Na hora que fui ler o diário para Josh, minha mãe forçou a porta para abri-la, então resolvi guardar a agenda e esperar para mostrar à Melbourne depois da escola.
Agora já era quase meio dia e todas as nossas aulas já haviam acabado. Josh não parava de me olhar e pedir para ler tudo logo, mas eu apenas o advertia e pedia paciência até chegarmos na casa dele.
-Por favor, Pat!
-Joshua, claro que não! Estamos no meio da rua, você não vai conseguir ler nada.
-Qual é, já estamos em frente à minha casa!
-Então espere até entrarmos.
Ele apenas bufou e seguiu até a porta da frente, abrindo-a e jogando sua mochila no meio do caminho.
Mesmo bravo, ele continuava fofo.-Josh, não adianta ficar assim.
O garoto continuava andando pela casa com passos largos e fortes, fingindo que não me ouvia.
-Tá bom, pega logo essa coisa e para de graça.
Joguei a agenda no sofá e fui até a cozinha, onde o meu prato com o delicioso Macarrão Melbourne estava.
Dica: se quiser comer algum prato maravilhoso feito pela mãe dos seus amigos, não pare de pedir até ele ou ela ceder.
-Você chegou a ler algo daqui?
-Não. Desliguei o computador correndo, pulei na cama e comecei a fingir que estava dormindo.
-Posso ler?
-Claro.
Josh deixou o copo de refrigerante que estava em suas mãos sobre a mesa de centro e pegou o diário.
Após ler alguns parágrafos, parou e me encarou.
-Bem, tudo o que ele escreveu é sobre a empresa da sua família. Mais nada.
-O que?! Você só pode tá brincando!
-Não estou, infelizmente. Escuta só: o dia de hoje se resumiu a reuniões, contratos e mais e mais desenhos. Mas tudo isso valeu a pena quando cheguei em casa e vi o sorriso da minha princesa Pat.
Rapidamente larguei o prato sobre o balcão (por mais que não quisesse, já que a comida estava realmente gostosa) e sentei no sofá ao lado dele.
-E nos outros dias?
-Hum... A mesma coisa: desenhos, contratos e dinheiro. Mais nada.
-Droga...
Joguei meu corpo para trás no sofá, com o diário em minhas mãos, folheando as páginas com pressa e impaciência.
Derrotada, resolvi voltar à página que Josh tinha lido em voz alta, lendo novamente. Dessa vez, meus olhos ficaram presos em uma palavra sublinhada: Pat.
Mas o quê?
Após passar as páginas novamente, percebi que isso se repetia cada vez mais.
-Josh, olhe isso.
-O que?
-Tem algo bem estranho. Acho que meu pai deu mais um jeito de encaixar um enigma no diário que ainda não havíamos percebido.
-Qual enigma?
-Olhe isso.
A cada página, uma palavra estava sublinhada e todas tinham um número que as colocava em ordem.
Só após ler e reler várias vezes, percebi que todas aquelas palavras destacadas eram as mesmas que se encontravam embaralhadas nas páginas do diário de viagem e que, se colocadas em ordem numérica, formavam o enigma.-Espera, vou pegar uma folha de papel e algo para anotarmos isso.
Melbourne foi em direção ao escritório do pai para pegar as coisas enquanto eu apenas sorria, pensando em como tudo era mais simples do que imaginava.
-Pronto, uma caneta pra você, outra pra mim. Mãos na massa!
Anotamos todas as palavras destacadas e anotamos o número que cada uma possuía. Depois, formamos um pequeno texto.
No final, o que conseguimos foi:"Querida Pat,
O porão da casa aparentemente inocente feita de madeira esconde a lista de mandantes.
O Estado Dourado esconde o maior motivo do assassino.
Na cena do crime, segredos se escondem.
Os médicos legistas são mentirosos, não acredite neles.
Para conhecer os culpados, reúna provas e encaixe as peças perdidas.Por favor, deixe que a justiça seja feita para eu poder descansar em paz."
Nós dois nos encontrávamos boquiabertos.
-Ele escreveu isso antes morrer?
-Sim.
-Então como sabia sobre a parte "na cena do crime, segredos se escondem"?
-Não sei, precisamos descobrir isso... Mas olha isso! "Os médicos legistas são mentirosos". Ele realmente não se matou! Eu estava certa o tempo todo! Oh meu Deus!
-Pat, desculpa interromper sua felicidade, mas... Isso quer dizer que o seu pai foi assassinado.
-Sim, mas é melhor do que achar que ele não era feliz o suficiente comigo e com a minha mãe.
-E você quer mesmo procurar pelo assassino?
-Josh, ele pediu que a justiça seja feita. Ele fez todo esse quebra-cabeça exclusivamente para mim. É como um grito de socorro atrasado!
Ele apenas suspirou, provavelmente pensando em como acabar com toda essa loucura e me fazer desistir, mas não iria adiantar.
Eu estava completamente determinada.
-Ok, mas ainda temos muito a pensar e resolver com esse enigma.
Infelizmente, ele tinha razão.
Casa de madeira? Estado Dourado?Aparentemente, eu estava completamente errada.
Nada era tão simples quanto parecia ser.
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Miss Jackson
Teen FictionSeria possível que um pai de família bem sucedido se suicidasse? Para Patrice Claire Jackson, sua filha, não, e é por isso que ela decide investigar tudo o que aconteceu a fundo junto com Joshua Melbourne. Será que eles encontrarão a verdade? Encon...