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- Estou quase arrependida de ter chutado aquele cachorro... Ele só estava fazendo o que foi treinado para fazer.

- Quer voltar e pedir desculpas?

- Acho que posso conviver com esse pequeno peso na consciência. 

Os três continuaram correndo sem olhar para trás até chegarem perto do carro dos Kaiba. 

- Temos que te levar para um hospital logo. 

- E meu carro fica como, queridinho?

- Você prefere seu braço ou o carro? - Seto observou por um instante a expressão de Kira e se limitou a empurra-la para dentro do veículo - Prefiro não saber a resposta, apenas entre e fique quieta.

Mokuba foi no banco de trás junto com a garota para ajudá-la a limpar o sangue da mordida.

 - E isso não está doendo?

- Não é a primeira vez que isso me acontece. Na verdade, acho que tenho cara de mordedor para cachorro.

- Quer dizer que já levou outras dessa antes?

- Duas vezes. Eu adorava provocar os cães da vizinhança e acabei me dando mal algumas vezes quando criança.

- Não estou surpreso. - Kaiba respondeu, procurando por uma vaga para estacionar o carro.

- Está insinuando o que com isso?

- Que sua cara de pestinha com certeza não era resultado da vida adulta.

Kira acertou um soco no ombro dele.

- Eu ainda tenho um braço bom, ok?

- Não te ensinaram a não acertar o motorista? Bem, bem. Vamos entrando antes que seu braço não tenha mais salvação.

Seto e Mokuba acompanharam a moça para a sala de medicações. A enfermeira estava preparando uma injeção e a garota estremecia na cadeira.

- Vamos lá?

Kira agarrou o braço do Kaiba mais velho e escondeu o rosto no casaco dele quando sentiu a picada da agulha.

- Tem coragem para me hackear, mas morre de medo de uma injeçãozinha? 

- Cada um na sua, tá? - a moça respondeu - Só para saber, qual é o nome desse seu perfume? Seu cheiro é magnífico.

- E essa agora... Enfermeira, tem certeza que deu a medicação certa para ela? Ou isso é alguma reação?

- Pode ser uma reação, mas não tem nada a ver com a injeção, senhor Kaiba. Agora vamos dar um jeito nos curativos.

Em alguns instantes, a hacker estava com o braço enfaixado e não mais sentia dor. Seto a levou de volta para casa, prometendo trazer o carro dela de volta.

- E o que você vai fazer, Seto? Noah não vai ficar quieto enquanto vocês dois estiverem perambulando por aí.

- Sei disso, mas tenho coisas mais importantes a fazer.

- Não vá se arrepender depois...

- Tenho uma hacker abusada e sorrateira do meu lado, do que eu deveria ter medo?

Kaiba roubou um beijo dela antes de entrar no carro.

- Isso é o que estou pensando? - ela perguntou com um sorriso, apoiada na porta de casa.

- Talvez sim, talvez não... Vou te deixar com uma pulga atrás da orelha.

Rosa NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora