Aos poucos a velocidade do carro foi diminuindo até conseguirmos parar por completo.
Eu continuei apoiando minha cabeça com a palma de minha mão, olhando pela janela; Josh apenas suspirava.-O que iremos fazer agora, Pattie?
-Acho que a gente morre. Bem, pelo menos eu vou, já que minha mãe planejou algo contra mim amanhã.
-O meu pai também. Mas você acha que eles possam fazer algo de ruim contra nós dois?
-A gente tá falando de uma assassina e seu cúmplice. Eles são capazes de qualquer coisa!
Josh concordou silenciosamente, enquanto observava o movimento na rua da minha casa.
-Você tem certeza que quer entrar? Você pode dormir lá em casa, eu não confio na sua mãe. Na verdade não sei em quem confio menos, em Patrick ou em Madison.
-Então, eu... Posso ir até a sua casa? Patrick não é confiável, mas pelo menos sua mãe estará lá.
-Claro que pode.
-Ok. Vou apenas pegar algumas roupas e coisas de higiene para a nossa temporada de férias forçadas. Você me espera aqui?
-Sim. Não quer que eu entre com você?
-Não, não será preciso. Eu já volto, está bem?
-Ok. Cuidado, qualquer coisa grite.
Em resposta apenas sorri e saí do carro, indo em direção ao lugar onde me sentia mais insegura no mundo: minha própria casa.
Desde o início de todas as descobertas, entrar naquele lugar me dava arrepios profundos, que se propagavam por toda a minha espinha.E, naquele dia, nada fora diferente.
Subi as escadas silenciosamente, mesmo sabendo que estava sozinha em casa.
Ao chegar em meu quarto, peguei as maiores malas possíveis de dentro dos armários e coloquei grande parte de minhas roupas dentro das mesmas.
Em seguida, fui até o banheiro e peguei o que precisava para o meu dia-a-dia, já que era provável que eu não voltaria para aquela casa tão cedo.Por fim, peguei o meu par de sapatos favoritos que pertenciam à minha mãe: eles eram pretos e altos, de uma marca famosa pelas suas solas em vermelho. Eu adorava usá-los, pois me sentia poderosa, superior.
Era como se eu fosse outra pessoa quando estava com eles.
Depois, desci as escadas com os meus pertences e peguei meu casaco preferido: um sobretudo vermelho com botões e outros detalhes em preto, que combinava com os sapatos. Estranhei um certo peso dentro de um dos bolsos, mas resolvi ignorar.
Logo estava em meu jardim da frente, arrastando as pesadas malas pelo ralo gramado que lá existia.
Eu já sorria para Josh, me sentindo bem por estar finalmente saindo daquele lugar. Nós dois poderíamos sair daquela cidade para terminar a investigação e, após conquistarmos nossa tranquilidade novamente, poderíamos seguir em frente e seguir nossos sonhos.
Sonhar com uma vida sem ressentimentos, medos e sede por justiça era incrivelmente bom.
Pelo menos até você cair em si novamente.
-Achou mesmo que iriam escapar de um jeito tão fácil? - E lá estava ela, Madison Claire Jackson, com seus cabelos bagunçados e roupas rasgadas. Parecia que ela tinha brigado com um grupo de gatos e eu realmente não entendia o porquê dela estar daquele jeito.
-O que você quer?
-Eu quero que você pare com toda essa palhaçada!
-Você mentiu por meses para mim sobre o maior trauma da minha vida e você ainda quer que eu pare a minha missão de dar paz ao meu pai? Sinto muito, mas isso não acontecerá.
-Então eu realmente terei que prosseguir com o meu plano?
-Você não seria louca de fazer algo de tão ruim comigo. Eu sou a sua família, tudo o que te resta, você não pode fazer com que eu desapareça de uma hora pra outra!
-Eu não preciso de amor, nem de ninguém, preciso apenas de dinheiro. E quem disse que eu farei você desaparecer?
-O que você fará, então?
Em resposta, apenas recebi um olhar de completa loucura vindo de minha mãe.
Eu não queria admitir, mas eu conseguia sentir o medo se infiltrando em cada pequena parte do meu corpo.-Você verá.
Em questão de segundos, uma ambulância apareceu em nossa rua, com as luzes ligadas.
Eu estava completamente perdida com tudo o que estava acontecendo naquele momento.-Filha, pare! Eu sou a sua mãe, nós podemos entrar em um acordo! - Minha mãe estava jogada no chão, lágrimas escorriam pela sua face. Continuei imóvel, tentando processar o que estava acontecendo.
-O que você pensa que está fazendo, mãe? Está louca?
-Você é quem está! Eu não aguento mais ficar sob um teto onde sinto medo de minha própria filha! - Ela gritava com todas as suas forças, fazendo com que todos os vizinhos aparecessem nas janelas e portas das casas. Assustado com tudo, Josh resolveu sair do carro.
-É esta a garota de quem a senhora nos falou? - Um dos dois homens que desceram da ambulância perguntou.
-Essa mesma! Olhem só o que ela fez com as minhas roupas!
-Eu não fiz nada!
A confusão estampada nos rostos dos rapazes era evidente.
-Se vocês não acreditam em mim, chequem o bolso direito do casaco dela!
Um deles veio em direção a mim e arrancou a peça de roupa de minhas mãos, seguindo a recomendação de Madison. De lá, ele retirou um canivete, o mesmo que eu havia utilizado para forçar o cadeado do diário do meu pai.
-Eu não fiz nada contra ela, eu juro!
-Do mesmo jeito que você jura não me agredir todos os dias! Meu amor, você sabe que será melhor se você cooperar. Esse tratamento será bom para você.
-Cooperar? Tratamento? Do que você está falando?
E, então, consegui ler o que estava escrito na camiseta branca daqueles que estavam com a ambulância: Sanatório de Yates.
No momento, meu coração falhou. Não era possível que ela estava mesmo disposta a fazer aquilo com a própria filha.
-Você só pode estar brincando comigo, Madison.
-É para o seu próprio bem, querida.
-Você não pode fazer isso comigo!
A cada palavra eu dava um passo para trás, tentando fugir da situação, o que não me ajudou em nada.
Logo os grandes braços dos dois rapazes estavam envolvendo os meus e arrastando o meu corpo, que lutava inutilmente, até a ambulância.
Naquele momento, tudo o que eu via era Josh tentando impedir os dois brutamontes, os vizinhos olhando horrorizados para aquela cena e o sorriso de satisfação estampado no rosto de minha mãe;
Tudo o que eu ouvia eram os gritos de Melbourne para tentar fazer com que eles me soltassem e os altos soluços que escapavam pela minha garganta enquanto eu chorava;
E tudo o que eu pensava era em como eu iria fazer a grande Madison Claire Jackson pagar por tudo aquilo.
E em dobro.
X
Espero que tenham gostado, vejo vocês no epílogo (;

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Miss Jackson
Dla nastolatkówSeria possível que um pai de família bem sucedido se suicidasse? Para Patrice Claire Jackson, sua filha, não, e é por isso que ela decide investigar tudo o que aconteceu a fundo junto com Joshua Melbourne. Será que eles encontrarão a verdade? Encon...