Capítulo 7

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Na hora que fui ler o diário para Josh, minha mãe forçou a porta para abri-la, então resolvi guardar a agenda e esperar para mostrar à Melbourne depois da escola.

Agora já era quase meio dia e todas as nossas aulas já haviam acabado. Josh não parava de me olhar e pedir para ler tudo logo, mas eu apenas o advertia e pedia paciência até chegarmos na casa dele.

-Por favor, Pat!

-Joshua, claro que não! Estamos no meio da rua, você não vai conseguir ler nada.

-Qual é, já estamos em frente à minha casa!

-Então espere até entrarmos.

Ele apenas bufou e seguiu até a porta da frente, abrindo-a e jogando sua mochila no meio do caminho.
Mesmo bravo, ele continuava fofo.

-Josh, não adianta ficar assim.

O garoto continuava andando pela casa com passos largos e fortes, fingindo que não me ouvia.

-Tá bom, pega logo essa coisa e para de graça.

Joguei a agenda no sofá e fui até a cozinha, onde o meu prato com o delicioso Macarrão Melbourne estava.

Dica: se quiser comer algum prato maravilhoso feito pela mãe dos seus amigos, não pare de pedir até ele ou ela ceder.

-Você chegou a ler algo daqui?

-Não. Desliguei o computador correndo, pulei na cama e comecei a fingir que estava dormindo.

-Posso ler?

-Claro.

Josh deixou o copo de refrigerante que estava em suas mãos sobre a mesa de centro e pegou o diário.

Após ler alguns parágrafos, parou e me encarou.

-Bem, tudo o que ele escreveu é sobre a empresa da sua família. Mais nada.

-O que?! Você só pode tá brincando!

-Não estou, infelizmente. Escuta só: o dia de hoje se resumiu a reuniões, contratos e mais e mais desenhos. Mas tudo isso valeu a pena quando cheguei em casa e vi o sorriso da minha princesa Pat.

Rapidamente larguei o prato sobre o balcão (por mais que não quisesse, já que a comida estava realmente gostosa) e sentei no sofá ao lado dele.

-E nos outros dias?

-Hum... A mesma coisa: desenhos, contratos e dinheiro. Mais nada.

-Droga...

Joguei meu corpo para trás no sofá, com o diário em minhas mãos, folheando as páginas com pressa e impaciência.

Derrotada, resolvi voltar à página que Josh tinha lido em voz alta, lendo novamente. Dessa vez, meus olhos ficaram presos em uma palavra sublinhada: Pat.

Mas o quê?

Após passar as páginas novamente, percebi que isso se repetia cada vez mais.

-Josh, olhe isso.

-O que?

-Tem algo bem estranho. Acho que meu pai deu mais um jeito de encaixar um enigma no diário que ainda não havíamos percebido.

-Qual enigma?

-Olhe isso.

A cada página, uma palavra estava sublinhada e todas tinham um número que as colocava em ordem.
Só após ler e reler várias vezes, percebi que todas aquelas palavras destacadas eram as mesmas que se encontravam embaralhadas nas páginas do diário de viagem e que, se colocadas em ordem numérica, formavam o enigma.

-Espera, vou pegar uma folha de papel e algo para anotarmos isso.

Melbourne foi em direção ao escritório do pai para pegar as coisas enquanto eu apenas sorria, pensando em como tudo era mais simples do que imaginava.

-Pronto, uma caneta pra você, outra pra mim. Mãos na massa!

Anotamos todas as palavras destacadas e anotamos o número que cada uma possuía. Depois, formamos um pequeno texto.
No final, o que conseguimos foi:

"Querida Pat,
O porão da casa aparentemente inocente feita de madeira esconde a lista de mandantes.
O Estado Dourado esconde o maior motivo do assassino.
Na cena do crime, segredos se escondem.
Os médicos legistas são mentirosos, não acredite neles.
Para conhecer os culpados, reúna provas e encaixe as peças perdidas.

Por favor, deixe que a justiça seja feita para eu poder descansar em paz."

Nós dois nos encontrávamos boquiabertos.

-Ele escreveu isso antes morrer?

-Sim.

-Então como sabia sobre a parte "na cena do crime, segredos se escondem"?

-Não sei, precisamos descobrir isso... Mas olha isso! "Os médicos legistas são mentirosos". Ele realmente não se matou! Eu estava certa o tempo todo! Oh meu Deus!

-Pat, desculpa interromper sua felicidade, mas... Isso quer dizer que o seu pai foi assassinado.

-Sim, mas é melhor do que achar que ele não era feliz o suficiente comigo e com a minha mãe.

-E você quer mesmo procurar pelo assassino?

-Josh, ele pediu que a justiça seja feita. Ele fez todo esse quebra-cabeça exclusivamente para mim. É como um grito de socorro atrasado!

Ele apenas suspirou, provavelmente pensando em como acabar com toda essa loucura e me fazer desistir, mas não iria adiantar.

Eu estava completamente determinada.

-Ok, mas ainda temos muito a pensar e resolver com esse enigma.

Infelizmente, ele tinha razão.
Casa de madeira? Estado Dourado?

Aparentemente, eu estava completamente errada.

Nada era tão simples quanto parecia ser.

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Miss JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora