✤ 07 ✤

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Ela saiu, ficando sentada no corredor não muito longe da porta do quarto de Seto. Os empregados que passavam encaravam-na com certa curiosidade, mas nada diziam no final das contas. A única pessoa a se manifestar foi Mokuba que, ao ver a garota sentada, estranhou.

- Seto não disse que teríamos visita.

- Nem ele sabia disso. Eu meio que me convidei a vir até aqui.

- E você, quem é?

- A hacker que mantém os arquivos do seu irmão de refém. Meu nome é Kira.

- Mokuba. - ele soltou a mão dela - Acho que o meu irmão não vai gostar nada disso...

- E não gostou mesmo, me colocou para fora do quarto dele praticamente a pontapés.

O garoto arregalou os olhos.

- E o que você estava fazendo lá?

- Só pensei em fazer uma visitinha inofensiva e a varanda dele foi a primeira que encontrei para entrar. Não tenho culpa se ele deixa tudo destrancado antes de ir dormir.

Seto Kaiba sai do quarto, se deparando com os dois conversando no corredor.

- Você ainda está aqui?

- Estou. Algum problema? E por sinal, quando sai o café da manhã dessa casa? Estou morta de fome.

- Não tem comida em casa, por acaso?

- Eu tenho, mas estou duvidando de você. Não sinto cheiro nem de café.

- Era o que me faltava... Ter que chamar uma invasora dupla para tomar café comigo e com o Mokuba. 

- Não precisa, eu mesma me convido. Onde fica a sala de jantar? Ah, esquece. Eu encontro sozinha.

Kira desceu as escadas na frente, deixando os irmãos encarando-a sem saber o que pensar. Kaiba finalmente revirou os olhos e soltou um leve suspiro enquanto começava a se dirigir para o andar inferior enquanto Mokuba ainda tentava entender o gênio da jovem que apareceu de surpresa na casa. 

- Chegaram na hora, os pães de queijo estão quentinhos. 

- Até parece que você está em casa. Não me lembro de ter te dado toda essa liberdade. E como achou minha casa?

- Pelo seu IP, gracinha. Descobrir seu endereço é brincadeira de criança para mim. E aí - Kira terminou de comer um pão de queijo - vai aceitar que eu atualize as defesas do seu sistema ou não?

- Você vai parar de me encher se eu aceitar?

- Em partes, sim. Mas não vai sair de graça, ok?

- Eu já esperava... Quanto você vai querer por isso?

Seto já tirou o talão de cheques do casaco, pronto para preencher com o valor estipulado. No entanto, a resposta que obteve estava completamente longe de caber na conta bancária dele.

- Vou querer que você vá comigo jantar qualquer dia desses. Eu pago a conta.

- Jamais que alguém vai pagar pela minha comida.

- Então você aceita?

- Não aceitei e nem neguei.

- Mas se você está falando que não quer que eu pague, então posso entender o que eu quiser.

Ele tomou um gole de café, sem dizer mais nada. Na cadeira à sua esquerda, Mokuba sorria por trás do copo de leite discretamente.

- Já que é assim então te espero na minha casa sexta-feira às oito da noite.

- Ótimo.

- Mas Seto, você nem sabe onde a casa dela fica...

- Calado, Mokuba. 

- Eu estou começando a gostar de você, garoto. - Kira respondeu - Sua esperteza me alegra. E se pensa que vai conseguir me dar um bolo está enganado, entendeu, senhor Seto Kaiba?

- Pelo menos eu tentei... Ok, você ganhou.

Rosa NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora