Ela saiu, ficando sentada no corredor não muito longe da porta do quarto de Seto. Os empregados que passavam encaravam-na com certa curiosidade, mas nada diziam no final das contas. A única pessoa a se manifestar foi Mokuba que, ao ver a garota sentada, estranhou.
- Seto não disse que teríamos visita.
- Nem ele sabia disso. Eu meio que me convidei a vir até aqui.
- E você, quem é?
- A hacker que mantém os arquivos do seu irmão de refém. Meu nome é Kira.
- Mokuba. - ele soltou a mão dela - Acho que o meu irmão não vai gostar nada disso...
- E não gostou mesmo, me colocou para fora do quarto dele praticamente a pontapés.
O garoto arregalou os olhos.
- E o que você estava fazendo lá?
- Só pensei em fazer uma visitinha inofensiva e a varanda dele foi a primeira que encontrei para entrar. Não tenho culpa se ele deixa tudo destrancado antes de ir dormir.
Seto Kaiba sai do quarto, se deparando com os dois conversando no corredor.
- Você ainda está aqui?
- Estou. Algum problema? E por sinal, quando sai o café da manhã dessa casa? Estou morta de fome.
- Não tem comida em casa, por acaso?
- Eu tenho, mas estou duvidando de você. Não sinto cheiro nem de café.
- Era o que me faltava... Ter que chamar uma invasora dupla para tomar café comigo e com o Mokuba.
- Não precisa, eu mesma me convido. Onde fica a sala de jantar? Ah, esquece. Eu encontro sozinha.
Kira desceu as escadas na frente, deixando os irmãos encarando-a sem saber o que pensar. Kaiba finalmente revirou os olhos e soltou um leve suspiro enquanto começava a se dirigir para o andar inferior enquanto Mokuba ainda tentava entender o gênio da jovem que apareceu de surpresa na casa.
- Chegaram na hora, os pães de queijo estão quentinhos.
- Até parece que você está em casa. Não me lembro de ter te dado toda essa liberdade. E como achou minha casa?
- Pelo seu IP, gracinha. Descobrir seu endereço é brincadeira de criança para mim. E aí - Kira terminou de comer um pão de queijo - vai aceitar que eu atualize as defesas do seu sistema ou não?
- Você vai parar de me encher se eu aceitar?
- Em partes, sim. Mas não vai sair de graça, ok?
- Eu já esperava... Quanto você vai querer por isso?
Seto já tirou o talão de cheques do casaco, pronto para preencher com o valor estipulado. No entanto, a resposta que obteve estava completamente longe de caber na conta bancária dele.
- Vou querer que você vá comigo jantar qualquer dia desses. Eu pago a conta.
- Jamais que alguém vai pagar pela minha comida.
- Então você aceita?
- Não aceitei e nem neguei.
- Mas se você está falando que não quer que eu pague, então posso entender o que eu quiser.
Ele tomou um gole de café, sem dizer mais nada. Na cadeira à sua esquerda, Mokuba sorria por trás do copo de leite discretamente.
- Já que é assim então te espero na minha casa sexta-feira às oito da noite.
- Ótimo.
- Mas Seto, você nem sabe onde a casa dela fica...
- Calado, Mokuba.
- Eu estou começando a gostar de você, garoto. - Kira respondeu - Sua esperteza me alegra. E se pensa que vai conseguir me dar um bolo está enganado, entendeu, senhor Seto Kaiba?
- Pelo menos eu tentei... Ok, você ganhou.
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Rosa Negra
FanfictionEla estava entediada. Ele, ocupado com sua multinacional. O que poderia dar errado se esses dois tivessem contato? A resposta: tudo. No auge de suas vendas do novo disco de duelo que revolucionou o mercado de jogos e da tecnologia em geral, Seto K...