Capítulo 6

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-Patrice Claire Jackson, VOCÊ É UMA NINJA! Como sabia a sequência de datas?

-Como o casamento dos meus pais não estava indo muito bem na época que ele começou com essa coisa de diário, apenas levei na lógica e coloquei meu aniversário na frente

-Desculpa aí, gênia!

Rimos por alguns segundos até que paramos, fitando a porta do cofre aberta. A empresa era muito barulhenta, porém seria possível escutar a Miss Jackson chegando em um lugar até da França

-Josh...

-Eu estou ouvindo também

Pegamos a chave de dentro do cofre, fechamos a porta, arrumamos a parede do jeito que encontramos e procuramos lugares para nos esconder. A sala do meu pai era grande, mas não tanto assim. No fim, me escondi embaixo da escrivaninha e Josh atrás do sofá, um pouco antes de minha mãe invadir a sala acompanhada por Ali

-Não me lembrava do tamanho dessa sala. Provavelmente me darei bem aqui

-Sim, senhora Jackson

-Não, não, é Miss Jackson

-Ok, me desculpe mas... Como a senhora planeja trabalhar aqui?

-Não entendi. "Como", como o que?

-A senho... a Miss Patrice Jackson é a "dona" dessa sala. Isso está escrito oficialmente em testamento

-Ela ainda não tem idade, está cursando o colegial

-Sim, mas...

-Não finja que entende algo sobre a minha família. Aliás, acho que seria legal trazê-la aqui para me ajudar na decoração

-Mas eu achei que ela tinha vindo justamente para isso...

-Quem? A Patrice? Quando ela veio aqui?

"Droga, Alison!" pensei comigo, na mesma hora que minha mãe se sentou na cadeira do meu pai, com seus pés embaixo da mesa e cravando seu salto agulha na palma da minha mão

-Ela estava aqui faz pouco tempo, com um amigo, acho que era chamado John ou Josh, algo assim. Aliás, eles ainda devem estar aqui, não os vi passar pela recepção

-Ainda estão aqui, huum...

A cada palavra ela parecia apertar ainda mais seu salto em minha mão. Já estava quase chorando, quando, finalmente, ela se levantou

-Bem, mas isso eu resolvo com ela em casa. Agora tenho que ir, amorzinho!

-Vou acompanhá-la até a recepção

Assim que escutamos a porta fechar, saímos dos nossos "esconderijos"

-Pattie, desculpa mas... Sua mãe é bipolar? Primeiro destrata a moça, depois chama ela de "amorzinho".

-Eu não sei, mas que ela tem força no pé, ela tem. Agora, por favor, vamos embora

Deixamos a chave da sala discretamente no balcão e descemos correndo, já entrando no carro

-Meu Deus, pensei que ela ia furar a minha mão

-Quer que eu pegue gelo em algum lugar?

-Não, está tudo bem

-Ok, mas... E essa história dela ir trabalhar lá? Desde quando ela é formada na área?

-Isso que eu achei muito estranho... Ela jurou que nunca iria trabalhar e agora me vem com uma ideia dessas?! E ainda por cima, usaria a sala do meu pai?!

-Isso foi muito estranho MESMO!

Ficamos com os olhos fixos no além, até que um homem começou a praticamente esmurrar a lataria do carro, nos obrigando a sair rapidamente da vaga

-Agora que a minha alma voltou para o meu corpo e que eu tenho voz de novo, posso perguntar: Para onde você quer que eu te leve?

-Acho que é melhor eu ir pra casa, tentar consertar as coisas com a minha mãe. Se é que há algo para consertar

-Então... Acho que você já pode sair do carro

-O QUE? JÁ? Ah Deus, eu não tenho coragem!

-Ei, qualquer coisa me liga ok? E não precisa ficar com medo, ela é a sua mãe, vai entender se você disser que queria se sentir mais "próxima" do seu pai

-Ok Josh, obrigada

Saí do carro e dei um sorrisinho para ele antes de fechar a porta. Encarei minha casa e caminhei até a porta da frente, a abrindo lentamente

-Olha só quem chegou! Você e seu amiguinho gostaram do passeio?

-Mãe, eu só...

-Eu não terminei o que estava falando, Patrice! Pra que tanto interesse na sala do seu pai?

-Eu só queria lembrar tudo que eu vivi com ele

-Se era só isso, por que não me contou?

-Eu não sei...

-Pois eu sei Patrice. Isso tem a ver com aquela caixa que você ganhou do Patrick e com o fato de você nunca ter aceitado o suicídio do seu pai. Mas aceite Patrice, ele te abandonou, você gostando ou não!

Nessa hora, só senti as lágrimas chegando e então subi correndo para o meu quarto, já digitando uma mensagem para Josh

"Hey, estou mal agora mas não posso te ligar. Temos que tomar muito cuidado, minha mãe sabe de tudo."

"Vamos conversar por Skype, por favor. Você ficou com a chave, certo?"

"Sim."

"Você pode abrir o diário e ler para mim pela chamada de vídeo. Topa?"

"Pode ser."

Saí de minha cama e fui até a porta, trancando-a em seguida. Depois, peguei o diário, a chave e fui até a minha escrivaninha, já ligando o computador e iniciando a chamada com Josh.

-Olá, Pattie.

-Oi.

-Você tá bem?

-Tô longe disso, mas não importa. Vamos ao diário?

-Claro.

Coloquei o livro de capa preta apoiado na mesa e peguei a chave.

Só então percebi que ela era grande demais para o cadeado.

-Josh, essa não é a chave.

-O que?

-Ela é maior do que a abertura.

-Não é possível!

-O que vamos fazer agora?

-Eu... Eu não sei.

Bufei, girando a cadeira enquanto olhava para o teto.

Pra que ser tão complicado, ein, Mr. Jackson?, pensei, realmente confusa com tantos códigos e pistas relativamente falsas.
Enfim, tomei a minha decisão.

-Quer saber de uma coisa, Joshua? Eu cansei de procurar por chaves.

-O que você vai fazer, Pattie?

Sem responder, levantei-me da cadeira e fui atrás de alguns estojos antigos que tinha da escola. Em um deles, encontrei um mini canivete e voltei para a escrivaninha.

-Essa é a solução dos nossos problemas.

-Um canivete? Patrice, o que vai fazer com isso?

-Vou forçar essa desgraça de cadeado até ele abrir!

E assim fiz.

O que deu resultado.

-Josh, eu consegui! O diário esta

Miss JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora