Mariposas

46 15 0
                                    

Em seguida a todos aquelas acontecimentos rápidos, leves e agradáveis, Arabella decidiu ir para casa, estava confusa o bastante e não queria esperar o que estava por vir. Taehyung e Yoongi acompanharam Arabella até o apartamento que dividia com seu melhor amigo, Jungkook, e ao abrir a porta, encaminhou-se diretamente ao chuveiro, necessitava de um banho quente e demorado, tudo estava acontecendo rápido demais, a intensidade dos momentos atrapalhavam seus pensamentos e a deixavam insegura, ela não estava certa de que queria um relacionamento, em meio a pensamentos devastadores terminou seu banho. Vestiu-se e aprontou-se com uma grande camiseta branca, decidiu ir até o quarto de Jungkook e encontrava o mesmo sentado em uma cadeira pintando um de seus quadros, ao vê-la, o moreno que estava com suas tatuagens de fora e os dedos e bochechas sujos de tinta, abre um de seus sorrisos doces e diz: "Conte-me onde esteve o dia todo, e diga-me o motivo desse semblante confuso". Arabella apenas suspirou, Jeon a conhecia tão bem que nunca lhe passou pela cabeça que ele poderia em menos de três segundos desmistificar o que estava sentindo.

Arabella, aproximou-se do menino, e o olhou calmamente, a ponta de seu dedo contornou a cicatriz que o mesmo adquiria na bochecha e por fim alisou seus cabelos em forma de carinho como ele sempre gostou, em uma voz fraca e insegura, Arabella disse:

- "Jeonie, se algum dia, alguma garota ao reparar em você, a coisa que mais a cativasse fosse teus quadros, como reagiria?"

O menino arqueou suas sobrancelhas e pôs se a pensar, era uma pergunta que normalmente nunca fizera e o deixava intrigado o porque disso agora, ele respondeu sinceramente:

- "Ela tornaria-se a mais nova inspiração de meus quadros", -  Arabella riu fraco, era bonito vê-lo falando assim, já que nunca tivera entregado seu valioso coração para uma garota antes, ela sentia grande carinho por quem seria a responsável pelas mais belas artes que Jeon pudesse compor apenas para ver sua menina feliz.

Após essa pergunta estranha, Arabella continuou ao lado de Jeon observando-o pintar, era impressionante a maneira como o pincel escorregava no quadro, em como cada cor parecia ter saído diretamente de sua alma. Amarelo. Laranja. Vermelho. Tons pastéis.

Seus dedos hábeis tornavam pitoresca qualquer imagem criada por sua mente que viajava em busca de inspirações e uma maneira apaixonante de viver a vida.

Arabella desejou silenciosamente que Jeon pudesse amar verdadeiramente, e que seu coração não fosse despedaçado pelo amor.

A garota de cabelos dourados e blusa branca saiu do quarto do moreno pintor a procura de algo para comer, sentou se ao chão da sala do qual acariciava sua gata, Vênus, havia a encontrado na rua de Barcelona no primeiro dia em que chegou, e desde então a abrigou em sua casa e a tornou sua companhia especial, Vênus ronronou para a garota e a olhava como se soubesse o que seus olhos continham. Brilho de um possível amor? Arabella insista em dizer que não.

Sua mente ia e voltava as memórias bonitas dessa tarde, Yoongi ocupava todo o seu pensamento e seu coração batia ritmizado conforme aquela canção doce que cantarolava baixinho no rádio:

"As pessoas dizem que o amor é um jogo
um jogo que você simplesmente não pode vencer
se há um jeito, eu irei encontrar ele um dia
e então esse tolo se precipitará
Coloque sua cabeça em meu ombro
Sussurre em meu ouvido, amor
Palavras que eu quero ouvir... conte-me
Conte-me me que me ama também".

Arabella adormeceu com sua mente processando os sorrisos doces daquele menino pálido e a maneira como ele dissera sobre seus olhos serem bonitos, ou como ele se ateve a seu livro, Arabella lembrou da sensação de tocar a ponta de seus dedos e por fim sonhos doces perambulavam por sua mente acompanhando o sono tranquilo que fazia deitada ao chão da sala na companhia de Vênus.

O amor pode ser doce como em seus livros desde que você tivesse a pessoa certa, e algo lhe dizia que Yoongi poderia persistir em sua vida de uma maneira voluntária, intensa e única. O amor estava ao encontro dos dois, mariposas tocavam em sua janela, basta saber quando a garota permitiria deixá-las entrar.

1950Onde histórias criam vida. Descubra agora