Capítulo 11

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Com lágrimas nos olhos e muita raiva, Josh se levantou da pequena cadeira e foi para fora do edifício.

-Muito obrigada pelas suas informações e pelo seu tempo, doutor Kendall. Eu realmente preciso ir checar como ele está agora.

-Espere, antes de você ir...

O homem levantou-se também e abotou os muitos botões que existiam em seu jaleco.

-Use essas informações com sabedoria, ok?

-Pode deixar. Elas finalmente irão trazer paz e justiça para o meu pai.

-Exatamente. Ah, e se você precisar de uma ajuda nas testemunhas no futuro julgamento do caso... - Ele me entregou um pedaço de guardanapo com alguns números anotados à caneta azul. - Me ligue.

-Muito obrigada. Preciso ir agora.

-Sem problemas.

Deixei que um sorriso fraco aparecesse em meus lábios e peguei os pertences que havia deixado na mesa, indo atrás de Josh em seguida.

-Ei, finalmente te encontrei.

Fui em direção até onde ele estava, apoiado no corrimão da rampa de acesso ao hospital.

-Você está bem?

-Não. Meu pai é um assassino.

-Ele omitiu informações, mas não matou o meu pai.

-Isso não deixa nada melhor. Por que ele faria isso? Fala sério, melhores amigos foram feitos para protegerem uns aos outros, não omitirem informações sobre o assassinato do outro!

-Eu realmente não esperava por isso... Tipo, meu pai e o seu pai... Eles eram inseparáveis.

-Sim, simplesmente não faz sentido!

-Você sabe se os nossos pais tiveram algum conflito antes de dezembro?

-Não. Quer dizer, não tiveram nenhuma briga, mas seu pai nos visitou várias vezes no final de novembro e no início de dezembro.

-E você sabe o porquê dessas visitas?

-Não, eu só lembro que em uma dessas vezes eles gritaram um com o outro.

-E então?

-Então seu pai foi embora e voltou de madrugada. Eu saí do meu quarto para beber um copo de água naquela noite e o vi saindo do nosso porão.

-Ele te disse alguma coisa?

-Ao me ver ele deu um sorriso estranho, fez um "Shh" baixo e disse para que eu me lembrasse daquilo. Depois ele simplesmente foi embora.

-Meu Deus, tudo está ficando cada vez mais difícil de entender.

-Nem me diga. Eu nem sei o que falar para a minha mãe.

-Não fale nada por enquanto. Vamos encontrar o culpado por isso primeiro.

-Ok. Isso irá destruir a minha família... Eu não sei se estou pronto pra isso, Pattie.

Ao perceber que seu rosto já estava banhado por lágrimas, não hesitei em envolvê-lo em um abraço apertado, o típico abraço Jackson.
Enquanto sussurrava em seu ouvido que tudo ficaria bem, eu continuava pensando em tudo o que havíamos descoberto.

Até me dar conta de que a resposta era mais óbvia do que nunca.

-Espere Josh, você disse que viu o meu pai saindo do seu porão?

-Sim, por... Oh, o código!

-A casa inocente de madeira... Josh é a sua casa! Como não percebemos isso antes?

Miss JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora