseguir com a conversa para conseguirmos o máximo de informações possíveis.-E quem seria o monstro que mandou vocês esconderem essas coisas? A essa hora, o responsável por essa tragédia já estaria atrás das grades, pagando pelo o que fez!
-Ok, agora eu tenho certeza de que irei perder o emprego. Não sei se posso falar isso.
-Diga, por favor, quem fez isso. Faça a coisa certa desta vez!
Kendall apenas respirou fundo, parecendo pensar se deveria dizer ou não.
-A ordem veio diretamente para nós, em uma conversa a três com o chefe dos peritos.
-Espere um pouco, o chefe dos peritos?
-Sim, Josh. A ordem para esconder essas informações veio do seu pai, o grande Patrick Melbourne.
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Miss Jackson
Teen FictionSeria possível que um pai de família bem sucedido se suicidasse? Para Patrice Claire Jackson, sua filha, não, e é por isso que ela decide investigar tudo o que aconteceu a fundo junto com Joshua Melbourne. Será que eles encontrarão a verdade? Encon...