Capítulo 3

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(...)

-Sério cara, hoje é o seu aniversário! Vamos fazer alguma coisa diferente, sei lá.

-Não Josh, estou cansada, não quero saber de coisas diferentes hoje. Só quero chegar em casa e ler um bom livro.

-Eita... -ele olhou pra mim e riu- TPM.

Já estávamos na rua da minha casa. Íamos estudar juntos e minha mãe não estava em casa. Não, calma?!

-O que?! Cadê a minha mãe?

-Ela não está em casa?

-Não, o carro dela não está aqui. Ainda bem que peguei minhas chaves hoje de manhã.

Eu já estava girando a maçaneta da porta da frente quando Josh me interrompeu:

-Pat, meu presente para você está escondido na sua sala, mas está em um lugar tão fácil que é só acender a luz que você encontra.

Achei estranho, claro, mas logo que acendi, entendi: um monte de pessoas pularam de trás de qualquer lugar possível gritando "surpresa", colocaram um chapeuzinho em mim e todos jogaram confete.

Eba. Uma festa. Meus planos tranquilos de ler foram por água abaixo. Eba.

-Ah meu Deus! Uma festa... Surpresa... Eba!

-Agradeça a mim, amorzinho, e ao Josh também -minha mãe chegou.

Virei para trás e ele estava sorrindo:

-Caramba Josh, você não sabe esconder nem um mísero presentinho.

-Mísero? -ele chegou mais perto de mim, sorrindo de lado- Presentinho?

-É!

-E se eu te falar que essa é só uma parte do presente?

-Sério?!

-Sim, vai ver lá no seu quarto!

Comecei a subir a escada, mas parei no meio e voltei para trás.

-Você não vem? Vai que é alguma pegadinha sua?!

Então ele riu e subiu junto comigo para meu quarto. Chegando lá, encontrei um urso de pelúcia gigante "abraçando" um pacote retangular sobre a minha cama.

-Josh, isso é tão fofo! -eu disse me jogando na cama e agarrando o urso.

-Não vai abrir a embalagem?

-Claro que vou!

Me sentei na cama e abri. Era um jogo Clue, onde você tinha que descobrir o assassino, o local do crime e a arma utilizada.

-Gostou? É para nós treinarmos nossos detetives interiores -ele falou, fazendo uns gestos fofos.

Depois que ele fez isso eu não aguentei e me joguei em seus braços. O abracei como se não houvesse amanhã. O abracei como meu pai falava: "abrace uma pessoa como se ela não tivesse ossos" e chorando (é,talvez eu esteja de TPM mesmo) disse:

-Muito obrigada por existir, Joshua. Por favor, nunca me deixe. Nunca, nunca, nunca. Sei que tô parecendo uma idiota e que nos conhecemos há pouco tempo, mas... Você já é muito importante para mim.

-Nunca irei te deixar. Nunca, nunca, nunca. Eu prometo.

Ficamos mais um tempo abraçados até nos separarmos, enxugando as lágrimas:

-O que você acha de estrearmos meu jogo novo, para treinarmos nossos detetives interiores? -eu falei fazendo os mesmos gestos fofos que ele fez.

-Só se for agora!

(...)

-Foi o Reverendo Green, na biblioteca e com a chave inglesa! Tenho certeza!

-Ok, deixa eu ver a resposta: Reverendo, biblioteca, chave inglesa... Ah, qual é! Não tem graça jogar com você!

-Meu amor, não posso fazer nada se eu sou uma Sherlock Holmes da vida!

-Ok, revanche!

Íamos recomeçar o jogo quando minha mãe apareceu no meu quarto.

-Desculpe atrapalhar vocês mas... Pattie, precisamos cantar parabéns né?

-Ok mãe

Descemos e lá estava o meu bolo só de brigadeiro com uma vela que parecia mais fogos de artifício, e depois de cantarmos parabéns, o servimos.

Bastou ganhar um pedacinho de bolo que os convidados começaram a ir embora, deixando só os Melbourne e as Jackson no final.

-Sabe Madison, tenho um assunto importantíssimo para tratar com você. Podemos ir até a cozinha?

-Claro, Patrick.

Ambos se levantaram do sofá e foram para o outro cômodo. Emily, mãe de Josh, seguiu-os com os olhos e, ao ver que já estavam longe, resolveu falar:

-Pattie, eu e o Josh temos um presente para você. Patrick não queria que eu te entregasse hoje, por achar que ainda é muito cedo, mas eu não consigo me aguentar. -Emily disse, se virando para pegar uma caixa de madeira- Toma, feliz aniversário!

-Muito obrigado, Mrs. Melbourne!

-Abra, querida!

Quando abri, fiquei boquiaberta. A enorme caixa estava cheia de coisas do meu pai: diários, anotações, fotos... Tudo!

-Ah meu Deus, Mrs. Melbourne! A senhora não sabe como eu fico feliz por ganhar isso!

-Jake confiou essa caixa em Patrick pela vida inteira. Agora é a sua vez de fazer isso pelo seu pai. Saiba muito bem como usá-la, ein?

-Pode deixar, Mrs. Melbourne! E obrigada, mais uma vez, por ter essa confiança em mim.

Passei algumas folhas rapidamente de uma das agendas, sentindo meus olhos brilharem de excitação.

Ok Patrice Claire Holmes, você já tem uma parte do que precisa. Mãos à massa!

Miss JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora