Janeiro de 1937,Pensão da Sra. Rogers...
∞ Heolstor Nithercott
Ela já chorou tanto, que sonhei com tal lamúria. Eu estava num túnel (o mesmo no qual me encontrei, misteriosamente, pelas areia de Oneiros, com a líder dos Demônios filhos de Belial [sonho tremendamente ímpar, que me causa desconfortos sempre que recordo... teria sido um pesadelo?]). Neste túnel, não havia aquela luz forte vinda do final, porém, as paredes tinham tochas com meu poder queimando e iluminando fracamente. Eu olhei em volta, procurando bifurcações, corredores para entrar, qualquer outro que não fosse onde estava. Comecei a correr, ansiando a ver algo diferente, até que eu esbarrei em alguém. A sensação foi estranha de cair no chão sendo que não tinha visto ninguém afrente, mesmo com os olhos vidrados no cominho. Não entendi, porém, não parecia a coisa mais esquisita, então eu levantei de imediato, desculpando-me incessantemente, ao mesmo tempo que ajudava a pessoa a se levantar, sem fitá-la, até que... sua voz ecoou lindamente:
- Pensei que nós estaríamos fadados a viver agradecendo. – E seu riso doce de porcelana, por fim.
Meus ombros despencaram e meu coração acelerou, para que eu pudesse me deleitar em dobro. Devolvo um sorriso mais apaziguador.
- Quando necessário, devemos nos desculpar também, Violett – Afirmo.
Ela abaixa o olhar encantador, resplandecendo em uma pose tão acolhedora.
- Ora... é mesmo? Sendo assim, quando as desculpas são verdadeiramente válidas, Heolstor?
Não interpretei essa pergunta muito bem, eu recordo. Apesar do semblante adocicado, a questão narrada parecia tão... provocativa, de um jeito perverso.
- Temo não ter compreendido.
- Então, eu devo explicar... – Ela puxa fôlego e solta os cabelos sempre presos.
Por uma fração de segundo, lembrou-me alguém. Engraçado... quem? Gostaria tanto de poder lembrar! Minha mente embaça sempre que penso no assunto.
- O perdão deve ser dado, incondicionalmente, àqueles que se dispuseram a embaralhar e destruir a vida alheia?
Bufei uma risadinha debochada e negativa, estampando um semblante de obviedade.
- É claro que não, Violett! Que conversa é essa?!
Ela achou graça, por algum motivo.
- Fato, não?! Então, diga-me, vais cumprir tua promessa?
Eu encurvei a cabeça para o lado, desconfiando do novo assunto.
- Qual?
- Vai mesmo cuidar de mim?
Exitei por uns segundos. Eu sabia a resposta, sentia a convicção nela também, entretanto, ela me fez pensar... duvidar, talvez. De qualquer forma, não me impediu de responder o que já sabia:
- Vou. Por que?
- Hmmm... então não aceitarei desculpas quando você abandonar suas palavras. – Disse em tom amargo.
Senti-me ofendido e posso sentir tal sensação, mesmo agora.
- Não confia que eu vá cumprir com minhas promessas?
Ela começa a tremer, como se já estivesse segurando as lágrimas já há um tempo e não aguenta mais fingir boas impressões.
- Ninguém nunca cumpriu com isso. Mas ainda fui imbecil de perdoá-los em meu coração. Não haverão mais vezes! Eu juro à Deus!
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Quedas Obscuras
Fantasy- Tomada 1 do espetáculo que é nossas vidas! Que os holofotes Hollywoodianos e as cortinas vermelhas sejam nossos adornos, para iluminar com cadência misteriosa o que há do Outro Lado. Pode-se ouvir o som de asas pesadas batendo, mas não se incomode...