Greenfild & Ligthforts - A História Dos Dois Reinos

Capítulo 10

Eduard já havia se retirado e ido a seus aposentos, ela então desceu para comer, consigo presente estavam Nícolas, já que Davi havia se retirado para comer, e mais um servo e uma criada. 

Da cozinha escutavam-se risadas que pareciam contagiantes e convidativas escutadas da sala de jantar, e foi assim que Elizabeth movida pela curiosidade decidiu ver o que lá acontecia.

_Alteza! _disse uma serva curvando-se juntamente com os presentes ali.

_Desculpe-me interromper, escutei risadas e como sou curiosa quis vir ver. _ali presentes haviam alguns servos e criadas que Elizabeth ainda não havia visto como também estavam, Davi, Tere e Ema.

_Estávamos comendo princesa Elizabeth! Assim que terminarmos já voltaremos a nossos postos. _Davi disse envergonhado.

_Eu posso me juntar a vós? Não é muito agradável comer sozinha, ainda mais numa mesa daquele tamanho.

_O lugar de uma princesa não é com os criados! _se apressou em falar Tere.

_Mas eu achei que poderia...

_Achou errado vossa alteza! Seu lugar não é aqui!

_Eu sinto muito incomoda-los!

_Se já terminou de jantar mandarei uma criada tirar as coisas.

_Sim já terminei! _as palavras de Elizabeth saíram carregadas de tristeza, quase como um sussurro, mas se retirou até ouvir.

_Eu não sei por que vossa majestade o rei trouxe a filha do inimigo para nosso reino! _disse uma voz que Elizabeth não conhecia.

_Se fosse eu a teria mandado para as masmorras! _essa voz conhecia e era Tere quem soltava palavras tão carregadas de ódio e rancor.

_Mas ela é tão encantadora! _interveio Ema.

_Cobras encantam antes delas atacarem e essa é uma criada em berço de ouro, acha que não é igualzinha o pai? Eu a detesto com todas as minhas forças e por mim sua cabeça não estaria mais no pescoço... _disse Tere despejando palavras cheias de odio e rancor.

Elizabeth não queria mais ficar ali no canto ouvindo tudo, também não queria que soubessem que ela havia escutado, não escutou muito, mas o pouco já fora o suficiente para fazer sair dali chorando.

_Estás bem Liza? _perguntou Nícolas ao ver Elizabeth voltar chorando, ele então foi ao seu encontro e abraçou-a, ela chorava em seu peito e ele fazia carinho para tentar acalma-la. _Quer dar uma volta no jardim? Ou ir para o quarto?

_Quero ir embora! _foi à única coisa que ela conseguiu falar, quando então desmaiou nos braços de Nícolas.

_Elizabeth... Liza...LIZA...PRINCESA ELIZABETH _ele a chamava tentando acorda-la, logo os que estavam na cozinha vieram ver o que acontecia e se depararam como a princesa deitada no cão com a cabeça apoiada no colo do guarda.

_O que fizestes com ela? _perguntou Davi.

_Eu não fiz nada ela estava cho... ela desmaiou repentinamente!

_Olha ela não comeu foi nada, nem tocou na comida, de certo desmaiou por conta disso, jovem tola passou a tarde toda fora e não come e ainda espera que fique bem?! _disse Tere com certo desprezo.

_Leve-a a seus aposentos imediatamente! _ordenou Ema.

Davi veio em direção a ela, mas Nícolas pegou-a em seus braços e a levou. Chegando lá a deitou em sua cama e antes que Davi entrasse disse:

_Fique ai! Eu cuido dela aqui dentro! _ele respondeu com um simples aceno de cabeça e fechou a porta.

_Liza acorde, por favor, não me deixe aqui plantado de preocupações, acorde e diga-me que estas bem!

_Eu cuido dela Nícolas pode se retirar agora! _disse Ema entrando no quarto.

_Não irei sair! Ficarei aqui até que ela esteja bem novamente.

_Mas...

_Sem mais, eu disse que vou ficar!

_Como desejar!_ disse Ema vendo que não tinha o que fazer al.ém de deixa-lo ficar_Ela só está descansando não precisa mais se preocupar, assim que ela acordar trarei uma sopa bem reforçada para ela e logo estará forte de novo. _Nícolas respondeu com um aceno de cabeça, pois não queria virar a cabeça para o lado e perder qualquer movimento que fosse, não queria tirar os olhos de Elizabeth e estava ali de prontidão para quando acordasse _Ela é muito importante para tu não é?

_É sim! _disse movendo só a boca.

_Eu percebi pela forma que cuida dela.

_Eu e ela fomos criados juntos, claro que eu fui treinado desde pequeno para ser guarda dela, cuidar dela e estar ao seu lado sempre que precisar. Ela era uma princesa tão... tão destemida, vivia nos metendo em encrencas, mas sua mãe sempre estava lá para nos salvar. Ai ela começou a ver meus treinos e me ajudar a treinar também, depois sua mãe morreu e ela começou a treinar tornando-se a melhor no nosso reino. Eu não precisava mais ser o guarda dela e ter que segui-la de um lado para o outro, ela sabia se cuidar sozinha, mas eu não queria sair do lado dela.

_Te apaixonaste por ela!

_Eu amo ela!

_Mas ela não pode ficar com tu, possuem vidas diferentes.

_Na verdade podemos sim, eu não sou filho de um plebeu, sou filho de um barão! Mas isso não é o que importa, o importante é o amor e nós nos amamos.

_Eu não sabia que tu eras da nobreza! Se é filho de um barrão por que é um guarda?

_O rei disse-me que meu pai deu-me para o rei para saldar dividas. Depois disso fui acolhido pelo conselheiro real e ele se tornou uma especie de pai para mim.

_Então se tornou guarda da princesa Elizabeth!

_Exatamente isso.

_Compreendo perfeitamente agora sua preocupação com ela, mas pode confiar em mim quando digo que ela ficará bem, não precisa ficar assim olhando para ela quase sem piscar.

_Não confio em tu e nem em ninguém desse reino.

_Em mim podes confiar, pois só desejo o bem dela!

_Como pode desejar o bem de alguém que magoaste tanto?

_Eu não a magoei!

_Como não se ela voltou da cozinha aos prantos, chorava sem parar, a culpa de ela ter desmaiado foi toda vossa e de vossos amigos! _Nícolas jogou as palavras contendo todo o ódio que sentirá ao ver o coração partido de Elizabeth.

_Eu não sabia! Eu sinto muito, não foi minha culpa magoa-la, mas confesso que não fiz nada para defende-la.

_Sentir muito não vai fazer Elizabeth acordar agora, sentir muito não vai curar o pobre coração dela partido por todos!

_Ela chegou à cozinha deixando todos surpresos e então disse que queria comer junto com a gente e isso não tem cabimento. O jeito que a senhora Teresa falou com ela foi cruel, mas não podíamos fazer nada, somos todos mandados por ela. Eu sinto muito não ter feito nada para defendê-la e espero que quando ela acordar possa me perdoar.

_O coração dela é bom sem sombra de duvidas irá perdoa-la.