Capítulo 4 - Por agora e todo o sempre: Violett Black

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5 de janeiro de 1937...

∞ Scarlett Bones

- Soberania Thana, a senhora já pode se retirar para seu mundo. Sua atenção nele deve ser íntegra. Sua presença lá é de suma importância. Lorde Dantalion, Comandante Metatron e nós a deixaremos a par de tudo, não se preocupe.

Sentada ela está, sentada ela continua.

- É do meu subordinado preferido que estamos lidando! Não saio daqui!

Eu e o Metatron suspiramos. Dantalion senta-se na poltrona e diz:

- Contanto que não quebre a mesa, comece a fazer estardalhaço, lance suas chamas verdes por todos os lados e a fazer estardalhaço... Opa... Acho que estou me repetindo! – Seu tom cínico no final é como música para os ouvidos.

Dou risada.

- Humpf... – Ela revira os olhos. – Não pague para ver, Dantalion.

- Lorde Dantalion. – Ele corrige.

- Seu título e nada para mim são idênticos!

- Sua petulância e sua arrogância são nada para mim, e mesmo assim, exijo que seja correta e se porte com perfeição. Afinal, você é a Morte ou não é? Deveria ser absoluta, e não instável.

Uuuuh! Essa foi direto no ego dela! Meu tio é demais! Eu poderia ficar ouvindo-o rebater todas as ações imbecis da Thana por horas!

- Já basta. – Fala ergue um pouco o tom. Volta-se para a Morte: - Se exige tanto sua presença, que seja, contudo, não quero mais desastres nas reuniões! – A voz dele começa a se alterar, como se a própria Balança estivesse se apoderando tanto e tanto que soa como se ela mesma estivesse aqui e agora bronqueando. – PASSAMOS MESES EM REUNIÕES, TENTANDO FAZER AS COISAS DE UM MODO QUE TE AGRADASSE, MAS NADA PARECIA SUFICIENTE!

Vejo-a se encolhendo aos poucos na cadeira, e, quando se deu conta, não conseguia nem mais fitar o Representante. Parece uma criança que levara uma bronca.

- Está ciente do quanto nos aportunou?

Com dificuldade, ela murmura um "sim". Encaramos por alguns segundos, até o Fala retomar:

- Pois bem, iniciemos, então, nossa reunião para definirmos seu disfarce, Herdeira Bones, e tudo aquilo que será necessário para manter sua integridade e veracidade no Mundo dos Vivos.

Visão troca olhares comigo e Fala questiona:

- Quem será você, Scarlett?

Suspiro. Tomo uns segundos, pensando. Preciso saber onde ele está...

- Sabem a localização atual dele?

- Por que precisa da localização? – Metatron questiona com curiosidade.

- Para eu saber a minha futura nacionalidade.

- Infelizmente, nós não sabemos, e Deus se recusa a contar. – Fala expressa.

- Posso chamar uma subordinada, então? Ela vai saber me dizer onde ele está. – Peço.

Os Representantes pensam um pouco, até permitirem. Já chamo o Za'Reon, que sai do meu corpo pelas fissuras escuras da minha pele. Aparece na silhueta de um jovem rapaz, ajoelhado e de cabeça baixa.

- No que posso ajudar, minha dama?

- Ordeno a presença da Mistysight.

- Sim, minha dama.

E desaparece. Meu tio diz:

- Engenhoso. Não tinha pensado nela.

- Eu não gosto da ideia, porém, ela é "meu braço direito" por ordem do meu pai. Eu teria escolhido o meu irmão, ou Azazel, talvez Baal... até mesmo o Algol soa melhor que ela, contudo, Belial raramente faz exigências, e quando faz, sinto-me altamente na obrigação de respeitar.

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